Moção de apoio a Carol Dartora é aprovada por unanimidade na CMC
Em razão da pandemia, as sessões da CMC estão ocorrendo por videoconferência. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
Em votação simbólica, nesta quarta-feira (9), os vereadores da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovaram uma moção de apoio a Carol Dartora, futura parlamentar da CMC, eleita pelo PT, neste ano, para exercer um mandato na legislatura 2021-2024. Primeira mulher negra a conquistar uma vaga no Legislativo da capital do Paraná, ela sofreu ameaça de morte e foi alvo de injúrias raciais pela internet. A moção de apoio (416.00004.2020) foi apresentada pela Professora Josete (PT).
A moção de apoio foi votada hoje na CMC, mas desde que a notícia da ameaça surgiu, no domingo (6), os vereadores têm dado seu apoio em plenário a Carol Dartora. “Não podemos nos calar diante de atitudes racistas. Ela tem sofrido várias ameaças e manifestações de racismo, mas a última foi bastante violenta. Isso nos leva a tomar atitudes mais sérias no sentido de nos manifestar contrários a essa atitude”, disse Josete. “Lamento estarmos vendo, no século 21, um cenário como esse”, afirmou Noemia Rocha (MDB).
“Coloco todas as esperanças na Polícia Civil para localizar este grupo. Porque possivelmente não é algo [que vem de] uma única pessoa”, disse Herivelto Oliveira (Cidadania), que homenageou Dartora no Dia da Consciência Negra na CMC (leia mais). “O racismo estrutural é uma realidade, não é vergonha reconhecer isso. Vergonha é tentar ocultar isso”, acrescentou Dalton Borba (PDT). Na mesma linha, Maria Leticia (PV) argumentou que “não existe racismo que não seja estrutural. Todo racismo é estrutural, porque não é um ato, é um processo”.
Sugestões ao Executivo
Os vereadores também aprovaram, na segunda parte da ordem do dia da sessão plenária, duas indicações ao Executivo, ambas sem debate entre os vereadores. De Maria Leticia (PV), a sugestão é que a Prefeitura de Curitiba elabore estude a implantação de placas temáticas de sinalização, com pictogramas de comunicação alternativa e aumentativa, em pontos turísticos e equipamentos públicos da cidade (203.00425.2020). A justificativa é incluir as pessoas com “defasagem na comunicação por diversos fatores”.
A outra proposição, de Felipe Braga Côrtes (PSD), sugere a abertura de panificadoras, mercados e shoppings da cidade aos domingos, sem limitação ao horário de funcionamento (203.00426.2020). A restrição ocorreu por meio do decreto municipal 1.640/2020, publicado na última sexta-feira (4). O vereador justifica que a medida é um “contrassenso” no enfrentamento à pandemia, porque pode gerar aglomeração em outros dias, em especial aos sábados. Professora Josete registrou o voto contrário à iniciativa.
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