Homenageada pela CMC, ex-vereadora Dona Lourdes denominará bosque
Mauro Ignácio foi o autor da indicação do nome de Dona Lourdes para denominar bosque no Santa Quitéria. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
Em vias de ser inaugurado pela Prefeitura de Curitiba, um bosque no bairro Santa Quitéria, com área de 4,3 mil m², será denominado em homenagem à ex-vereadora Dona Lourdes. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (21) pela Câmara Municipal de Curitiba (CMC), que aprovou a indicação sugerida por Mauro Ignácio (DEM) para o espaço (008.00012.2021) . Foram 34 votos favoráveis, 1 contrário e 1 abstenção.
“Ela deixou um legado positivo para a cidade e agora está para completar um ano do seu falecimento”, lembrou Mauro Ignácio na CMC. Dona Lourdes veio a óbito no dia 1º de abril de 2021, aos 93 anos de idade, após sofrer um acidente vascular cerebral. Conhecida como “a vereadora mais idosa do Brasil”, ela esteve na Câmara até o ano anterior, quando decidiu não concorrer à reeleição em decorrência do risco trazido pela covid-19. A morte da parlamentar foi bastante sentida no Legislativo, que aprovou um título de Cidadã Honorária de Curitiba in memoriam em abril do ano passado.
“Dona Lourdes foi vereadora por quatro mandatos, era destemida e determinada. Em 2015, ela sonhou com um espaço de lazer ao lado do conjunto Buriti. Dois anos depois começou o projeto técnico e, em 2019, as obras. Nesse período, ela destinou R$ 500 mil em emendas para a concretização desse sonho, que eu visitei e que será uma bela obra para aquela comunidade, além de agora eternizar a sua memória. Dona Lourdes dedicou sua vida às causas dos mais humildes; era de poucas palavras, mas de muita ação”, relatou Mauro Ignácio.
“Sendo a vereadora mais idosa do Brasil em atividade, a principal qualidade dela era o exemplo de responsabilidade com o cargo. Ela batalhava pela dignidade social, dando suporte aos mais pobres e ajuda a quem precisava de documentos”, destacou Tico Kuzma. “Era uma pessoa de boa alma, que além de cumprir seu ofício como vereadora, trabalhava pela emancipação das pessoas e superou muitas barreiras na sua vida. Não é à toa que se chega a quatro mandatos em uma capital”, completou Serginho do Posto.
“Em todas as sessões, ela era a primeira a chegar. Ela só queria fazer o bem e a história de vida da Dona Lourdes se confunde com a de Curitiba”, confirmou Mauro Bobato (Pode). Também Oscalino do Povo (PP) testemunhou conhecer a ex-vereadora pelo trabalho social na região do Santa Quitéria antes mesmo dela ser eleita para a Câmara de Vereadores. “Ela deixou órfãos centenas de pessoas que confiavam no trabalho da vereadora. Essa, sim, merece todo nosso aplauso e apoio”, disse Osias Moraes (Republicanos).
Tendo ingressado na CMC na mesma legislatura que Dona Lourdes, Professora Josete ressaltou a importância dela para a cidade, por se tratar de uma das poucas mulheres que conquistaram esse cargo e por ser uma pessoa idosa. “Temos uma cultura de não valorização das pessoas idosas na nossa sociedade, de desqualificá-las e abandoná-las, mas Dona Lourdes foi eleita aos 88 anos de idade [no último mandato]. Sempre foi muito gentil e respeitosa”, destacou a parlamentar.
“Ela faz muita falta para todos nós”, acrescentou Pier Petruzziello (PTB) e Alexandre Leprevost (Solidariedade) reconheceu que “é uma homenagem mais que justa”. A votação foi acompanhada em plenário pela ex-chefe de gabinete, Jane Dávila, que foi referenciada em todas as falas dos parlamentares, por sempre acompanhar Dona Lourdes em suas atividades, especialmente em plenário.
Denian Couto justificou o voto contrário dizendo ser contra que a CMC aprove novas denominações de logradouro quando há centenas de leis já aprovadas e ainda não implementadas. “Votei a favor da Cidadania Honorária [no ano passado]”, lembrou. A homenagem volta ao plenário nesta terça, para votação em segundo turno.
Utilidade pública
Os vereadores de Curitiba também aprovaram, em primeiro turno, a concessão da declaração de utilidade pública à ONG Solidárias Festinhas (014.00035.2021). “A sede fica na Vila Sandra e eles realizam um trabalho voltado às comunidades em situação de vulnerabilidade”, justificou o parlamentar, após relatar visita recente ao espaço da organização não governamental. A declaração é necessária para a realização de convênios da entidade com o poder público.
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