No Dia Internacional da Mulher, vereadoras defendem igualdade
O pequeno expediente da sessão desta terça-feira (8), Dia Internacional da Mulher, foi exclusivo às falas das vereadoras de Curitiba. Com oito parlamentares eleitas para a atual legislatura, a Casa está com a maior bancada feminina de sua história. Além de agradecer a homenagem desta manhã, elas defenderam mais representatividade nos Legislativos do país, combate à violência doméstica e igualdade de gênero.
“Somos maioria neste país, 52% da população, mas apenas 8% do Parlamento. É muito pouco”, criticou Noemia Rocha (PMDB), a primeira vereadora a subir à tribuna. Para ela, deve haver uma campanha “mulher vota em mulher”, para se equilibrar a representatividade nas Casas Legislativas. Apesar de serem minoria entre as 38 cadeiras da Casa, Noemia analisou que “oito mulheres podem sim decidir a [composição da] Mesa [Diretora, no próximo biênio]”,
“Hoje não é dia de grandes filosofias, é dia de agradecimento, de alegria”, avaliou Julieta Reis (DEM), terceira-secretária da Câmara e única representante da bancada feminina na Mesa Diretora. “Nossa luta é igual à confraternização [desta manhã], todos juntos, trabalhando pela cidade. Esta é nossa causa, e tenho certeza que nosso trabalho é digno, eficiente e competente”, finalizou.
“Sim, sou a favor de campanhas de votos para mulheres”, apoiou Maria Leticia Fagundes (PV). “Estou muito grata pelos cumprimentos que recebi, mas gostaria de cumprimentos todos os dias, quando trabalho sete horas e meia a mais por semana”, comentou, sobre dados divulgados nesta semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a respeito da jornada de trabalho das mulheres. “A mulher ainda não ocupa o lugar de equilíbrio que deveria.” Ela também falou sobre o trabalho do Comitê Pró-Vida, da Secretaria Municipal da Saúde, constituído em 1994.
“Lugar de mulher é onde ela quiser, e a gente pode sim chegar aonde quiser”, disse, em seguida, Fabiane Rosa (PSDC). “Eu sempre falo que mulher tem que votar em mulher. Hoje somos a segunda capital com a maior bancada feminina, só Natal ganha. Somos poucas ainda, mas avançamos e isso é o que importa. Vivemos em um país em que os homens têm salários 20% maiores e trabalhamos os três turnos. Temos que ter a garantia de nossos direitos”, sustentou.
Professora Josete (PT), em seguida, opinou que a data “é acima de tudo um dia de reflexão”, e que a discussão deve ir além da “ocupação dos espaços de poder”. “Para superar a violência temos que buscar construir a igualdade e o entendimento de que somos iguais, mesmo que com diferenças biológicas. Sou feminista e gosto de dizer isso, porque quando a gente usa essa palavra há equívoco. Ela não pressupõe opressão, e sim a construção de uma sociedade igualitária, para que homens e mulheres possam conviver lado a lado”, explicou.
Maria Manfron (PP) destacou que as mulheres ainda têm desafios. “A passos curtos, temos muito que conquistar ainda. Temos que caminhar muito para nos igualar”, declarou. Cirurgiã-dentista, Katia Dittrich (SD) foi a última vereadora a discursar no pequeno expediente e se emocionou. Ela lamentou que já tenha precisado ajudar a identificar, no Instituto Médico Legal (IML), corpos de vítimas dos parceiros, pela arcada dentária. “Peço neste momento que a gente reflita sobre a violência, que a gente estenda a mão à mulher vítima de violência, que a gente tenha mais compaixão. O maior problema é a violência.” Dona Lourdes (PSB) abriu mão de subir à tribuna.
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