Novo coronavírus: debatidos retomada de cultos e transporte coletivo
por Fernanda Foggiato
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publicado
28/04/2020 23h50,
última modificação
26/08/2020 00h54
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba.
Em pronunciamentos no pequeno expediente, vereadores retomaram temas ligados à covid-19. (Foto: Carlos Costa/CMC)
Em pronunciamentos no pequeno expediente da sessão remota desta terça-feira (28), a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) retomou discussões relacionadas à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2). Segundo Ezequias Barros (PMB) e Osias Moraes (Republicanos), o governador Ratinho Junior deve assinar decreto para a retomada de cultos e missas, mote de solicitação à Prefeitura de Curitiba, na semana passada. Também foram debatidos o projeto de remuneração diferenciada ao transporte coletivo e os repasses aos Centros de Educação Infantil (CEIs).
Barros agradeceu a ajuda do prefeito e do vice, Rafael Greca e Eduardo Pimentel, pelo intermédio com o governo estadual. “O barulho foi feito e gracas a Deus hoje a gente tem essa informação que ele [governador] assinará um decreto”, disse. De acordo com o vereador, o contato com o Núcleo de Pastores foi realizado, nessa segunda-feira (27), pelo chefe da Casa Civil do Paraná, Guto Silva, e o decreto deve ser assinado nesta terça. O parlamentar também afirmou que a retomada dos cultos seguirá uma série de medidas de segurança, como o uso de máscaras, distanciamento entre fiéis e a oferta de álcool em gel.
“Não será feito, de forma alguma, de qualquer jeito. É uma abertura com muito cuidado”, acrescentou Ezequias Barros, que é pastor na Igreja O Brasil para Cristo. Em templos para até 500 pessoas, citou, a ideia é que haja no máximo 100 fiéis. “Não vai causar dano. E nós vamos informar para que não haja toques, cumprimentos de mãos. Porque não queremos ser propagadores da doença.”
“É importante que recebemos essa sinalização do governo do Paraná. Mas também é importante que nossos pastores irão cumprir todas as regras para a reabertura dos cultos”, continuou Osias Moraes, pastor da Igreja Universal do Reino de Deus. Ele lembrou que as igrejas não estão fechadas, e sim que os cultos estão sendo realizados remotamente, para evitar aglomerações. Também defendeu o uso de máscaras. “E com a flexibilização, agora, temos a oportunidade de fazer cultos para menos pessoas, com um distanciamento maior. Porque as pessoas querem ir à igreja, participar.” A retomada dos cultos com restrições ainda foi apoiada, na semana passada, por Dr. Wolmir Aguiar (Republicanos).
Já Maria Leticia (PV) elogiou fala do prefeito durante live em rede social, nessa segunda, contra aglomerações. “Ele chegou a dizer que é irresponsabilidade em saúde pública”, apontou, sobre campeonatos de pipa e outras atividades ocorridas no final de semana. “Mas me preocupa a reabertura de cultos”, avaliou. Para a vereadora, que é médica, Curitiba enfrenta uma “curva lenta” de casos da covid-19 devido aos bons índices de isolamento social semanas atrás. “Não sabemos o que vai acontecer nas próximas duas ou três semanas.”
Transporte coletivo
Líder da oposição, Noemia Rocha (MDB) defendeu requerimento assinado por diversos vereadores para convite ao presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto (052.00001.2020). A proposta é que ele participe de reunião remota com os parlamentares antes da votação de projeto do Executivo para a remuneração diferenciada ao sistema de transporte coletivo, que teve o regime de urgência aprovado nessa segunda e será votado em plenário na próxima semana (005.00065.2020).
Segundo Noemia, a ideia também é ouvir o presidente da Urbs sobre o funcionamento do Conselho Municipal de Transporte, órgão gestor do Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC), e medidas adotadas contra o contágio da covid-19. “Ele tem na ponta da língua, provavelmente, todo o contrato [de concessão do sistema] feito em 2010. Acredito que todo vereador tem pergunta a fazer”, disse ela. Para a vereadora, a reunião extraordinária daria “respaldo” à votação da mensagem do prefeito.
Professor Silberto (MDB) também se pronunciou sobre a pandemia da covid-19. Além de impactos na saúde pública, ele alertou às consequências do Sars-CoV-2 na economia. Em sua avaliação, o fundo emergencial da Prefeitura de Curitiba poderia ajudar trabalhadores informais, microempreendedores individuais, micro e pequenos empresários, “que em função da quarentena não conseguem trabalhar”.
“Por ser professor, a gente está na ponta, no bairro, e ouve muitas solicitações, reclamações. Estamos sendo procurados sobre os Centros de Educação Infantil [CEIs, conveniados à rede municipal]. Eles estão preocupados”, completou. “Será que a prefeitura vai deixar de pagar? Essas instituições fizeram investimentos em estrutura didática, contrataram [profissionais].” O assunto voltou à pauta no final da sessão, durante o debate de regime de urgência à mensagem referente aos contratos terceirizados, e poderá ser mote de emenda proposta pelos vereadores.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba