Moradores de áreas de risco recebem novas casas

por Assessoria Comunicação publicado 10/02/2010 17h25, última modificação 28/06/2021 15h59
Vinte e duas novas famílias mudaram-se para as Moradias Monteiro Lobato, no Tatuquara, nesta quarta-feira (10). Os antigos moradores da Cidade Industrial de Curitiba foram realocados para casas construídas pela Companhia de Habitação Popular (Cohab – CT), com o objetivo de oferecer melhores condições de vida a famílias que antes habitavam áreas de risco, ameaçadas por enchentes e inundações, com pouco acesso aos serviços públicos.
Para o vereador Dirceu Moreira (PSL), que acompanhou o processo de negociação entre a administração municipal e a Associação de Moradores da Vila Belo Ar nos últimos anos, a mudança significa a conquista da cidadania. "Os moradores da Vila Belo Ar finalmente terão pleno acesso aos serviços básicos, como luz, água e esgoto. Imagine que os Correios ficaram dois anos sem entrar na comunidade, o transporte escolar também não apanhava as crianças em casa. Agora, com o novo endereço, eles estão próximos de escolas públicas, unidades de saúde, centros de assistência social e outras unidades de apoio. A correspondência vai chegar em casa", destaca o parlamentar.
A vendedora Maíra Inês Quintana, que morava há cinco anos em uma casa às margens do Rio Barigui, nos fundos da residência da sogra, comemora a mudança. "Com a casa nova, as coisas estão melhorando bastante. Vou dar uma criação melhor para o meu filho", afirma a jovem, de 20 anos de idade. A sua nova moradia possui 34 m² de área, com dois quartos, sala, cozinha e banheiro. Os recursos vêm da prefeitura de Curitiba e do Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social (PSH), do governo federal, destinado a famílias com renda de até três salários mínimos.
Até o momento, 36 famílias da Vila Belo Ar foram realocadas. Outras 74 esperam o chamado da Cohab para trocar as antigas residências por novas casas. "Não queremos ficar abandonados", brinca Jusselei dos Santos Correia, ao ver os vizinhos se mudando para as Moradias Monteiro Lobato. Ela recorda que, apesar das dificuldades, das ruas sem asfaltamento e do esgoto a céu aberto, ela sentirá falta do companheirismo existente entre os moradores. "A gente se ajudava, dividindo comida, reunindo dinheiro quando alguém precisava de um remédio mais caro", explica.
Futuro
O presidente da associação de moradores, Mário Vargas, vê na mudança uma oportunidade para as pessoas melhorarem de vida. "Nós estavamos há 20 anos sem investimento em infraestrutura. A mudança é uma coisa boa", afirma ele. Para Vargas, contudo, a rotina de reuniões com a Cohab ainda não terminou. "Nas próximas semanas nós teremos um novo encontro com a Companhia de Habitação, para debater o futuro das demais 74 famílias do Belo Ar. O desejo da comunidade era que os moradores pudessem estar mais próximos uns dos outros e das suas antigas ocupações", afirma Vargas. A comunidade pleiteia a realocação das famílias restantes para a Vila Arroio, mais perto do antigo endereço.
A equipe do vereador Dirceu Moreira acompanhará a nova reunião e já solicitou a colocação de saibro nas ruas das Moradias Monteiro Lobato. "O trabalho dele foi importante durante todo o processo. Ele conhece a nossa realidade, pois, antes de ser eleito, também atuava como líder comunitário na Vila N. S. Aparecida", diz Vargas. A dona de casa Suellen Godói já matriculou a filha na creche próxima da nova casa. "A mudança nunca é fácil, mas a minha filha vai estudar a apenas 400 metros aqui de casa", conta Suellen, cujo marido trabalha em São José dos Pinhais. Enquanto eles traziam os móveis para dentro da nova casa, a criança explorava o quintal, brincando ao redor da cerca branca.