A Câmara Municipal deve receber, na próxima quarta-feira (15), a visita do secretário de Planejamento e Gestão da prefeitura, Fábio Dória Scatolin, que virá ao Legislativo falar sobre os novos estudos para a implantação do Metrô de Curitiba.

O convite foi feito pelo líder do prefeito na Casa, Pedro Paulo (PT), e vai possibilitar que todos os vereadores possam discutir sobre o futuro da mobilidade de Curitiba, visto que Scatolin utilizará o espaço da Tribuna Livre, que acontece durante a sessão plenária (a partir das 9h).

De acordo com Jonny Stica (PT), presidente da Comissão de Urbanismo e Obras Públicas, o atual projeto do metrô, elaborado pela gestão anterior, é  “incompleto e tem um orçamento pouco definido”. “Precisamos saber o real custo desta obra, a definição do traçado e, até mesmo, se existem outros modais de transporte para utilizarmos esse R$ 1 bilhão que conquistamos, a fundo perdido, junto ao Governo Federal”, diz o vereador.

Ele ressalta que o objetivo da cidade deve ser melhorar significativamente a mobilidade urbana, tendo em vista o ingresso de 50 mil novos carros nas ruas da capital a cada ano. “Daqui a 10 anos, não teremos espaço para mais meio milhão de veículos. Para isso, precisamos planejar, estrategicamente, o nosso futuro”, concluiu.

Debate

A cobrança para que o titular da pasta de Planejamento e Gestão viesse à Câmara foi feita na sessão da última quarta-feira (8), por diversos parlamentares, após os resultados dos estudos promovidos por uma comissão técnica, montada pela prefeitura para revisar o projeto do metrô, terem sido divulgados em uma coletiva à imprensa.

Valdemir Soares (PRB) lamentou o fato de os vereadores não terem sido convidados pelo Executivo Municipal para o evento. “Estamos sendo colocados de lado por quê? Todos aqui querem acompanhar a questão”, declarou. Tico Kuzma (PSB) questionou o relatório da comissão. Ele recordou que a presidente Dilma Rousseff teria afirmado, em evento na capital no ano passado, que o projeto do metrô curitibano era um dos melhores do país.

Chicarelli (PSDC) ressaltou que os estudos para a implantar o metrô já duram dez anos e consumiram R$ 11,5 milhões, “recursos que poderiam ter sido aplicados em questões como no atendimento a moradores de rua”, opinou. Já Chico do Uberaba (PMN) alertou para a eventual perda dos recursos federais para as obras do novo modal de transporte.

Em resposta aos questionamentos, o líder do prefeito na Câmara, Pedro Paulo (PT), garantiu que o Legislativo irá aprofundar o debate, pois o projeto anterior “havia sido pouco discutido”. Ele esclareceu que o relatório, que considera falho o planejamento da gestão anterior, está à disposição no site da Prefeitura de Curitiba.

“A conclusão do estudo questiona, principalmente, a viabilidade financeira, a sustentabilidade e a técnica prevista para a execução da obra. Um novo estudo deve ser apresentado ao governo federal em 90 dias, para garantir que os recursos a fundo perdido sejam provisionados no orçamento da União”, explicou o líder.