Na CMC, TRE-PR anuncia curso de formação política para mulheres
Além de acompanhar a formatura da segunda turma do Parlamento Jovem da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), na sessão dessa quarta-feira (28), o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná anunciou em plenário o lançamento do curso “Mulheres na Política: construindo candidaturas”, no dia 3 de outubro. O objetivo é a formação de lideranças políticas femininas, com foco nas eleições de 2020. A novidade foi destacada primeiramente pelo presidente do TRE-PR, desembargador Gilberto Ferreira.
Na sequência, o diretor executivo da Escola Judiciária Eleitoral, juiz Carlos Alberto Costa Ritzmann, falou sobre o curso. “Hoje estamos pagando uma dívida com a vereadora Noemia [Rocha, do MDB, que já havia apresentado a demanda ao TRE-PR]”, afirmou. Segundo ele, uma das idealizadoras do projeto é a juíza Flávia Viana, da 4ª Zona Eleitoral. A atividade, pontuou, está alinhada à promoção de ações de cidadania e a um Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, referente à igualdade de gênero.
O lançamento será em 3 de outubro, às 17 horas, na sede do TRE-PR. O conteúdo será divido em dois módulos, previstos para os dias 19 e 26 do mesmo mês. “O curso inicialmente será para Curitiba e região metropolitana. Posteriormente, para todos os municípios, através do ensino a distância”, complementou Ritzmann. A atividade ficará sob a responsabilidade da Escola Judiciária Eleitoral, assim como ocorre com o Parlamento Jovem.
“Fico feliz de ver esse projeto se concretizar no TRE-PR, de forma pioneira. O objetivo é aumentar a representatividade feminina no Parlamento”, declarou a juíza Flávia Viana. “A ideia é trabalhar com as Câmaras Municipais, para 2020 [eleições]. Encorajar as mulheres a ingressar na vida política. Em linhas gerais, passar noções da estrutura partidária, do processo legislativo, da prestação de contas e fazer um media training, para ela se comunicar com a imprensa e nas redes sociais.”
Representatividade feminina
A magistrada alertou que o percentual de mulheres no Parlamento ainda é baixo. No mundo, a média é de 23%. No Congresso brasileiro, nas últimas eleições, o número subiu de 10% para 15%. “Ainda temos um longo caminho pela frente”, ponderou. É importante, avaliou ela, “chamar os homens, que são os interlocutores, para o diálogo”.
“Gostaria de deixar uma última mensagem. As mulheres não querem disputar com os homens, roubar o lugar de ninguém. Nem no Judiciário, nem no Legislativo, nem no Executivo. As mulheres querem espaços e oportunidades iguais”, acrescentou Flávia. “E sei de muitas mulheres com potencial. Existem muitos talentos que podem estar escondidos. E talvez, com esse curso, a gente consiga descobrir esses talentos e aumentar a representatividade feminina no Parlamento. A diversidade de experiências traz um debate mais rico ao Parlamento.”
O presidente da CMC, Sabino Picolo (DEM), colocou o auditório do Anexo II à disposição do TRE-PR, assim como a Escola do Legislativo. A terceira turma do Parlamento Jovem, destacou ele, possui a bancada feminina desde que o programa foi implementado na Casa, com 20 meninas, entre os 33 vereadores mirins. O grupo foi empossado no dia 14 de agosto. “Temos 8 mulheres [na Câmara da capital] e a Assembleia só tem 5 mulheres”, comparou.
Procuradora da Mulher adjunta na CMC, Noemia Rocha (MDB) agradeceu o TRE-PR pela viabilização do curso “Mulheres na Política: construindo candidaturas”. Ela sugeriu aos vereadores que divulguem a atividade às filiadas dos respectivos partidos. Em sua avaliação, o Parlamento ideal deve ter 50% de mulheres e 50% de homens.
Noemia ainda lembrou ter proposto, em junho passado, indicação à Mesa Diretora para a criação do Parlamento Feminino, via Escola do Legislativo. O programa, conforme a sugestão aprovada em plenário, reuniria mulheres de diferentes idades, semestralmente.
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