Líder critica isolamento do cidadão: insegurança

por Assessoria Comunicação publicado 15/07/2005 15h40, última modificação 27/05/2021 09h20
A falta de segurança pública está levando setores da população a buscar viver em locais fechados, comprometendo a própria noção de cidadania. A afirmação foi feita pelo líder do prefeito na Câmara Municipal de Curitiba, Mario Celso Cunha (PSB), após analisar a tendência dos mais recentes imóveis lançados no município. “Infelizmente, a cada dia ficamos mais parecidos com São Paulo e Rio de Janeiro, onde as pessoas se enclausuram e deixam de conviver, reduzindo a sua participação na comunidade, face à insegurança que nos ronda”, destacou.
Para o vereador, o mercado imobiliário acaba por estimular o mercado do medo, apoiado na ampla divulgação que se dá à violência nos meios de comunicação. “E assim  passam a se vender cada vez mais residências em condomínios fechados, apartamentos em prédios com equipamentos sofisticados, imóveis que atendem ao desejo individual, mas que prejudicam a vida em conjunto da cidade”, acrescentou.
Cobrança
Segundo Mario Celso, a busca por esta alternativa também representa uma desistência do cidadão em cobrar das autoridades responsáveis o direito à sua segurança, que também está embutido nos impostos que paga. “Ao se insolar detrás de grandes muros, o cidadão deixa de conviver com a diversidade social, reduzindo o tamanho do de seu mundo. Da mesma forma que prefere fazer compras no shopping, por uma questão de segurança, o cidadão é induzido a buscar o refúgio atrás de cercas eletrificadas, sistemas de alarme e outros equipamentos, quando o correto seria cobrar do poder público o direito constitucional de ir e vir em segurança”, destacou o vereador.
O líder do prefeito diz que Curitiba oferece condições excepcionais de qualidade de vida a seus habitantes, o que não justifica o modismo de se buscar o isolamento. “O que precisamos é que o poder público assuma sua obrigação de dotar a cidade de segurança, resgatando o direito das pessoas circularem livremente a salvo da ação de marginais. Reconheço, entretanto, que, para tal, será necessário que não aumente, a cada dia que passa, o número de excluídos”, completou.