Lei preocupa os técnicos do Hemepar

por Assessoria Comunicação publicado 18/06/2008 18h10, última modificação 21/06/2021 11h18
Leis em vigor que oferecem benefícios aos doadores de sangue têm preocupado a diretoria do Hemepar (Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná). O problema está na legislação municipal que vincula a doação à isenção de taxas de concursos públicos. O assunto foi discutido nesta quarta-feira (18), na reunião da Comissão de Saúde, Bem-Estar Social e Meio Ambiente da Câmara de Curitiba, dirigida pelo presidente, vereador Angelo Batista (PP). No encontro, o parlamentar adiantou que “vai marcar reunião com os secretários municipais Arnaldo Bertone, dos Recursos Humanos, e Edimara Fait Seegmüller, da Saúde, para avançar no entendimento para revogar a lei vigente.”
“Não se pode vacilar na qualidade do produto por causa da quantidade”, avalia Suzana Helena Mercer, chefe da Divisão de Hematologia/Hemoterapia do Hemepar, que participou, junto com sua equipe de trabalho, da reunião da Comissão de Saúde. A vinculação da doação ao benefício “aumenta o número de candidatos. A intenção, ao aprovar a lei, foi boa, mas tem que se evitar todos os riscos de contaminação. Não se pode aceitar a doação de pessoas só interessadas nos benefícios”, analisa. Além disso, a medida vai contra a regulamentação da legislação que proíbe a remuneração pela doação.
O Hemepar, segundo Suzana, tem uma média de 80 a 100 doadores por dia. O ideal, na sua opinião, seria de 150 doações por dia para atender a demanda dos hospitais.
A equipe do Hemepar foi convidada pelo vereador Adenival Gomes (PT) a participar da reunião da Comissão de Saúde para falar do funcionamento do órgão público. Da sessão participaram, ainda, os vereadores Custódio da Silva (PR), Irineia Pedroso Blaszczyk, da diretoria de Comunicação da Associação de Voluntários do Sangue, Maria das Dores Santos e Maria Lúcia de Oliveira Doetzer, assistentes sociais do Hemepar.
Plenário
A preocupação com a saúde pública, por meio da doação de sangue, ainda foi destacada em plenário por Adenival Gomes. Segundo ele, próximo à realização dos concursos, as doações aumentam, porém, são omitidas informações de risco. “Esta atitude evita que o doador perca o benefício, mas prejudica a qualidade do serviço”, disse, reforçando a necessidade de revogação da lei municipal.