"Há muito a fazer no setor", diz secretário municipal da Saúde
O secretário municipal da Saúde de Curitiba, João Carlos Baracho, esteve na Câmara Municipal nesta terça-feira (21) para audiência pública de prestação de contas das atividades da pasta referentes aos quatro últimos meses de 2016. Durante a visita ao Legislativo, o gestor falou da dívida de R$ 233 milhões encontrada na área da saúde e afirmou que há “muito a fazer” no setor. “Encontramos este furo, recursos que vieram do Governo Federal que deveriam ter sido repassados para os hospitais, encaminhados aos prestadores. Mas já corrigimos as atitudes da gestão passada, que foram equivocadas”, afirmou.
Leia também: Vereadores questionam secretário sobre dívida e investimentos
Durante a prestação de contas, ele detalhou as ações da gestão anterior para a administração, de setembro a dezembro, de R$ 604.823.683,62 depositados no Fundo Municipal de Saúde. Deste total, foram empenhados R$ 553.472 milhões: destes foram gastos R$ 278.865 milhões em atenção básica; R$ 261.616 milhões em assistência hospitalar e ambulatorial; R$ 7.948 milhões em vigilância sanitária; e R$ 5.043 milhões para vigilância epidemiológica. A receita total de 2016 na área da saúde foi de R$ 3.975.104.005,22.
O secretário destacou o aumento no número de atendimentos especializados e de internamentos pelo SUS, além da diminuição do número de novos casos de Aids e de nenhuma notificação da doença em crianças menores de 5 anos. “Em 2016 tivemos uma cobertura vacinal menor que 2015. Isso mostra que temos que voltar a investir em prevenção, nas ações de proteção à saúde. Estamos gastando muito com assistência à doença. Aí cabe a análise do que temos pela frente”, frisou.
Segundo Baracho, a equipe da secretaria visitou os equipamentos de saúde e a situação de muitos postos é “absolutamente precária”. “Mato crescido, equipamento deteriorado, falta de medicamentos e insumos, uma rede de assistência em situação complicada”, contou.
“Esses primeiros meses têm sido difíceis, complicados. Muitos fornecedores com dificuldade de manter a continuidade, por falta de pagamento dos últimos meses. Já estamos trabalhando no mapa estratégico, repassando para todos os distritos sanitários e equipes de saúde aquilo que representa o nosso direcionamento”, informou o secretário.
Entre as metas apresentadas durante a prestação de contas estão a redução da mortalidade materna e infantil, da mortalidade precoce por doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e doença renal crônica, a diminuição de mortes por causas externas, como acidentes de trânsito. Também estão previstos esforços como os programas “Mãe Curitibana” e “Curitiba sem Mosquito”.
“Desejamos que Curitiba seja uma cidade com população saudável e feliz. Viver os espaços públicos com segurança, a plenitude da felicidade, na relação entre as pessoas, de maneira saudável, aproveitando nossa cidade, com tudo de bom que ela tem para nos oferecer. Nosso compromisso maior é com a população, o bem comum, a vida saudável, a promoção a saúde”, frisou.
A audiência pública de prestação de contas da Secretaria Municipal da Saúde é uma iniciativa da Comissão de Saúde, Bem-Estar Social e Esporte da Câmara de Curitiba e foi conduzida pela presidente do colegiado, Maria Leticia Fagundes (PV). Também compõem a comissão os vereadores Oscalino do Povo (PTN), Osias Moraes (PRB), Mestre Pop (PSC) e Noemia Rocha (PMDB).
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba