Liminar sobre vacina tem apoio da Câmara

por Assessoria Comunicação publicado 04/05/2010 20h25, última modificação 29/06/2021 10h02
Moção de apoio à juíza federal da 2ª Vara Federal do Paraná, Gisele Lemke, que decidiu, no mês passado, pela cobertura total da vacina contra a gripe A no Estado do Paraná, foi aprovada pela Câmara de Curitiba, nesta terça-feira (4). O documento, apresentado pelo presidente da Comissão de Saúde, Bem-Estar Social e Meio Ambiente, vereador Aldemir Manfron (PP), foi subscrito por diversos parlamentares, “ratificando a decisão solidária a toda a população do Estado”, como afirmou, na tribuna, o primeiro-secretário, Celso Torquato (PSDB), endossando a atitude da magistrada em garantir “prevenção a todos”.
A ordem da juíza  no julgamento da ação civil  proposta pelo Ministério Público Federal no Paraná  foi avaliada em comentários na tribuna, durante o encaminhamento da votação, por alguns dos parlamentares que defendem a vacinação completa e irrestrita a todas as faixas etárias. Na opinião do líder do prefeito, Mario Celso Cunha (PSB), “todos nós estamos em grupos de risco, pois somos passíveis da contaminação pelo vírus”.
De acordo com a liminar, o prazo para a compra das vacinas e sua distribuição seria  de 20 dias, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.
Vacinação
A população do Estado é de aproximadamente 10,7 milhões e o cronograma atual prevê a imunização de 5 milhões de habitantes,número considerado insuficiente pelos vereadores. Até o momento, cerca de 1,746 milhão de doses já foram aplicadas. No total, 2,4 milhões de doses foram recebidas do Ministério da Saúde, índice bem abaixo do “ideal para imunizar a população”, disseram os vereadores.
Muitos deles condenaram a atitude do ministro José Gomes Temporão e suas declarações à imprensa, criticando as alegações de falta do produto no mercado farmacêutico, insuficiência de recursos para cobrir os custos nacionais e restrição de vacinação para apenas alguns grupos de risco, delimitados em faixas etárias. Também observaram que a região Sul do País é “mais sensível à ocorrência da doença, em virtude da característica climática, o que faz de toda a população um grupo de risco”, como ponderou o vereador Juliano Borghetti (PP), seguido de Emerson Prado (PSDB). Apenas os vereadores Pedro Paulo e Professora Josete, ambos do PT, saíram em defesa do governo federal.
Saúde
A discussão se estendeu sobre ações do Ministério da Saúde em relação a desempenho e  investimentos no setor através do Sistema Único de Saúde (SUS). Emerson Prado detalhou pesquisa da fundação  Instituto de Administração da Universidade de São Paulo. Pela enquete, o Brasil está com a “saúde na UTI, perto de outros países da América Latina.” Quando considerada a relação entre valor investido, os gastos brasileiros equivalem à metade do todo registrado nos vizinhos latino-americanos. O único país que desponta é o México.