Notas da sessão plenária de 24 de março
15 mil mortos
“Em nome da CMC, prestamos nossa solidariedade a todas as famílias”, disse, consternado, o presidente do Legislativo, Tico Kuzma (Pros), na manhã seguinte ao Paraná registrar mais de 15 mil mortos de covid-19. Praticamente todos os dias a Câmara de Curitiba tem observado um minuto de silêncio em respeito às vítimas da pandemia. Hoje, por pedido de Herivelto Oliveira (Cidadania), lamentou-se em especial o passamento do cinegrafista Marcos Fernandes, da Band Curitiba, que não sobreviveu à doença.
Tratamento precoce 1
Prosseguindo na defesa do tratamento precoce, o vereador Pastor Marciano Alves (Republicanos) exibiu em plenário um vídeo em que o deputado federal Luiz Ovando (PSL-MS) argumenta a favor do consumo profilático do kit das drogas. Ao final, Alves agradeceu o espaço aberto pela Câmara Municipal de Curitiba para que ele apresentasse seus argumentos em favor do tratamento precoce.
Tratamento precoce 2
No decorrer da sessão, Renato Freitas (PT) disse que recomendar remédios para um fim não comprovado cientificamente – referindo-se ao tratamento precoce – era uma “atitude irresponsável”. “A gente não consegue canalizar todas as forças da CMC para reivindicar a vacina e estruturar a sua distribuição porque ainda temos que ficar lidando com obscurantismos”, afirmou, acrescentando que “é uma mentira que tem efeitos de morte sobre a população.
Plano de Socorro
O vereador Alexandre Leprevost (SD) comunicou ao plenário que enviou ofício ao Governo do Paraná solicitando a criação de um auxílio aos pequenos comerciantes, proprietários de restaurantes e atividades correlatas. “Sei do apreço e do respeito que o Estado tem por essas empresas e tenho certeza que é de vontade do governador socorrer, de alguma forma, essas pessoas. Além de gerarem renda ao Município, geram fluxo na economia e são importantíssimas na manutenção dos empregos”, afirmou.
Crise hídrica
Em alusão ao Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março, a vereadora Professora Josete (PT) criticou o desrespeito aos recursos hídricos – “é um bem da humanidade, mas tem sido tratada como produto de mercado”, disse – e cobrou mais responsabilidade dos governantes. “Teve falta de planejamento e de investimento e o município de Curitiba foi conivente com isso, ao não exigir ações concretas para garantir o abastecimento. Não houve execução de obras previstas. A pandemia só tornou mais visível essa crise”, protestou.
Discriminação Racial
“O Brasil se descobriu racista a partir da experiência [de apartheid] da África do Sul”, explicou Carol Dartora (PT), citando as pesquisas de Florestan Fernandes que desmantelaram o mito do país ser uma democracia racial. “Só que aqui o racismo tomou a sua faceta mais cruel, que é a do racismo estrutural”. A vereadora abordou o assunto em razão da data de 21 de março, para a ONU, ser o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, em alusão ao massacre de Sharpeville, quando protesto contra o apartheid em Joanesburgo, na África do Sul, foi violentamente reprimido pela polícia, deixando 69 mortos.
Direito à Justiça
Na manhã seguinte ao Supremo Tribunal Federal (STF) declarar a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro no julgamento da investigação do tríplex, no âmbito da Operação Lava Jato, a vereadora Professora Josete (PT) declarou que “a Justiça começa a ser feita no país”. “Espero que ao menos agora o presidente Lula tenha direito a um julgamento justo, no qual o lawfare não seja instrumento para afastar a possibilidade dele ser candidato a presidente. Isso que fez esse genocida Jair Bolsonaro estar à frente do país, causando tantas mortes”, declarou a vereadora.
Desagravo às igrejas 1
O vereador Ezequias Barros (PMB) voltou a reclamar, em plenário, da forma como Renato Freitas (PT) se refere às igrejas evangélicas, que ele entende ser “pejorativa”. “Ontem, o vereador Renato citou novamente de forma pejorativa as igrejas evangélicas, chamadas a ajudar na distribuição de R$ 50 [pelo Poder Público], pela sua capilaridade na comunidade. Quem fez a distribuição não foi o pastor, foi o próprio governo. Não houve benefício para a igreja, mas de novo o vereador Renato vem dizer que houve. Está na hora, vereador Renato, de mudar o disco. Está mostrando sua perseguição à igreja evangélica”, rebateu.
Desagravo às igrejas 2
Respondendo a Barros, Renato Freitas questionou os motivos do programa social citado por ele, de distribuição de ajuda financeira às pessoas em situação de vulnerabilidade social, não ser realizado dentro de equipamentos públicos, como escolas, por exemplo, em vez das comunidades religiosas. “Por que o convênio é com as igrejas, será é que por serem base do governo Ratinho?”, perguntou. Na exposição que se seguiu, conectou o assunto ao apoio dos evangélicos ao presidente Bolsonaro e a campanhas de desinformação. “A verdade tem que ser restabelecida e aqueles que andam ao lado da mentira não podem ser emissários de Deus”, criticou.
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