Microssegmentação é tendência na comunicação política, diz especialista
Paulo Renato Oliveira, da Action Labs, compartilhou sua experiência com a equipe da campanha de Obama em 2008. (Foto: Carlos Costa/CMC)
“Antes, tinha que encontrar um denominador comum para o discurso, que tivesse o maior potencial de interesse possível e que fosse acessível ao maior número possível de pessoas. Agora, a gente pode trabalhar com microssegmentação, porque você tem gestão descentralizada do conteúdo”, disse o publicitário Paulo Renato Oliveira. Ele foi o convidado do terceiro encontro de capacitação da comunicação social da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), realizado na última quinta-feira (15), com profissionais da Casa e dos mandatos parlamentares.
> Confira aqui a cobertura fotográfica completa no álbum da CMC no Flickr.
Oliveira é um dos fundadores da Action Labs, uma agência de comunicação sediada em Curitiba, voltada à criação de plataformas capazes de acelerar negócios digitais e compartilhou a experiência que teve, em Washington DC (EUA), com os criadores da campanha digital da primeira eleição do ex-presidente Barack Obama. “Isso foi em 2009, mas 90% do que discutimos lá funciona até hoje. Foi uma série de workshops e de conversas com as equipes, do David Axelrod aos fornecedores da campanha”, contextualizou o palestrante.
“Nas mídias tradicionais, a gente escolhe bandeiras para se concentrar, mas, nas mídias digitais, a gente consegue falar virtualmente sobre todos os temas, desde que a gente tenha um posicionamento sobre eles. Antes, precisava da repetição de um posicionamento único, agora pode ter um impacto do posicionamento em cada um dos temas”, explicou Paulo Renato Oliveira, dizendo que o desafio é, simultaneamente, “ouvir as redes sociais, responder a elas e permanecer coerente”.
“É a estruturação de posicionamento que vai permitir fazer isso de forma consistente”, dividiu o publicitário, que respondeu a perguntas dos participantes e deu exemplos práticos dos conceitos. O fundador da ActionLabs insistiu na necessidade de uma “gestão de longo prazo” da comunicação social para construir uma base sólida de relacionamento, que possa ser acionada se e quando ocorrerem crises. “Esse monitoramento é altamente complexo, mas é importante pautar a conversa quando o assunto é o seu nome”, aconselhou Oliveira.
No início da atividade, o presidente da CMC, Marcelo Fachinello (PSC), destacou a importância de atividades como a realizada pela Escola do Legislativo Maria Olympia Mochel e pela Diretoria de Comunicação Social (DCS) para a integração dos servidores que trabalham na Câmara de Curitiba. “É um momento importante para trocar ideias entre os gabinetes, conversar com DCS, com a Escola e com os convidados sobre as novidades da comunicação”, disse Fachinello.
Para a diretora de Comunicação Social da Câmara de Curitiba, Patricia Tressoldi, atividades como essa são importantes para o compartilhamento de experiências entre os profissionais que atuam no Legislativo e nos negócios inovadores. “É que o conteúdo dos gabinetes também acaba se tornando conteúdo da Câmara enquanto instituição. A política é feita de comunicação, logo aprimorá-la é fundamental para o Legislativo”, justificou.
Apelidados de “Botando ordem na nossa House of Cards”, os eventos já trouxeram para a CMC o publisher do portal Pro Legislativo, Sérgio Lerrer, a diretora da Secretaria de Comunicação do Senado Federal, Érica Ceolin, e a social media responsável pela gestão das redes sociais do Senado, Sara Reis, além de uma rodada inicial sobre a política de vínculo institucional da Diretoria de Comunicação Social com os gabinetes parlamentares.
*Notícia revisada pelo estudante de Letras Brunno Abati
Supervisão do estágio: Alex Gruba
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba