Licitação de lote no Campo Comprido vira discussão em plenário

por Assessoria Comunicação publicado 20/06/2016 14h50, última modificação 07/10/2021 09h11

Um comentário do vereador Professor Galdino (PSDB) sobre projeto de lei do Executivo, nesta segunda-feira (20), a respeito da venda de lote público no Campo Comprido (005.00007.2015), fez com que o presidente da Comissão de Urbanismo, Helio Wirbiski (PPS) e, o líder do prefeito no Legislativo, Paulo Salamuni (PV), utilizassem a tribuna para criticar a forma como o parlamentar tratou o debate. A matéria foi aprovada com 21 votos favoráveis. Galdino e Jorge Bernardi (Rede) foram contra.

“Precisamos dar um basta nesta venda descontrolada de bens públicos. Com Curitiba crescendo verticalmente, precisamos de espaços reservados para áreas verdes, para que a cidade tenha um futuro”, começou Galdino. “Nossa cidade está agonizando com a decisão de vender tudo o que tem. Eu me pergunto, o que acontece? Precisamos acabar com esta irresponsabilidade. Essa volúpia de rifar os bens públicos a preço de banana precisa parar”, seguiu o vereador.

Após culpar o prefeito Gustavo Fruet e dizer que tem sido procurado por eleitores que declaram voto nele, Galdino, para vereador, e em Rafael Greca, pré-candidato do PMN ao Executivo, o vereador do PSDB foi advertido pelo presidente da sessão plenária, Felipe Braga Côrtes (PSD), a se ater ao tema. Em aparte concedido por Galdino a Chico do Uberaba (PMN), ambos citaram novamente Greca e fizeram críticas à administração municipal. “Não se pode comungar com as atitudes da prefeitura”, acrescentou Chico.

“Tem gente que só pensa em eleição 24 horas por dia durante os quatro anos do mandato”, criticou Paulo Salamuni. “Galdino diz que cumpre uma missão, mas quem carrega a cruz somos nós. Não é possível que, no segundo mandato, [ele] não tenha menor noção do que está falando. Passou 30 minutos discutindo uma proposição em segundo turno sem tratar de nenhuma linha do projeto de lei. Apenas fez ilações políticas”, rebateu o líder do prefeito.

“Como presidente da Comissão de Urbanismo”, somou-se Hélio Wirbiski, “digo que muito pouco sobre o projeto foi falado. Nada dito com consistência”. “A comissão verificou o local e não é possível construir bem público ali”, disse o parlamentar, para quem Galdino fez “discurso político”. “Cada um pode escolher quem vai apoiar [nas eleições], mas não pode ser leviano com o trabalho das comissões”, cobrou o vereador. Chicarelli (PSDC), Aldemir Manfron (PP) e Pedro Paulo (PDT) também criticaram o discurso do parlamentar do PSDB.

“Eu vou votar a favor, eu vi a documentação. Trabalho na região. Não posso concordar com vossa senhoria em tudo. Sou um vereador independente”, disse Chicarelli, fazendo crítica ao “cabresto” dos partidos políticos nos mandatos. Também reclamou de exemplo usado por Galdino, que disse ser a Praça de Bolso do Ciclista, na rua São Francisco, uma amostra de como espaços pequenos podem ser revertidos em proveito da população. “A praça virou um lugar de consumo de drogas. Não posso concordar com isso. O exemplo foi infeliz”, disse.

“Não é possível dizer que ali poderia ser feito creche ou escola. São trechos remanescentes de alguma via pública”, opinou Aldemir Manfron, também queixando-se de Galdino. “[Ele] não tem uma equipe tão perfeita? Por que não vai nas secretarias [da Prefeitura de Curitiba] fazer um levantamento, para defender uma tese verdadeira e não uma ilusória?”, reclamou. Pedro Paulo e Salamuni repassaram as etapas técnicas a que a venda do terreno foi submetida e que será feita via licitação.

Lote público
Conforme explica a mensagem do Executivo (005.00007.2015), a operação imobiliária é uma solicitação de Soeli Milita, vizinha do lote, que reclama da ocupação irregular do terreno. O imóvel de 211,47 m² foi avaliado em R$ 85 mil pela prefeitura – valor a ser corrigido por índices oficiais até a data do pagamento, caso a operação imobiliária ocorra.

Na solicitação por providências da prefeitura com relação ao terreno, a moradora do Campo Comprido se dispôs a adquirir o lote. Para isso, terá que arrematar o terreno via licitação pública, aberta a quem se interessar pela área. “E pelo maior valor”, emendou Salamuni, sobre o lote da planta Colônia Santo Inácio. O projeto foi aprovado em primeiro turno na última terça-feira (14), de forma unânime, com 26 votos favoráveis.