Incentivo ao turismo: Curitiba festejará Semana do Pinhão em junho
“A araucária precisa ser vista como um bem, como um capital e não como um problema [para os imóveis]. Imagino que a Semana do Pinhão será um fórum para Curitiba debater uma nova forma de manejo [dos pinheiros], pois não se trata só de prestigiar a árvore símbolo do Paraná, mas de tornar [a preservação] viável”, afirmou Mauro Bobato (Pode). O vereador é o autor do projeto de lei, aprovado nesta terça-feira (21) pela Câmara Municipal de Curitiba, que cria a Semana do Pinhão e da Araucária (005.00152.2018, com substitutivo 031.00018.2019). Se confirmada em plenário nesta quarta (22) e sancionada pelo prefeito, a data deverá ser comemorada anualmente, na primeira semana de junho.
Com votação unânime, e nove declarações de apoio durante o debate em plenário, a criação da Semana do Pinhão foi bem vista na CMC. “Não é um projeto menor, pois vai exercer um papel importante na preservação da nossa memória. A regionalização das características culturais é importante [para o turismo]”, defendeu Julieta Reis (DEM). Segundo ela, existe uma mobilização no Mercado Municipal e em outros espaços públicos para realizar eventos gastronômicos relacionados ao consumo do pinhão, já neste ano.
“Ali no Umbará todo mundo vai ganhar dinheiro com o pinhão, pois vão pegar gosto pela festa, igual acontece em Santa Felicidade”, avaliou Maria Manfron (PP), referindo-se aos eventos para a venda de vinho, de frango e de polenta realizados no bairro. Na mesma linha, Bruno Pessuti (PSD) concordou que é preciso “monetizar o pinhão”. “Há muitas possibilidades de receitas [com a semente]. E a farinha do pinhão pode ser usada [em substituição à de trigo] por quem tem restrição alimentar”, indicou.
Mauro Bobato reconheceu ser necessário criar uma cultura de preservação dos pinheiros, baseada nos aspectos culturais do produto no folclore regional, na relação da árvore com o clima e no aproveitamento das sementes na economia. Ele diz, na justificativa do projeto, que o Paraná é o maior produtor de pinhão do Brasil, somando, entre 2015 e 2017, uma produção de 10 mil toneladas da semente. De acordo com o vereador, o estado já teve 43% de seu território coberto por araucárias, área que hoje passou para apenas 0,75%.
Os vereadores Serginho do Posto (PSDB), Geovane Fernandes (PTB) e Professor Euler (PSD) sugeriram que, dentro deste debate, a proibição ao corte da araucária seja discutida. “Já ouvi muitas pessoas falando que, por não poderem fazer o corte [da araucária] no futuro, não se sentiam incentivadas ao plantio”, comentou Serginho, perguntando se não haveria uma compensação adequada ao corte de uma araucária - “como o plantio de muitas mudas”.
“No Boqueirão”, relatou Fernandes, “um empresário ofereceu plantar 100 mudas numa outra área em troca de retirar uma araucária do meio do terreno em que quer construir um barracão”. “Já ouvi ambientalistas falando que isso [não haver medidas compensatórias ao corte] tem prejudicado [a preservação da espécie]”, observou Euler, que sugeriu ampliar a discussão junto a peritos no assunto.
A matéria também foi debatida por Toninho da Farmácia e Zezinho Sabará, ambos do PDT, e Professor Silberto (MDB). O projeto retorna à pauta nesta quarta, para análise em segundo turno, na companhia das outras duas proposições avalizadas hoje em plenário. Uma delas autoriza a Prefeitura de Curitiba a vender um terreno no bairro Batel, de 48,4 m², para a empresa Luxor Administração e Participações Ltda. O lote foi avaliado por R$ 92 mil (005.00135.2018).
Cidadania Honorária
Os vereadores também aprovaram a Cidadania Honorária da capital ao médico veterinário Alexander Welker Biondo (006.00002.2019), que já esteve à frente do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA). A iniciativa é de Katia Dittrich (Solidariedade). “É uma pessoa de reputação ilibada e de conduta pessoal e profissional irrepreensíveis, que tem contribuído para o desenvolvimento de Curitiba com notório conhecimento e saber na área da Medicina Veterinária”, defendeu a autora.
Natural da cidade de São Paulo (SP), Biondo tem pós-doutorado em Biologia Molecular pela Universidade da Califórnia e em Microbiologia Médica pela Universidade de São Paulo (USP), além de ter presidido o Comitê de Atividades Internacionais da Sociedade Americana para Patologia Clínica Veterinária. A indicação foi elogiada pelo vereador Bruno Pessuti (PSD).
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