Jornalista dará nome a CMEI

por Assessoria Comunicação publicado 13/10/2009 19h50, última modificação 28/06/2021 07h25
Foi aprovado por unanimidade na tarde desta terça-feira (13), na Câmara de Curitiba, projeto de autoria do líder do prefeito, vereador Mario Celso Cunha (PSB), que denomina de Abdo Aref Kudri uma das escolas públicas ou Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI). Conforme Mario Celso, Kudri, filho de imigrantes árabes, foi um dos pioneiros da imprensa paranaense. Também cursou Direito na Universidade Federal do Paraná e, em 4 de março de 1963, fundou o jornal Diário Popular, “num momento de tensão política no País. Um ato corajoso, pois um ano depois ocorreu o golpe, destituindo o presidente João Goulart e instalando décadas de ditadura”, lembrou, acrescentando que teve o privilégio de iniciar sua carreira como comunicador ao lado de Kudri.
Como líder do prefeito, Mario Celso informou que recebeu apoio de Beto Richa para o projeto, que, segundo ele, servirá como exemplo para a juventude curitibana. “Será um orgulho para os estudantes que utilizarem o local”, enfatizou. O vereador Omar Sabbag Filho (PSDB) sugeriu que a história do jornalista seja afixada na instituição de maneira que possibilite não só aos estudantes conhecerem a história do comunicador, mas todos que por ali transitarem.
Na justificativa, Mario Celso afirma que, apesar de a imprensa ter sido um dos segmentos que mais sofreu com o regime militar, Kudri não esmoreceu e enfrentou a falta de liberdade no setor, perseguições e problemas financeiros, como grande parte dos veículos de comunicação da época, e sobreviveu. “Chegou aos dias atuais e se posiciona hoje como um dos mais importantes e tradicionais jornais do Paraná, valorizando as causas paranistas e o povo paranaense.”
O texto contempla também episódio contado por Gilberto Namur no livro biográfico Abdo Aref Kudri – 50 Anos de Jornalismo, no capítulo “A Democracia Algemada”, quando os jornalistas paranaenses, em assembléia, resolveram por unanimidade paralisar suas atividades. Porém, era necessário explicar à população do Estado o motivo  da decisão tomada, mas nenhum veículo de comunicação se dispunha a ldar espaço. “Foi justamente nesse quadro nebuloso que Abdo Kudri resolveu ceder seu parque gráfico para que os jornalistas publicassem o manifesto, intitulado “A greve”.
Mario Celso destacou ainda que, ao longo de sua trajetória como jornalista e empresário das comunicações, foi homenageado com títulos concedidos pela Assembleia Legislativa e Câmara Municipal e recebeu diversas condecorações da iniciativa privada. “Sua última participação em evento público foi aqui na Câmara”, lembrou. Como presidente do Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revista do Paraná, era qualificado como conciliador e justo. Suas ações frente à entidade foram sempre pautadas pela ética e respeito.
“Colecionou centenas de amigos ao longo de seus 80 anos de vida e, ao lado de outros empresários da comunicação, como Francisco Cunha Pereira Filho, da Rede Paranaense de Comunicação, e Paulo Pimentel, diretor dos jornais O Estado do Paraná e Tribuna do Paraná, por meio do Diário Popular, ajudou a democratizar o País”, concluiu.