Homenageados 55 anos do curso de engenharia florestal da UFPR
Uma solenidade nesta sexta-feira (26), na Câmara Municipal de Curitiba, marcou o 55º aniversário de fundação do curso de engenharia florestal da Universidade Federal do Paraná. Proposta e presidida pelo vereador Paulo Salamuni (PV), a homenagem lotou o auditório do Anexo II do Legislativo. Na saudação aos convidados, o parlamentar destacou o caráter transformador da educação e a relevância da UFPR para o desenvolvimento da cidade. "Este é o momento de reconhecer a graduação e de demonstrar nossa gratidão por tudo que os senhores formaram."
Salamuni lembrou que a Escola Nacional de Florestas, a primeira do ramo no país, foi fundada em 1960, na cidade de Viçosa (MG), e em 1963 veio para Curitiba. Em 1973 a UFPR criou a primeira pós-graduação na área a nível de mestrado. Em 1982 foi a vez do doutorado, seguido, em 1987, pelo pós-doutorado – também pioneiros no Brasil.
O diretor do Setor de Ciências Agrárias da UFPR, professor Amadeu Bona Filho, defendeu a relevância da engenharia ambiental. "As florestas são cerca de 30% da matriz energética nacional. Só isso, enquanto se discute a crise energética, já dá a dimensão da importância do curso", apontou. Ele também citou a preservação ambiental: "No Paraná, não há uma ação de plantio de florestas que não tenha partido do curso". "Não atuamos apenas na formação de profissionais, mas também na construção e difusão de conhecimentos e tecnologias, com reconhecimento nacional e internacional", concluiu.
O professor Joésio Pierin Siqueira, que é vice-presidente da STCP Engenharia de Projetos, representou as empresas de base florestal: "Temos muito a comemorar". Segundo ele, o setor é o mais eficiente em termos de resultados para a economia nacional, além de sua importância ambiental. "A cada hectare que utilizamos, preservamos sem custo para a sociedade ou o governo 0,6 hectare. Preconomizamos o que diz a lei."
"Juntos conseguimos construir talvez o melhor setor florestal em todo o mundo. Não podemos ser comparados a nenhuma outra atividade produtiva neste país. Nossa engenharia florestal buscará ser a melhor e maior, mas também referência da ética, do bom serviço e da postura profissional adequada", apontou o professor Siqueira.
A história da criação e da consolidação da graduação em engenharia florestal foram apresentadas pelo professor Sylvio Péllico Neto. As atividades no Centro Politécnico, segundo ele, começaram em 1964. Ele destacou, entre outros itens, a criação da Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná (Fupef), em 1871. "Podemos afirmar, sem exagero, que somos a alma mater da engenharia florestal brasileira. Formamos, nesses 55 anos, 2.222 engenheiros florestais, 711 mestres e 409 doutores", declarou.
"Esse importante contingente profissional é majoritariamente fruto da interação com as empresas e outros segmentos de setor, como a Embrapa, o Ibama e as inúmeras organizações não governamentais. Nossos engenheiros estão presentes em diversas missões, exercendo um relevante papel na complexa engrenagem que move a economia do país", completou o professor Péllico Neto.
Além dos diplomas entregues a docentes e funcionários do curso, a Câmara Municipal de Curitiba homenageou a graduação. O coordenador, professor Umberto Klock, fez o discurso de agradecimento. "Quero acrescentar que temos uma identidade muito forte com nossa "Cidade Sorriso". Naquele dia [em 1963], quando o presidente João Goulart optou por Curitiba [ao transferir de Viçosa a Escola Nacional de Florestas], acertou em cheio. Nada mais justo para um pinheiral como o nosso", afirmou.
Klock disse que o curso da UFPR já formou engenheiros florestais vindos de todas as regiões do país e de outros países. "Essa carreira, que é um misto de engenharia, ciência florestal e gestão, é única capaz de formar pessoas sensíveis ao desenvolvimento econômico e social e com a preservação de nosso maior bem, que é a floresta, responsável pela qualidade do ar, da água e pela preservação da biodiversidade."
Familiares de docentes já falecidos receberam diplomas póstumos. O professor Manfred Theodor Schmid fez o discurso em memória àqueles que em vida colaboraram para a educação e o engrandecimento da engenharia florestal. "Talvez fosse mais sensato fazer dez minutos [tempo para o pronunciamento] de silêncio", afirmou.
Schmid falou um pouco de cada um dos 13 homenageados – entre eles Riad Salamuni, pai do vereador Paulo Salamuni. Geólogo paranaense com projeção internacional, foi o primeiro reitor da UFPR eleito pela comunidade universitária, cargo que ocupou entre 1986 e 1990. No âmbito florestal, Riad Salamuni assinou um importante convênio com uma universidade japonesa. "Sinto-me honrado por ter falado sobre esses colegas", finalizou.
O último pronunciamento foi do reitor da UFPR. Zaki Akel Sobrinho agradeceu a homenagem em nome da intituição: "É um recohecimento que nos enche de orgulho e alegria, mas aumenta ainda mais nossa responsabilidade. Quero parabebizar as pessoas maravilhosas que receberam esses diplomas". "Temos aqui algumas das lendas vivas de nossa universidade. Vocês são exemplos para todos nós, paradigmas do amor pela carreira acadêmica e pela natureza. A educação de fato é a grande chave de transformação de nossa sociedade. Vivemos momentos difíceis na economia nacional, mas com otimismo vamos continuar a ampliar a educação no Paraná", destacou.
Autoridades
A mesa do evento reuniu, além de Salamuni e do presidente da Casa, vereador Ailton Araújo (PSC), o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho; o superintendente da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA), Raphael Rolim de Moura; o coordenador do curso, professor Umberto Klock; o decano da Escola de Ciências Agrárias e Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), professor Humberto Madeira; o professor Amadeu Bona Filho; o coordenador do programa de pós-graduação em engenharia florestal da UFPR, professor Antônio Carlos Batista; e o chefe adjunto da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Sérgio Gaiad.
Homenageados
A Câmara Municipal de Curitiba entregou diplomas aos funcionários Manoel Mário Mendes e Mariza do Carmo Drusina e aos professores Antônio Albino Ramos; Antônio José de Araújo; Araceli Vidal Gomes; Arthur Santos Filho; Bernard Max Staudacher; Carlos Bruno Reismann; Dietrich Burguer; Eliseu Lacerda; Frederick Van Dillewijn; Jean Dubois; José Geraldo de Araújo Carneiro; José Henrique Pedrosa-Macedo; José Bittencourt de Andrade; Luis Carlos Schimmelpfeng; Luiz Carlos Nascimento Tourinho; Luíza Maria Burger; Manfred Theodor Schmid; Mario Takao Inoue; Roberto Toyoshi Hosokawa; Ronaldo Lopes Linhares; Ronaldo Viana Soares; Sebastião do Amaral Machado (recentemente condecorado com a Cidadania Honorária de Curitiba); Sylvio Péllico Netto; Volhat Von Deichmann; e Winfried Erich Hubert Blum.
As homenagens póstumas foram dedicadas a Amauri Simioni; Attilio Antônio Disperati; Gerhard Speidl; Giampiero Baldanzi; Heinrich Moosmayer; Joachin Schoenherr; Nadir da Silva Castro; Newton Isaac da Silva Carneiro; Orlando Vasconcelos de Azevedo; Peter Kastedt; Riad Salamuni; Ronaldo Pereira da Silva; e Rudi Arno Seitz.
Mais fotos da sessão solene estão no Flickr da Câmara de Curitiba.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba