Na Câmara, educadores sociais discutem diretrizes para a profissão

por Assessoria Comunicação publicado 18/09/2015 19h35, última modificação 04/10/2021 07h40
Em comemoração ao Dia Municipal do Educador Social (19 de setembro), estes profissionais se reuniram na Câmara de Curitiba nesta sexta-feira (18) para debater as diretrizes da profissão, que está para ser regulamentada por um projeto de lei do Senado (328/2015). Durante o evento, falou-se da necessidade de reunir e sistematizar o conhecimento na área e foi apontada a possibilidade de ser criado um curso de tecnólogo na área. Dentre as bandeiras da categoria estão a jornada de 30 horas (e não mais de 40), a aposentadoria especial de 25 anos e um código de ética.

A iniciativa do seminário foi do vereador Pedro Paulo (PT), que mediou o debate. “É um encontro de comemoração ao dia e de trabalho, que serve para perseguirmos os objetivos que temos.” Paulo Salamuni (PV), líder do prefeito, também participou. “Este processo de criação de dia não é pura e simplesmente uma data, é um momento em que há uma reflexão sobre o assunto. A cada degrau até a aprovação da lei na Câmara, põe-se em debate a profissão”, disse em relação ao projeto de lei que criou o Dia do Educador (14.392/2013). Ele incentivou os presentes a persistirem na regulamentação. “Sem coragem, as demais virtudes do ser humano, todas elas, perecem. Vamos avançar.”

Jucimeri Isolda Silveira, superintendente da FAS, falou sobre a valorização e as atribuições destes trabalhadores e defendeu a regulamentação. “Um projeto de profissão tem basicamente três dimensões: uma base legal, que orienta com relação ao exercício profissional; uma dimensão da produção de conhecimento; e por último ter uma base ética e política, que são os valores que orientam a intervenção na sociedade.”

A educadora social Charli Padilha lembrou que, no Brasil, a educação social surgiu na década de 70. “Somos educadores muito mais por vontade que por formação, infelizmente. Educação social está em tudo, desde o relacionamento familiar até a forma como eu me coloco na sociedade. Tem uma amplitude que por si só é interdisciplinar.” Ela defendeu a sistematização dos conhecimentos na área. “A gente é educador mas o que construímos de sistemático, para a profissão, enquanto educador social, para quem virá um dia a ser? Temos que parar de ser intuitivos e começarmos a lutar por formação.”

Aline Mendes, do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do Uberaba, relatou sobre o trabalho do educador em Portugal. Ela contou que lá a profissão está regulamentada e há, inclusive, um curso de licenciatura na área, com duração de três anos. Neste contexto, Dorival da Costa, professor da Uninter, trouxe a proposta de criação de um curso tecnólogo de formação de educador social em Curitiba. As aulas devem iniciar em agosto de 2016. “Com base na metodologia da problematização, que é trazer, das situações vivenciadas, soluções a partir de uma discussão teórica.”

Perguntas dos educadores
Aproximadamente cem educadores sociais de Curitiba e diversas cidades da região metropolitana estiveram presentes e puderam fazer perguntas aos palestrantes. Marcos José Franco solicitou melhores condições de trabalho em Curitiba “O município poderia melhorar. Peço aos vereadores o apoio para que tenhamos uma carga horária de 30 horas. Não é necessário uma lei federal para que isso seja autorizado”, defendeu.

Paulo Alexandre Gama reiterou o pedido da redução. “Eu trabalhei em um equipamento que tinha muitos psicólogos e percebi um interesse muito grande da FAS em atendê-los, quando pediram para diminuir a carga horária. Todo mundo trabalha seis horas na FAS e nós, que estamos na linha de frente, cumprimos oito, gostaríamos de ficar no mesmo nível. Estamos muito mais em campo.”

José Pucci Neto, presidente da Associação dos Educadores Sociais de Curitiba e Região Metropolitana, respondeu que esta é uma bandeira da entidade. “Eu defendo isso. Nesta casa de leis já estiveram profissionais da educação infantil, que conquistaram um plano de carreira porque lutaram e lotaram o plenário da Câmara. Também os guardas municipais conquistaram a lei deles aqui. O que está faltando é união, força, garra e fé. Vamos lutar pelo que queremos”, advertiu.

Encaminhamentos
Pucci Neto adiantou que pretende manter a conversa com os vereadores para discutir a profissão e as demandas no município de Curitiba. “Vamos também construir outro seminário para o próximo ano, com todos os educadores.” Pedro Paulo informou que será protocolada uma moção de apoio ao projeto de lei do Senado Federal que regulamenta a profissão. “Vamos pedir a assinatura de todos os vereadores. Além disso vamos organizar reuniões para ouvir um pouco sobre os desafios e condições de trabalho destes profissionais e saber de que forma poderemos contribuir. ”


Veja mais fotos no Flickr da Câmara Municipal.