Hospital San Julian atendeu 200 mil pacientes em 50 anos

por Assessoria Comunicação publicado 08/08/2018 14h40, última modificação 28/10/2021 07h38

Na manhã desta quarta-feira (8), a Câmara recebeu representantes do Hospital San Julian no horário destinado à Tribuna Livre, durante a sessão plenária. A presença dos médicos se deu em função de convite feito pelo vereador Colpani (PSB). Mauro Ignácio (PSB), 2º secretário da Casa, saudou os convidados. Para ele, que conheceu o hospital há dois meses, trata-se de um serviço que dá certo. “Fiquei impressionado”, disse o vereador que durante sua visita ao hospital conheceu um menino de 10 anos, morador de Santa Felicidade, viciado em crack. “Mas o hospital possui uma equipe técnica que consegue reinserir as pessoas na sociedade”, afirmou Ignácio. “No momento o hospital conta com 420 leitos. Ainda que fossem mil, seriam poucos”, concluiu.

“Em 50 anos de existência, o hospital San Julian atendeu 200 mil pacientes” afirmou Ricardo Sbalqueiro, médico psiquiatra e diretor técnico da instituição. De acordo com ele, trata-se do maior hospital do estado, com 420 leitos. “Recebemos pacientes de Curitiba todos os dias. Adultos e adolescentes. Eles são submetidos a um período que pode ir de 2 a 3 meses de internamento, mas há também o atendimento ambulatorial”, disse o médico que ressaltou que o atendimento a pacientes dependentes químicos também se opera em Centros de Atenção Psicossocial (Caps), unidades básicas de saúde (UBS) e comunidades terapêuticas. “Nós fazemos a nossa parte, mas sabemos que estamos em déficit”, comentou Ricardo.

O médico observou que a equipe técnica do hospital é composta por psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, musicoterapeutas, artesãos e outros profissionais. Ricardo expôs alguns números como por exemplo, o índice, no Brasil, de 6 a 7 suicídios para cada 100 mil habitantes. 10% da população é dependente de álcool; 1 a 2% são dependentes em crack e cocaína; 7 a 10% são dependentes de maconha. “Estamos lidando com doenças de grande prevalência na sociedade”.

Segundo Afonso Antoniuk, neurocirurgião e fundador do hospital San Julian, o hospital nasceu da ideia de se oferecer tratamento a todos independente das condições financeiras. “Começamos com 20 leitos há 50 anos”, disse o médico que revelou se emocionar até hoje com o tratamento de adolescentes dependentes químicos. “Eles não têm ainda seu cérebro totalmente formado”, comentou. Ele reclamou do fato de que não há um hospital nos moldes do San Julian dedicado às mulheres. “Vale a pena o que estamos fazendo?” perguntou ele que se reportou à fábula  do beija flor que diante de um incêndio na floresta coletava pequenas gotas para apagá-lo. Ao ser perguntado se acreditava que aquilo iria extinguir o incêndio, o beija flor respondeu que não sabia, mas que estava fazendo sua parte.

Perguntas
Felipe Braga Côrtes (PSD) entende que o convite para conhecer o hospital é fundamental. “A visita poderia ser feita pelos vereadores por meio da Comissão de Saúde, Bem Estar Social e Esporte”. Para ele, os deputados estaduais podem contribuir por meio de emendas. “Trata-se de um trabalho desenvolvido com denodo” ressaltou o parlamentar. Professor Euler (PSD) comentou sobre o alto índice de suicídios no meio acadêmico e nos cursinhos. Ele perguntou se o hospital desenvolve trabalhos de prevenção. Ricardo Sbalqueiro respondeu que há trabalho de prevenção, mas quando solicitado por empresas e escolas. Ele lembrou do fenômeno conhecido como “baleia azul” [jogo infanto-juvenil que estimulava o suicídio] e também destacou o aumento de suicídios nas universidades “como é o caso da USP”, frisou. Sbalqueiro destacou o “Good Behaviour Game”, um método que ajuda crianças a trabalhar em conjunto para alcançar resultados positivos, servindo como prevenção ao uso de entorpecentes.

Professora Josete (PT) solicitou uma diferenciação do tratamento de dependentes químicos e de pessoas com transtornos psicológicos [haja vista que há a pretensão de se fundir essas duas modalidades nos Caps municipais]. Ricardo esclareceu que para doenças como a esquizofrenia, a psicoterapia não apresenta muitos resultados, valendo-se os médicos portanto das medicações existentes. Já no caso da drogadição, os remédios não são o método mais eficaz, tendo a psicoterapia uma importância maior.

Também se manifestaram os vereadores Helio Wirbiski (PPS); Maria Manfron (PP); Ezequias Barros (PRP); Jairo Marcelino (PSD); Bruno Pessuti (PSD); Katia Dittrich (SD); Colpani (PSB) e Oscalino do Povo (PODE).