Hospital Evangélico depende dos repasses do SUS, diz Noemia

por Assessoria Comunicação publicado 18/06/2015 15h20, última modificação 01/10/2021 07h30

“O interventor do Hospital Evangélico, Fabrício Hito, parecia otimista com o futuro da instituição. Ele apresentou como resultados para a Comissão de Saúde o fato de não faltar mais medicamentos, de o Pronto Socorro ter permanecido aberto e a revisão dos convênios, que há anos não eram reajustados. Tinha grupo particular pagando menos que o SUS por alguns procedimentos”, analisou Noemia Rocha (PMDB). Nesta quinta-feira, ela e o vereador Chicarelli (PSDC) estiveram no hospital, onde conversaram com Hito.

Sobre a possibilidade de paralisação dos funcionários na próxima segunda-feira (22), uma vez que estão com os salários atrasados, a direção do Evangélico disse que depende do repasse de recursos federais para quitar a folha de pagamento deste mês. “A situação do Hospital Evangélico é parecida com a de outras instituições conveniadas com o Sistema Único de Saúde (SUS): depende que a Prefeitura de Curitiba receba o dinheiro da União e repasse para o hospital”, explicou Noemia Rocha à imprensa que acompanhou a visita. “95% da receita do Evangélico é proveniente dos repasses do SUS”, completou.

A presidente da Comissão de Saúde explicou que mensalmente a prefeitura repassa R$ 7 milhões ao Hospital Evangélico, mas que a parcela deste mês, que é aguardada desde o dia 8, ainda não foi depositada na conta bancária da instituição. “Pelo que ouvimos do interventor, espera-se para esta sexta-feira (19) a entrada do dinheiro. Se isso acontecer, os funcionários serão pagos no mesmo dia, eles nos garantiram. Caso contrário, pode haver paralisação na segunda-feira (22)”, alertou.

“A dívida do Evangélico ainda está nos R$ 400 milhões, e diz respeito a ações trabalhistas, contratos com bancos e fornecedores”, informou Chicarelli (PSDC), “e o prazo da intervenção, que é de 12 meses, acabaria em dezembro deste ano, mas pode ser renovado por mais um período”. O vereador reforçou a preocupação com atraso nos repasses, “apesar de eles não terem passado de 15 dias, pelo que nos disseram”. “O pior momento parece mesmo que foi em fevereiro deste ano”, relatou.

Noemia Rocha e Chicarelli concordaram que o próximo movimento da Comissão de Saúde deve ser uma visita ao Ministério Público do Trabalho (MPT). “Vamos procurar o responsável pelo acompanhamento da intervenção, para verificar como o órgão avalia os resultados obtidos até agora”, adiantou a presidente da Comissão de Saúde. No final do ano passado, após o MPT solicitar intervenção federal no hospital, o juiz federal do Trabalho, Eduardo Baracat, nomeou Fabrício Hito para o cargo.

Hito assumiu a gestão administrativa e financeira do Hospital Evangélico após a instituição descumprir prazos de ações trabalhistas. “O interventor admite que o quadro financeiro ainda não está equilibrado, mas diz que renegociou contratos e prazos. Todos os meses, dívida com bancos retira quase R$ 2 milhões do dinheiro repassado à instituição. Um acordo mediado pelo MPT pode suspender esse pagamento mensal por um ano, desafogando o fluxo de caixa, mas há o temor que ações judiciais impeçam isso”, comentou Noemia. Também integram a Comissão de Saúde os vereadores Mestre Pop (PSC), Paulo Rink (PPS) e Valdemir Soares (PRB).