“Para a União Paranaense dos Estudantes (UPE) essa parceria com a Prefeitura de Curitiba que resultou na restauração do Palácio dos Estudantes, o "Casarão", é muito importante. Com a gestão compartilhada do prédio, preservamos a memória material e imaterial do movimento estudantil”, afirmou nesta terça-feira (22) o novo presidente da entidade, Bruno Pacheco, estudante de jornalismo da PUC-PR, na Câmara Municipal. No dia 16 de setembro, a UPE completou 76 anos de existência.

Eleito no 45º Congresso da UPE (Conupe), em junho deste ano, Pacheco e outros doze estudantes universitários integram a atual diretoria da entidade, com mandato até 2017 – dos 13 membros da Executiva, 9 são mulheres. “Uma das deliberações do congresso foi a aprovação da paridade de gênero dentro da direção da entidade, para corrigir a desproporcionalidade que notamos hoje na política”, relatou o presidente da UPE.

O presidente da União Paranaense dos Estudantes utilizou o espaço para apresentar outras deliberações do Conupe, discutidas pelos 500 estudantes que participaram do congresso: mobilização contra a MP 4330 (PL da Terceirização), repúdio à violência contra professores estaduais no dia 29 de abril (impedidos pela Polícia Militar de acompanhar votações dentro da Assembleia Legislativa do Paraná), repúdio à redução da maioridade penal e preocupação com os cortes na verba federal para Educação. “Foram tirados R$ 10 bilhões, que afetam escolas e universidades públicas”, alertou Pacheco.

Como opção ao corte de recursos da Educação, o presidente da UPE defendeu a taxação de heranças, de grandes fortunas, a criação da CPMF e a realização de uma auditoria cidadã da dívida pública. “Será mesmo que essa dívida que vem lá de 1822 ainda não foi paga? Essa é a caixa-preta que leva dinheiro pelo ralo”, afirmou. Pacheco criticou “os grandes veículos de comunicação, cujo noticiário alarmista e golpista, num momento grave, coloca em xeque a representatividade das instituições”.

O presidente da UPE aproveitou para pedir a atenção dos vereadores a projetos ligados à juventude, como a instituição do passe livre para estudantes na cidade. “O custo do transporte, cada vez mais caro, dificulta aos jovens o acesso à cultura e ao mundo do trabalho”, defendeu Pacheco. O vereador Paulo Salamuni (PV) saudou a entidade por ela completar 76 anos de existência, ressaltando a parceria com a Prefeitura de Curitiba para a preservação da sede histórica da UPE.

Já Felipe Braga Côrtes (PSDB) pediu que as entidades estudantis se envolvam na luta contra a corrupção. “É importante que a UPE participe dessas manifestações, que dê apoio à Operação Lava-Jato, pois a corrupção é uma vergonha verdadeira para o país”, declarou.