"O metrô de Curitiba não está ameaçado", responde Scatolin

por Assessoria Comunicação publicado 28/05/2015 14h20, última modificação 30/09/2021 10h51
“A cidade de São Paulo conseguiu erguer suas linhas de metrô pagando o reajuste da inflação ao longo da obra. Conseguiu construir porque dá correção anual aos empresários. É isso que falta. Temos dinheiro para o metrô de Curitiba, mas lá no finalzinho, no quinto ou sexto ano, faltaria para essa correção”, explicou aos vereadores o secretário municipal de Administração e Planejamento, Fábio Scatolin, nesta quarta-feira (27), durante prestação de contas da prefeitura na Câmara Municipal (leia mais). “Contudo, o metrô não está ameaçado”, respondeu.

Em resposta a questionamento do vereador Tico Kuzma (PROS), sobre como o tema é tratado com o governo federal, Scatolin adiantou que na semana passada o prefeito Gustavo Fruet esteve no Ministério do Planejamento, em Brasília. “O prefeito tem dito que não deseja começar uma obra sem ter certeza do dinheiro para terminá-la. O entrave é que o governo federal não tem a tradição de fazer isso, de corrigir os valores, mas a conversa foi boa e serão feitas novas reuniões”, disse Scatolin, afirmando que o metrô não foi cortado no contingenciamento de recursos do governo federal.

Orçado em R$ 4,691 bilhões, o metrô de Curitiba iria do Santa Cândida ao CIC/Sul, com 21 estações distribuídas ao longo dos 22,4 km da linha. Desse valor, R$ 1,8 bilhão viria de recursos federais, R$ 1,5 bilhão da iniciativa privada, R$ 700 milhões do governo do Estado e R$ 700 milhões da prefeitura. “Há o argumento que a correção precise ser distribuída entre os entes envolvidos”, afirmou o secretário.

Asfalto e repasses

O vereador Chicarelli (PSDC), depois de apontar os bairros do Boqueirão, CIC e Bairro Alto como “campeões de buracos”, perguntou se o orçamento de Curitiba não teria recursos para asfalto em 2015. Eleonora Fruet, secretária municipal de Finanças, disse que “existem R$ 104 milhões para manutenção viária no orçamento”. Ela também respondeu a outra afirmação do parlamentar, sobre repasse de recursos da União e do Estado.

Chicarelli disse que se não fosse pelo dinheiro vindo do governo do Paraná, a situação financeira do município estaria pior. A secretária de Finanças discordou. Eleonora explicou que existem transferências obrigatórias e transferências voluntárias. “Essas que são obrigatórias, previstas na Constituição, se o gestor deixa de fazer pode ir preso. As da União e do Estado, nesse quesito, estão em dia”, afirmou.

“Agora nos convênios, que são transferências voluntárias, nunca recebemos tanto dinheiro da União, cerca de R$ 2 bilhões. Do governo estadual, com seu orçamento de R$ 35 bilhões, recebemos pouco. Dos poucos convênios que temos com o Estado, todos estão atrasados. Só na Saúde são R$ 13 milhões atrasados”, alertou Eleonora Fruet.