Hugo Simas dá nome a antiga estrada tropeira
No dia 10 de julho de 1948, a Câmara Municipal aprovou a lei que rebatizou a antiga Estrada do Pilarzinho. A via, que teve origens no período do tropeirismo e durante muitos anos foi uma das poucas estradas carroçáveis de Curitiba, passou a ser designada pelo nome do Desembargador Hugo Simas, jurista paranaense que falecera sete anos antes. Considerando que entre as atribuições dos parlamentares do Legislativo está a de nomear ou renomear logradouros públicos, a Assessoria de Comunicação dá continuidade ao seu projeto de resgate das histórias relacionadas a essas decisões, iniciado em 2010 e que pode ser conferido na página da instituição na internet.
Filho de Fernando Simas e de Helena Gutierrez, Hugo Simas nasceu em Paranaguá, no dia 23 de outubro de 1883. Seu pai foi o primeiro paranaense a se formar em Farmácia na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Além disso, ficou conhecido por ter desenvolvido dois produtos que comercializava em seu próprio estabelecimento: o “vinho de mate e glicerina” e o “Licor de Mate”. Apesar disso, as condições financeiras da família Simas não eram privilegiadas, muito em razão dos posicionamentos políticos de Fernando que, desde os tempos em que morou no Rio de Janeiro, nunca escondeu sua simpatia pelos ideais republicanos.
Foi assinante de manifestos anti-monárquicos e chegou mesmo a financiar e editar um jornal chamado Livre Paraná, de tendências explicitamente republicanas. Tais posturas lhe renderam inimizades, entre as quais poderia se destacar Manuel Antônio Guimarães, o Visconde de Nácar.
As eventuais dificuldades financeiras não foram empecilho para que o jovem Hugo Simas completasse seus estudos. Foi auxiliar da cadeira de história natural do Colégio Dom Pedro II e também escriturário da Estrada de Ferro Central do Brasil, atividades que lhe possibilitaram a conquista, aos 22 anos, da mesma graduação em farmácia obtida anteriormente pelo pai, a quem auxiliou na Pharmácia Simas por cinco anos.
Após esse período, Hugo Simas, já casado com Branca Gutierrez Simas, formou-se em Direito e passou a exercer o cargo de promotor na cidade de Antonina. Em 1912 tornou-se professor de Lógica no Ginásio Paranaense e no ano seguinte passou a administrar as disciplinas de português e pedagogia na Escola Normal de Curitiba. Concomitante a estas atividades, ingressou no jornalismo local, chegando a se tornar editor dos jornais Diário da Tarde e Correio do Paraná.
Outra atividade que lhe rendeu respeito e uma certa notoriedade foi a advocacia. Um exemplo da sua prática nesta seara aconteceu em 1915, na cidade de Ponta Grossa, por ocasião do caso que se tornou conhecido como “O Crime do Hotel Biella” (que foi o título de um de seus livros, de 1919). Simas logrou inocentar a ré Rosa Bindo que sofria a acusação de homicídio contra seu esposo, Arthur Bindo. A fama decorrente possibilitou a Simas o ingresso na política com sua eleição para deputado estadual.
Ao lado de nomes como Nilo Cairo e Victor Ferreira do Amaral, Simas foi um dos fundadores da Universidade Federal do Paraná. Nesta instituição, além de lecionar economia política e direito constitucional, foi também bibliotecário.
Hugo Simas, o jurista
Em 1921 transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde prestou consultoria jurídica para a filial brasileira do banco Lloyd, por solicitação de seu diretor, doutor Alves de Farias. Posteriormente, ainda no Rio, dedicou-se de forma exclusiva ao seu escritório de advocacia. Embora esta atividade lhe proporcionasse segurança econômica, aceitou, em 1932, o convite para a chefia do Ministério Público do Paraná, feito pelo então interventor Manuel Ribas.
Apesar de ter coordenado o órgão por apenas dez meses, o entendimento geral é de que sua passagem foi marcada por uma postura desburocratizante. Ao sair do MP, tornou-se desembargador pela instância então conhecida como Superior Tribunal de Justiça.
Hugo Simas publicou variadas obras jurídicas, com destaque para: Seguros Marítimos, de 1930; Tribunais Marítimos Administrativos, de 1931 e Compêndio de Direito Marítimo, de 1938. Sua produção profissional, isto é, seus discursos, pareceres jurídicos e sentenças formam um conjunto de 18 volumes. Simas foi além do universo jurídico e também abordou temas como o ensino da agricultura na escola primária. Incursionou pela prosa e pela poesia, além de exercer a crítica literária.
O conjunto de sua obra escrita lhe valeu o ingresso em instituições como o Centro de Letras do Paraná e a Academia Paranaense de Letras. Faleceu em 27 de outubro de 1941, mas sua influência sobre as gerações que se seguiram é verificável pela escolha de seu nome para o Centro Acadêmico do curso de Direito da Universidade Federal do Paraná, em 1932 (antes do seu falecimento).
