Hipervisor Curitibano: criação de 26 cargos em comissão será votada na terça
Hipervisor Curitibano funcionará com a atual Muralha Digital, no prédio do ICI. (Foto: Daniel Castellano/SMCS)
Apelidado de “Cérebro da Cidade Inteligente”, a estruturação do projeto Hipervisor Curitibano será votada em regime de urgência pela Câmara Municipal de Curitiba (CMC). O Executivo quer o aval dos vereadores para criar 26 cargos em comissão no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), que comporão a equipe que trabalhará na integração dos dados da Muralha Digital, da Defesa Civil, do Trânsito, da Central 156 e das concessionárias de água e de energia. O projeto de lei será votado em primeiro turno na próxima terça-feira (5).
No projeto de lei enviado para os vereadores, a Prefeitura de Curitiba pede a criação de um cargo de diretor (C-2, com remuneração bruta de R$ 20 mil), dez de gestor público (C-3, R$ 12,9 mil), treze de gestor público II (C-4, R$ 8,8 mil), um de gestor público III (C-5, R$ 6,4 mil) e um de agente público municipal I (C-6, R$, 4,8 mil). No cálculo do impacto financeiro, o Executivo projetou que a equipe do Hipervisor Curitibano custará R$ 5,7 milhões no ano de 2024. A lotação desses cargos no Ippuc, justifica a Prefeitura, é em razão de o instituto ser “responsável pela transição digital, gestão e controle inteligente no âmbito municipal”.
O regime de urgência foi protocolado pelo líder do governo, Tico Kuzma (PSD), com o apoio de Alexandre Leprevost (Solidariedade), Beto Moraes (PSD), Bruno Pessuti (Pode), Ezequias Barros (PMB), Herivelto Oliveira (Cidadania), Hernani (PSB), Jornalista Márcio Barros (PSD), Leonidas Dias (Solidariedade), Marcelo Fachinello (Pode), Mauro Bobato (Pode), Oscalino do Povo (PP), Osias Moraes (Republicano), Pier Petruzziello (PP), Sabino Picolo (União), Serginho do Posto (União), Sidnei Toaldo (Patriota), Rodrigo Reis (União) e Pastor Marciano Alves (Solidariedade).
Com recursos da Agência Francesa, Hipervisor funcionará no prédio do ICI
Aprovado pelo plenário em votação simbólica, o regime de urgência do Legislativo encurta a tramitação de um projeto de lei para apenas três dias úteis, por isso a criação dos cargos para a equipe do Hipervisor Curitibano será votada na próxima terça-feira (411.00019.2023). “[No Hipervisor] serão recebidos e tratados dados dos centros de operação, dos sistemas especialistas e de sensores, como câmeras, radares, estações meteorológicas, entre outros”, explica a justificativa do projeto, assinado por Eduardo Pimentel, prefeito interino à época do protocolo. Além disso, o “cérebro”, diz o Executivo, emitirá alertas, terá painéis com indicadores e ferramentas de inteligência artificial (005.00206.2023).
A implantação do Hipervisor Curitibano conta com apoio técnico e recursos da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O “Cérebro da Cidade Inteligente” ficará no edifício que pertence à Prefeitura de Curitiba e onde hoje já funcionam o Instituto das Cidades Inteligentes (ICI) e a Muralha Digital, no Cabral. A exemplo dos hipervisores em funcionamento nas cidades de Lyon (França), Bristol (Inglaterra), Camberra (Austrália), Medellín (Colômbia) e Singapura, o de Curitiba foi planejado para ser uma plataforma de compartilhamento e convergência de dados públicos.
Vereadores divergem sobre regimes de urgência em projetos do Executivo
Ao defender o regime de urgência, Tico Kuzma defendeu que o Hipervisor Curitibano é “mais um passo desta cidade inovadora” e que estava previsto no plano de governo da gestão Rafael Greca, prometendo apresentar os detalhes da proposta na semana que vem, quando ela for votada em plenário. A fala foi uma resposta às vereadoras Professora Josete (PT) e Indiara Barbosa (Novo), que antes haviam repetido as críticas ao encurtamento da tramitação dos projetos do Executivo. “Como que a cidade se diz inteligente, se não consegue se planejar?”, disse Indiara Barbosa.
“Por que trazer em regime de urgência? O que nos preocupa é que são cargos em comissão, que não são ocupados por servidores públicos. Hoje, já temos diversos cargos nas regionais que são indicados por vereadores da base, que não são cargos técnicos, que muitas vezes ficam a serviço de um vereador naquela região. Será que o que se está propondo aqui é algo na mesma linha? Serão mais cargos direcionados aos vereadores da base?”, perguntou a Professora Josete.
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