Médico Paulo Carbone Júnior, assassinado em 2013, batizará unidade de saúde

por Assessoria Comunicação publicado 01/03/2016 13h45, última modificação 06/10/2021 06h42
Em primeira votação unânime, na sessão desta terça-feira (1º), a Câmara Municipal de Curitiba aprovou a denominação de um logradouro público em memória do neurocirurgião pediátrico Paulo Carbone Júnior, assassinado há três anos em um assalto a sua residência, no Mossunguê. O autor do projeto de lei, vereador Cristiano Santos (PV), irá propor ao Executivo que o nome do homenageado, que atuou por mais de 20 anos no Hospital Pequeno Príncipe, fique registrado na história da cidade com o batismo de uma unidade da rede pública de saúde (009.00017.2015). Confira aqui como votou cada vereador.
 
“Nascido 1959, em Curitiba, desde a infância manifestou o desejo de salvar vidas. Ele se formou pela UFPR, fez residência na Santa Casa e terminou a especialização na Inglaterra. Em 1986, começou a trabalhar nos hospitais Cajuru e Pequeno Príncipe, onde se dedicou à área pediátrica. O doutor Paulo Carbone Júnior era casado com a médica Edna Kakitani Carbone, que também atua no Pequeno Príncipe”, afirmou Cristiano Santos.

“Em 19 de fevereiro de 2013, tornou-se mais uma vítima da violência em nossa cidade. Para proteger a família, em momento algum reagiu ao assalto, até que, em determinado momento, um bandido teria investido contra sua filha. Em um ato instintivo de proteção, ele então teria feito um gesto brusco contra o ladrão, que atirou possivelmente de medo. São pessoas covardes que, se não estão nem aí para as próprias famílias, imagine para as dos outros”, defendeu o parlamentar.

Santos lembrou da comoção gerada pelo assassinato: “Centenas de depoimentos foram publicados nas redes sociais, de pais que tiveram a vida dos filhos salvas pelo médico”. De frente para a mãe e a irmã do homenageado, Elair Terezinha Peters e Elizabeth Terezinha Carbone, o vereador se emocionou ao ler uma das mensagens póstumas. “O Pequeno Príncipe o homenageou com uma placa na sala de descanso dos médicos. O doutor Carbone Júnior deixou, como legado de seu trabalho, uma equipe qualificada para dar sequência ao trabalho desenvolvido”, completou.

“Fica um misto de emoção com indignação. O ser humano está passando por um processo de brutalização e isso nos dá a sensação de impotência. A aprovação deste projeto é um desagravo da cidade de Curitiba a seu filho, levado de forma tão abrupta”, disse o vereador Paulo Salamuni (PV). Líder do prefeito na Câmara, ele apoiou a sugestão de que o médico denomine uma unidade de saúde.

“Quando propomos a denominação de um logradouro queremos registrar na história da cidade a biografia de uma pessoa. Que pai não vai defender um filho?”, questionou Julieta Reis (DEM). “Sei como é o sentimento de dor, de saudade, também tive meu pai assassinado em assalto, há dez anos. Que fique registrada na memória da cidade a homenagem a este homem”, acrescentou Tico Kuzma (Pros).

Aldemir Manfron (PP) e Felipe Braga Côrtes (PSDB) criticaram a legislação brasileira. “Infelizmente nossa lei não nos dá proteção. A punição tinha que ser mais rígida”, avaliou Manfron. Os vereadores Tito Zeglin (PDT) e Valdemir Soares (PRB) também destacaram a biografia do homenageado e lamentaram o aumento da violência.