Greca critica promotora por travar terceirização da UPA do CIC

por Assessoria Comunicação publicado 20/12/2017 15h25, última modificação 25/10/2021 08h07

“A UPA [Unidade de Pronto Atendimento] da CIC não foi aberta porque a doutora, promotora do Ministério Público, amarrou as minhas mãos. Quando ela desamarrar, eu abro. Agora já temos culpado para a UPA da CIC estar fechada – não é municipal”, disse, nesta quarta-feira (20), o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PMN), em nova visita surpresa ao Legislativo. Ele participou da última sessão plenária de 2017, falando após a Comissão Executiva apresentar um balanço do ano na Câmara Municipal.

O comentário é uma referência à decisão judicial que, no dia 28 de novembro, suspendeu o chamamento público que resultaria na contratação de uma Organização Social (OSs) para a administração da UPA da CIC. Na data, a 4ª Vara de Fazenda Pública acatou liminarmente pedido do Ministério Público do Paraná (MP-PR) para que o edital não fosse aberto, pois, na argumentação do órgão de controle, o Executivo não teria demonstrado o “esgotamento das disponibilidades de o Poder Público prestá-lo por meio da administração direta e indireta”.

“É a ditadura ignorante que não percebe a importância das parcerias, das terceirizações, do binômio eficiente que é um bom serviço público profissional, atuando junto com bons serviços terceirizados”, acusou Greca. “Embora o Conselho Municipal de Saúde tenha me autorizado a terceirização, a sua excelência, a doutora, não permitiu. Vou entrar na Justiça contra ela, vou a todas as instâncias da Justiça, porque quem quer governar Curitiba que se candidate, candidate-se a prefeito e concorra às próximas eleições”, completou.

Hoje foi a terceira vez que Rafael Greca esteve no Legislativo em 2017, um fato elogiado pelo líder do Executivo na Câmara Municipal, Pier Petruzziello (PTB). “O prefeito demonstra um profundo respeito não apenas com os vereadores da base, mas com os 38 [parlamentares], ao vir pela terceira vez prestar contas e dar satisfação do seu mandato”, disse o vereador.

Petruzziello disse que o prefeito “foi corajoso ao enfrentar um momento difícil, deixando sua popularidade de lado”, numa citação à votação dos projetos do Plano de Recuperação, que terminaram debatidos em sessões improvisadas na Ópera de Arame. “Os vereadores não lhe faltaram”, concluiu o líder do Executivo na Câmara.
 
“O agradecimento é a memória do coração”, respondeu Greca, “e vocês não faltaram a Curitiba nesse ano difícil e histórico. O plano de recuperação permitiu que superássemos o quadro desolador [encontrado na prefeitura], com uma dívida de R$ 2,1 bilhão”. O prefeito aproveitou a visita para fazer um balanço rápido do primeiro ano de gestão e anunciar medidas para 2018. Ele não poupou críticas ao seu predecessor no cargo, Gustavo Fruet (PDT), citando várias vezes em seu pronunciamento “vergonhas que pesam sobre a gestão anterior.”

Promessas para 2018
Foi prometido investimento em mobilidade urbana no montante de R$ 489 milhões, na maior parte destinado à pavimentação de vias de Curitiba. A esse valor, disse Rafael Greca, serão acrescido os R$ 6 milhões economizados pela Câmara Municipal e devolvidos hoje ao Executivo – perfazendo, portanto, uma expectativa de R$ 495 milhões em obras em 2018.

“Que se coloque [os R$ 6 mi da Câmara] também em pavimentação”, ordenou o prefeito. Ele disse que consultará os vereadores para definir ruas que receberão asfalto. “Neste ano conseguimos, em 52 semanas, fazer 66 ruas [fresa, recape e requalificação]”, disse. “Na gestão passada, com a sofrível conservação, quase perdemos toda a malha viária da cidade. Agora vamos requalificar os corredores de transporte e vias periféricas”. Justificou.

Greca defendeu o reajuste da tarifa técnica do transporte coletivo para R$ 4,25 em fevereiro deste ano, atribuindo a esse gesto a renovação da frota de ônibus iniciada agora, com 10 ônibus novos. “Serão 175 novos ônibus em 2018. 25 ligeirões para o eixo norte-sul, ligando o terminal do Santa Cândida à Praça do Japão”, acrescentou, dizendo haver a possibilidade de, com novas obras viárias, levar a linha até o terminal do Capão Raso e do Pinheirinho. Também falou em novo sistema de bilhetagem.

“O restaurante popular do Capanema está pronto e será entregue nos primeiros dias de janeiro”, continuou, informando que as pessoas em situação de rua na região já foram cadastradas e serão objeto de resgate social ao longo de 2018. Greca também prometeu quatro trincheiras e um programa de eficiência energética que contempla o aproveitamento do biogás do Aterro da Caximba e placas fotovoltaicas no Paço Municipal e no Palácio 29 de Março.

O prefeito incluiu na lista de ações a reurbanização de uma área na região sul, como projeto piloto de um Bairro Novo Ecológico, o início da despoluição do rio Belém, e um memorial para as obras do escultor João Turim, que reunisse o acervo de 78 esculturas, “copiadas em escala heroica, em bronze, para pôr em parques de Curitiba”.

Base x oposição

Depois que o prefeito deixou a Câmara, a sessão continuou e os vereadores Felipe Braga Côrtes (PSD), Bruno Pessuti (PSD) e Pier Petruzziello discutiram a relação dos vereadores com o Executivo. “Essa Câmara está de joelhos à prefeitura. Por que será?”, criticou Braga Côrtes, dizendo que estar na oposição, “sem benesses”, “faz bem”. “É a maior oposição da história [da Câmara]”, rebateu Petruzziello, “[então] não venham dizer que está ajoelhada, porque não está”. “Agora não tem como bater sistematicamente [na prefeitura] e ser atendido de tapete vermelho”, acrescentou.