Nely defende participação das mulheres na política

por Assessoria Comunicação publicado 20/04/2007 17h20, última modificação 16/06/2021 07h44
“Uma das maiores preocupações que tenho como mulher é o desinteresse da classe feminina com o processo político. Basta ver a pequena participação nas eleições. É difícil os partidos preencherem as vagas destinadas ao sexo feminino. A impressão que tenho é que política é um campo reservado apenas para os homens. Senão como explicar a contaminação masculina em todas as esferas de poder. Na Câmara de Curitiba, por exemplo, somos apenas cinco entre 38 parlamentares. Uma participação pequena e insignificante.” O comentário é da vereadora Nely Almeida (PSDB), ao analisar a participação feminina na política.
Na opinião da parlamentar, “a mulher ocupou posições na sociedade, adquiriu responsabilidades imagináveis nos últimos 50 anos, como ser a responsável financeira pela família. Mas, na política paranaense, a mulher ainda vive no jardim de infância. Ela não ocupa posição de destaque. No Paraná, temos três senadores eleitos, todos homens. Enviamos para Brasília, na eleição do ano passado, 30 deputados federais. Quantas mulheres receberam confiança das eleitoras? Nenhuma”.
A política paranaense é machista e elitista. As paranaenses precisam descobrir que a participação feminina é necessária para a evolução da nossa sociedade, cheia de contrastes negativos”, argumenta.
Limitações
Na Câmara, a vereadora afirma que, no momento, das cinco vereadoras, apenas uma comanda uma das 11 comissões em funcionamento na Casa. “As outras dez ficaram nas mãos dos homens – que não fazem questão de dividir o poder”, diz.
“Para a mulher entrar na política é uma dificuldade enorme.  Geralmente, existe preconceito grande dos homens e, principalmente, da maioria do próprio sexo. Muitas acham que política deve ser feita apenas pelos homens. Acredito que devido ao aspecto predatório em algumas situações. Como a mulher age mais com o coração e se sensibiliza com as diferenças sociais e a falta de eco das aspirações da classe mais pobre, existe um processo de acomodação – imprópria para o caráter da libertação feminina. Uma contradição. Mas o que fazer? O jeito é continuar na luta pela conscientização da mulher e esperar o despertar da classe”, defende a parlamentar.