Maus-tratos a pitbulls em rinha causam comoção na Câmara
Anunciando protesto neste sábado (21), às 10 horas, na praça Santos Andrade, a vereadora Katia Dittrich (Solidariedade) foi a primeira a recriminar, na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), a soltura dos envolvidos com a rinha de pitbulls desmantelada sábado em Mairiporã (SP). Ela e Fabiane Rosa (DC) criticaram a Justiça por terem liberado as 40 pessoas detidas na ação coordenada da polícias civis do Paraná e de São Paulo.
“Hoje para mim é um dia de indignação. Eles foram soltos pela Justiça considerar o que fizeram como crime de baixo potencial. Lutar até a morte e fazer churrasco do que perdeu… Isto é baixo potencial? Até quando os crimes contras os animais serão tratados desta forma? Isto não vai ficar assim”, questionou Katia Dittrich. “Quem faz isso com um animal indefeso, faz isso com um ser humano”, continuou Fabiane Rosa.
Criticando quem fala mal dos ativistas da causa animal nas redes sociais, acusando-os de ficar de “mi mi mi”, Fabiane Rosa enalteceu o trabalho dos grupos de cuidadores. “Quando acontece uma atrocidade dessas, são os ativistas que são chamados para limpar a sujeira”, disse, cobrando uma postura mais assertiva da Justiça. Ela citou a importância de regrar melhor o transporte de animais no Brasil. “O que os pitbulls iam fazer em voos curtos? Animar festa infantil? Estamos mostrando ao Brasil o pior lado do ser humano”.
Fabiane Rosa criticou também a sanção do presidente Jair Bolsonaro ao Dia Nacional no Rodeio, em 4 de outubro, que até então era uma data utilizada pelos ativistas para combater os maus-tratos aos animais, por ser o Dia de São Francisco de Assis. “Será um dia [do Rodeio] para ser lamentado, não para ser celebrado. Agora vão propor um Dia da Rinha também? É uma afronta coberta de sarcasmo. Enquanto os animais não puderem falar, a nossa voz ninguém vai calar”, concluiu a parlamentar.
O vereador Pier Petruzziello (PTB) aproveitou a ocasião para defender a presença de militantes da proteção animal no Legislativo. “É importante o parlamento ter representantes que defendam os animais. A defesa da maioria às vezes não precisa existir, pois ela precisa é de representação. Não de defesa, que é outra coisa”. Professor Euler (PSD) relatou conversa com uma aluna, que pediu ajuda para escrever ao Congresso pedindo leis que previnam situações como esta. Fabiane Rosa se prontificou a ajudar na redação.
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