A biografia de Hugo Simas justificou a escolha de seu nome para batizar uma das principais vias da cidade. Com início nas proximidades do Cemitério Municipal no bairro São Francisco e passando pelos bairros do Bom Retiro e do Pilarzinho, a rua Desembargador Hugo Simas é vital para quem deseja se locomover em direção à região norte de Curitiba, ou chegar à cidade de Almirante Tamandaré.
Por João Cândido Martins
Filho de Fernando Simas e de Helena Gutierrez, Hugo Simas nasceu em Paranaguá, no dia 23 de outubro de 1883. Seu pai foi o primeiro paranaense a se formar em Farmácia na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Além disso, ficou conhecido por ter desenvolvido dois produtos que comercializava em seu próprio estabelecimento: o “vinho de mate e glicerina” e o “Licor de Mate”. Apesar disso, as condições financeiras da família Simas não eram privilegiadas, muito em razão dos posicionamentos políticos de Fernando que, desde os tempos em que morou no Rio de Janeiro, nunca escondeu sua simpatia pelos ideais republicanos.
Foi assinante de manifestos anti-monárquicos e chegou mesmo a financiar e editar um jornal chamado Livre Paraná, de tendências explicitamente republicanas. Tais posturas lhe renderam inimizades, entre as quais poderia se destacar Manuel Antônio Guimarães, o Visconde de Nácar.
As eventuais dificuldades financeiras não foram empecilho para que o jovem Hugo Simas completasse seus estudos. Foi auxiliar da cadeira de história natural do Colégio Dom Pedro II e também escriturário da Estrada de Ferro Central do Brasil, atividades que lhe possibilitaram a conquista, aos 22 anos, da mesma graduação em farmácia obtida anteriormente pelo pai, a quem auxiliou na Pharmácia Simas por cinco anos.
Após esse período, Hugo Simas, já casado com Branca Gutierrez Simas, formou-se em Direito e passou a exercer o cargo de promotor na cidade de Antonina. Em 1912 tornou-se professor de Lógica no Ginásio Paranaense e no ano seguinte passou a administrar as disciplinas de português e pedagogia na Escola Normal de Curitiba. Concomitante a estas atividades, ingressou no jornalismo local, chegando a se tornar editor dos jornais Diário da Tarde e Correio do Paraná.
Outra atividade que lhe rendeu respeito e uma certa notoriedade foi a advocacia. Um exemplo da sua prática nesta seara aconteceu em 1915, na cidade de Ponta Grossa, por ocasião do caso que se tornou conhecido como “O Crime do Hotel Biella” (que foi o título de um de seus livros, de 1919). Simas logrou inocentar a ré Rosa Bindo que sofria a acusação de homicídio contra seu esposo, Arthur Bindo. A fama decorrente possibilitou a Simas o ingresso na política com sua eleição para deputado estadual.
Ao lado de nomes como Nilo Cairo e Victor Ferreira do Amaral, Simas foi um dos fundadores da Universidade Federal do Paraná. Nesta instituição, além de lecionar economia política e direito constitucional, foi também bibliotecário.
Hugo Simas, o jurista
Em 1921 transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde prestou consultoria jurídica para a filial brasileira do banco Lloyd, por solicitação de seu diretor, doutor Alves de Farias. Posteriormente, ainda no Rio, dedicou-se de forma exclusiva ao seu escritório de advocacia. Embora esta atividade lhe proporcionasse segurança econômica, aceitou, em 1932, o convite para a chefia do Ministério Público do Paraná, feito pelo então interventor Manuel Ribas.
Apesar de ter coordenado o órgão por apenas dez meses, o entendimento geral é de que sua passagem foi marcada por uma postura desburocratizante. Ao sair do MP, tornou-se desembargador pela instância então conhecida como Superior Tribunal de Justiça.
Hugo Simas publicou variadas obras jurídicas, com destaque para: Seguros Marítimos, de 1930; Tribunais Marítimos Administrativos, de 1931 e Compêndio de Direito Marítimo, de 1938. Sua produção profissional, isto é, seus discursos, pareceres jurídicos e sentenças formam um conjunto de 18 volumes. Simas foi além do universo jurídico e também abordou temas como o ensino da agricultura na escola primária. Incursionou pela prosa e pela poesia, além de exercer a crítica literária.
O conjunto de sua obra escrita lhe valeu o ingresso em instituições como o Centro de Letras do Paraná e a Academia Paranaense de Letras. Faleceu em 27 de outubro de 1941, mas sua influência sobre as gerações que se seguiram é verificável pela escolha de seu nome para o Centro Acadêmico do curso de Direito da Universidade Federal do Paraná, em 1932 (antes do seu falecimento).
A biografia de Hugo Simas justificou a escolha de seu nome para batizar uma das principais vias da cidade. Com início nas proximidades do Cemitério Municipal no bairro São Francisco e passando pelos bairros do Bom Retiro e do Pilarzinho, a rua Desembargador Hugo Simas é vital para quem deseja se locomover em direção à região norte de Curitiba, ou chegar à cidade de Almirante Tamandaré.
Por João Cândido Martins
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba