"Manifestação foi contra todos os políticos e instituições"

por Assessoria Comunicação publicado 16/03/2015 14h55, última modificação 29/09/2021 10h30

Ao analisarem as manifestações de domingo (15) em todo o Brasil, os vereadores de Curitiba concordaram que o movimento social vislumbrado no final de semana “não parece ser transitório”, na opinião de Pier Petruzziello (PTB), e “estaria apenas começando”, segundo Felipe Braga Côrtes (PSDB).

Para Jorge Bernardi, do PDT, “a manifestação de ontem não foi só contra a presidente Dilma, ou contra o PT. Foi contra todos nós, contra todos os políticos e contra todas as instituições políticas do Brasil”. Petruzziello chegou a afirmar que, além de uma reforma política, seria preciso uma “reforma moral”. “A classe política passa por um momento gravíssimo”, disse.

Segundo estimativas da Polícia Militar (PM), nas 151 cidades brasileiras onde houve protestos, nos 26 Estados e Distrito Federal, dois milhões de pessoas podem ter ido às ruas. As estimativas variam, como no caso da cidade de São Paulo, onde a PM disse que um milhão de pessoas compareceram à manifestação, enquanto o Instituto Datafolha contou 210 mil.

No Paraná, 45 mil pessoas em Londrina, 10 mil em Cascavel, 6 mil em Foz do Iguaçu e 2 mil Ponta Grossa. Na capital, Curitiba, a PM estimou 80 mil pessoas nas ruas do Centro da cidade – o quarto maior público de todo Brasil, atrás somente de São Paulo (SP), Vitória (ES) e Porto Alegre (RS). Valdemir Soares, do PRB, entendeu que “acima de qualquer manifestação contra partidos e políticos, foi uma manifestação contra a corrupção”.

“O povo não aceita mais é corrupção. Estão jogando muito a culpa na Dilma por que ela responde por ser a Chefe do Executivo, mas a Câmara Federal vive um lamaçal”, opinou. Soares insistiu na importância de mudar o sistema político, “caso contrário não vamos ter mudança no país”. “É importante que o povo não se disperse. O brasileiro acordou ontem com um senso de patriotismo que há muito tempo eu não via”, emendou Serginho do Posto (PSDB).

Serginho pediu “cautela” e “responsabilidade”, lembrando que a Operação Lava-Jato ainda não foi concluída. Iniciada em maio de 2014 pela Polícia Federal, a investigação ligou empresários brasileiros a esquemas de corrupção e desvio de dinheiro na Petrobrás. “Na madrugada de hoje prenderam o ex-diretor da empresa, Renato Duque. Se ele aderir às delações premiadas, termos novos capítulos nessa história”, adiantou Braga Côrtes.

“Eu fiquei feliz com a manifestação, mas fiquei preocupado”, analisou Petruzziello. “Estou muito orgulhoso do povo brasileiro, que passa por um momento de conscientização. Agora eu não entendo como o país tem tantos partidos políticos. São uma espécie de cabide, para depois combinar mamata, cargo. Isso corrói a estrutura administrativa”, afirmou.

Chico do Uberaba elogiou o papel de entidades como a Associação Comercial do Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná e Maçonaria na organização do evento em Curitiba. “Foi uma das maiores manifestações públicas que eu já vi na cidade, menor talvez só que a vinda do Papa [João Paulo II, em 1980]”, analisou. Chicarelli (PSDC) e Mauro Ignácio (PSB) disseram ter participado e Professor Galdino (PSDB) andou pelo plenário com uma bandeira do Brasil.