Grupo de trabalho vai avaliar atividade dos tatuadores

por Assessoria Comunicação publicado 17/12/2009 18h45, última modificação 28/06/2021 11h40
Durante audiência pública realizada, nesta quarta-feira (16), com o vereador Jair Cézar (PSDB), autoridades, tatuadores e colocadores de piercing, ficou decidido que será montado um grupo de trabalho (GT) para tratar da situação destes profissionais em Curitiba. “Queremos buscar melhores práticas para que a cidade seja referência nesta área”, comentou o parlamentar, que é autor da lei que disciplina a realização dos procedimentos em menores de idade.
O GT será formado por representantes da Câmara Municipal de Curitiba, secretarias municipais da Saúde e Finanças, tatuadores e aplicadores de piercing. As reuniões devem iniciar no primeiro trimestre de 2010. O objetivo é ajudar os estúdios a se legalizarem, além de debater a legislação atual que envolve a categoria. Segundo Jair Cézar, este é o primeiro passo de um processo que vai melhorar o serviço prestado, tirando muitos da informalidade e gerando mais empregos e segurança para os clientes.
Na ocasião, os presentes receberam informações sobre a prevenção de doenças transmitidas pelo sangue e pelas secreções. As hepatites B e C, que estão entre as principais doenças transmissíveis, mereceram destaque, com a convocação de todos os profissionais para se vacinarem. Das duas, apenas a do tipo B pode ser prevenida por vacina. Eles também foram orientados sobre a necessidade de estar com licença sanitária e alvará em dia e, no caso dos que ainda não estão legalizados, de procurar a prefeitura.
Para a superintendente de gestão da Secretaria Municipal da Saúde, Eliane Chomatas, a intenção é que Curitiba tenha a melhor prática do Brasil nessa área. “A regularização dos estúdios é mais simples do que se imagina”, informou. A tatuadora Danniella Karinny Ferreira de Souza, que se legalizou no ano passado depois de 11 anos na informalidade, afirmou que sempre fez tudo corretamente, mas tinha receio de ter contato com a prefeitura. “Conversando com o pessoal da Vigilância Sanitária, vi que a coisa não é tão complicada assim e agora tenho o meu estúdio totalmente organizado também na parte fiscal", conta a profissional, que se ressente apenas da falta de escolas para aperfeiçoamento na cidade. "É perfeitamente possível que todos sigam esse exemplo", disse o vereador.
Jo Maciel, proprietária de um estúdio de tatuagem, disse que o debate de todos os procedimentos que envolvem a área é muito importante, principalmente os relacionados à higiene e saúde. “Com este grupo vamos poder levar nossas sugestões ao Executivo e ao Legislativo para uma melhor relação entre todos, principalmente com nossos clientes.”
Higiene
Aplicação de tatuagem ou piercing em condições inadequadas de higiene podem ocasionar sangramento intenso, dificuldades respiratórias e quelóides, além de ser meio de transmissão de doenças graves como hepatites B ou C, tétano, sífilis e aids. Para se preservar desses riscos, tanto o cliente como o aplicador devem fazer a correta higienização das mãos e usar luvas e máscara descartáveis, assim como os instrumentos que entrarão em contato com a pele também limpa do cliente.
Para o público, a garantia de que esses cuidados serão observados estão na apresentação de alvará e a licença sanitária. Esses documentos, que devem ser afixados em local de fácil consulta pelos clientes em potencial, significam que as leis 9.000/96 (Código de Saúde), 13.301/01, decreto 5.711/02 e resolução 126/07 estão sendo acatadas e, por isso, o estabelecimento é considerado idôneo para a realização daqueles procedimentos.