"Metrô trará ganhos para todos os setores", afirma secretário

por Assessoria Comunicação publicado 25/02/2014 15h20, última modificação 22/09/2021 08h34

Convidado para prestar esclarecimentos sobre o projeto de construção do metrô em Curitiba, o secretário municipal de Planejamento e Gestão, Fábio Scatolin, esteve na Câmara Municipal na manhã desta terça-feira (25). Para o secretário, o modal exigirá uma nova organização do sistema de transporte de Curitiba e região metropolitana. “O impacto local dos investimentos em mobilidade será muito grande, através da contratação de mão de obra, produção e venda de máquinas, novas tecnologias e softwares. O metrô trará ganhos para todos os setores”, afirmou.

Ao lado de Scatolin, na audiência pública promovida na Casa, também estiveram o secretário de Obras, Sergio Antoniasse, o secretário da Informação e Tecnologia de Curitiba, Paulo Roberto Miranda, o presidente do Ippuc, Sérgio Pires e o presidente da Urbs, Roberto Gregório.

O líder do prefeito na Casa, vereador Pedro Paulo (PT), afirmou que o tema mobilidade é muito debatido no Legislativo, e que a capital tem responsabilidade também sobre a região metropolitana. “É preciso aproveitar essa linha de transparência que a nova gestão está abrindo. O metrô já foi base de muitos palanques eleitorais e hoje, devido à complexidade da sua implantação, exige muito trabalho dos vereadores para garantir os direitos do cidadão e a qualidade de vida na cidade”, declarou.

Fábio Scatolin informou aos parlamentares que a consulta pública sobre o metrô recebeu mais de 500 questionamentos da população e que estes devem ser respondidos e publicados até o dia 10 de março. “A partir dessa consulta encerrada e as considerações publicadas, preparamos o edital final da licitação. Esperamos que até o final de maio possamos ter o resultado do certame e iniciaremos as obras do metrô ainda no segundo semestre de 2014”, informou.

Em resposta aos questionamentos dos vereadores, Sérgio Pires, presidente do Ippuc, disse que será realizada uma pesquisa detalhada sobre a origem e destino dos passageiros, para adequar o planejamento de mobilidade da cidade. Explicou ainda que o trecho norte-sul foi escolhido para a construção do metrô por se tratar de uma demanda já bem definida. “Precisamos de uma ferramenta adequada para obter informações e realizar melhorias. Isso serve para termos outro olhar sobre o transporte na capital e região metropolitana”, acrescentou Pires.

Fiscalização

Quanto à fiscalização das obras, indagado pelos vereadores Professora Josete (PT) e Tico Kuzma (PROS), Roberto Gregório, presidente da Urbs, esclareceu que no modelo de concessão através da Parceria Público-Privada (PPP), o governo federal pede aos municípios que a fiscalização seja realizada por uma empresa certificadora com finalidade específica.

“Toda estrutura do transporte está baseada em legislação municipal. A expectativa é que tenhamos o aprofundamento de como conduzir o processo segundo as determinações deste Legislativo”, disse Gregório.

Tarifa

A respeito da composição da tarifa do metrô, questionada pelo vereador Jorge Bernardi (PDT), Fábio Scatolin informou que R$ 2,45 é o valor máximo que as concorrentes poderão apresentar e que a tabela que compõe a tarifa do metrô é diferente da passagem de ônibus da capital.

“Os reajustes do metrô, por exemplo, serão baseados pelo índice de inflação e não pelo custo dos itens da tarifa. Além disso, a empresa vencedora fará uma contraprestação de serviços, seguindo indicadores de desempenho no atendimento das necessidades sociais”, explicou.

A construção de bikeshares, que são estacionamentos para bicicletas, foi questionada pelo presidente da Comissão de Urbanismo e Obras Públicas da Câmara, Jonny Stica (PT). “Podemos ver a linha do metrô como um tronco de uma árvore, cujos galhos podem ser preenchidos por outros modais”, sugeriu.

Custos

A primeira fase do metrô de Curitiba tem custo estimado de R$ 4,6 bilhões. Deste total, R$ 1,8 bilhão virá do governo federal e R$ 1,4 bilhão, dos governos estadual e municipal – valor que será financiado pela União. O restante é aporte da iniciativa privada. Conforme explicação de Scatolin, a empresa que construir o metrô também será responsável pela sua operação. “Dessa maneira, o operador terá 30 anos, que é o prazo de concessão, para recuperar o valor investido”, afirmou.

Também apresentaram questionamentos aos convidados os vereadores Bruno Pessuti e Carla Pimentel (PSC), Felipe Braga Côrtes (PSDB), Noemia Rocha (PMDB) e Valdemir Soares (PRB).