Lançada ONG contra a pedofilia em audiência

por Assessoria Comunicação publicado 05/12/2008 19h30, última modificação 22/06/2021 09h49
Foi lançada na tarde desta sexta-feira (5), na Câmara de Curitiba, a ONG Basta de Pedofilia, fundada por Michael Genofre, pai da menina Rachel Genofre, encontrada morta no início de novembro, dentro de uma mala deixada na Rodoferroviária da capital. O lançamento aconteceu durante audiência pública realizada no auditório do Anexo II da Casa, sobre a violência contra a criança e o adolescente. O evento foi uma iniciativa da Comissão de Segurança Pública e Defesa da Cidadania, presidida pelo vereador Pedro Paulo (PT). “O objetivo é demonstrar publicamente nosso grito de indignação a toda forma de violência cometida contra nossas crianças e adolescentes”, disse o parlamentar, na abertura do evento.
Segundo dados apresentados por Anderson da Costa Oliveira, do Conselho Tutelar de Curitiba, entre janeiro de 2007 e junho deste ano, foram registradas 17.709 violações de direitos fundamentais da criança e do adolescente. Do total, 8.729 são direitos à educação, cultura, esporte e lazer; 4.331, de convivência familiar e comunitária; 3.206, de liberdade, respeito e dignidade; 1.076, de vida e saúde, e 367, de profissionalização e proteção no trabalho. Entre os agentes violadores, Oliveira apontou o Estado com a maior porcentagem (55,18%), seguido da família (33,63%), própria criança ou adolescente (7,22), não identificado (2,53%) e sociedade (1,44%).
O promotor Murilo Digiácomo falou sobre o que o Ministério Público do Paraná tem feito para combater a violência contra a criança e o adolescente. Detalhou ações executadas pelo Centro de Apoio Operacional das Promotorias (Caop) da Criança e do Adolescente, criado em 2006. “O objetivo é cumprir papel permanente de auxílio e estímulo às melhores iniciativas no sentido da efetivação dos direitos para as nossas crianças e adolescentes”, explicou. Digiácomo informou, ainda, que de 1º de janeiro deste ano até hoje, o centro de apoio recebeu 1.838 denúncias, através do telefone 100 (Disque Denúncia Nacional), de casos de violência contra a criança e o adolescente no Paraná, sendo 267 em Curitiba. “Para diminuir estes números, precisamos de uma política pública municipal que tenha ações concretas, respaldadas no orçamento público”, concluiu.
Também falaram durante o evento Adriano Guzzoni, da Fundação de Ação Social (FAS); Ticiane Begnini, da Secretaria de Estado da Criança e da Juventude; Eunice Vieira Bonome, do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), e Michael Genofre.
Presenças
Participaram da audiência os vereadores André Passos (PT), Adenival Gomes (PT), Roseli Isidoro (PT), Paulo Salamuni (PV), Élcio Pereira (PPS) e Angelo Batista (PP), o deputado estadual Tadeu Veneri (PT); Gleisi Hofmann, presidente estadual do PT; Beijamim Zanlourenci Júnior, coordenador estadual do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci); Omar Akel, administrador da Regional Matriz; Camila de Almeida, presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Curitiba; Maria de Lourdes do Prado, da Rede de Proteção do Departamento de Ensino Fundamental da Secretaria Municipal de Educação; Fabiana Zelinski, presidente da União Paranaense de Estudantes; Maria Carolina de Oliveira, diretora da União Brasileira de Mulheres; Regina Bagatin, assessora da Secretaria Municipal de Saúde; Solange Aparecida Toledo, presidente do Conselho de Segurança da Caximba, conselheiros tutelares e representantes de ONGs.