Geógrafo alerta para a gestão das águas
Hoje, a população de Curitiba e região metropolitana é de 2,8 milhões de habitantes, que consomem, cada, 200 litros de água por dia. Em 2010, serão 3,6 milhões de pessoas, cujo consumo passará a 250 litros/dia. O alerta é de Paulo César Medeiros, mestre em Geografia e coordenador técnico-científico do Centro de Estudos, Defesa e Educação Ambiental do Paraná – Cedea, que participou, nesta sexta-feira (24), do terceiro dia do curso de capacitação em gestão integrada de recursos hídricos, que teve início na quarta (22), no Anexo II da Câmara Municipal.
O especialista abordou a situação atual da Bacia do Alto Iguaçu e afluentes do Alto Ribeira, a gestão integrada de bacias hidrográficas, aqüíferos, uso do solo e o uso múltiplo das águas e falou da necessidade de serem seguidas as diretrizes do uso do solo, que vão garantir a viabilidade e sustentabilidade da cidade como metrópole.
Para Medeiros, plano traçado em 1992 foi otimista no cuidado com o crescimento urbano, prevendo ações na política de gestão integrada para a recuperação ambiental. “A idéia é mostrar que a gestão das águas, no caso da região metropolitana de Curitiba, não pode desconsiderar este plano. Nada é novidade, mas precisamos segui-lo”, disse, acrescentando que, “no cenário atual, o que temos é a perda de bacias, mantendo-se somente as bacias estratégicas (reservatórios), além de um gestão burocrática, tecnocrática com uma ocupação de áreas desordenada. Com uma gestão ineficiente e uso múltiplo da água, teremos um colapso no abastecimento”, afirmou.
Desrespeito
“Num cenário que já não mais regional, mas está embutido internacionalmente em projeto macro visando a competitividade das cidades, trazendo novas indústrias, estamos abrindo as porteiras, não respeitando as leis. Foi assim que o Rio Palmital morreu”, destacou Medeiros. “Fomos forçados a abrir mais barragens, para adaptação a esse novo modelo, e absorver o ciclo da indústria automobilista da década de 90, onde mais de 1 milhão de pessoas migraram para a região metropolitana. Isso deu um pulo no consumo de água”, acrescentou, voltando a alertar que “temos 30 anos de história local e os técnicos e legisladores não podem mais fazer ajustes. Não se está inventando nada, é um retrabalho do que já se tem. A sociedade civil pode ter sido omissa quanto a mostrar que existem instrumentos de proteção, mas o problema passa pelo político-econômico, na busca dos interesses em detrimento do fator ambiental. Para nós, a gestão das águas passou a ser vista como um novo território”, concluiu.
Lixo
Também palestrante no curso, João Gomes, engenheiro ambiental da Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa), falou sobre a gestão de resíduos sólidos e o impacto ambiental sobre os cursos d’água. O destino dos resíduos sólidos urbanos foi o principal tema discutido pelos participantes do curso, especialmente o lixo tóxico, como pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes. Segundo Gomes, a população ainda não está conscientizada da importância da separação do lixo doméstico e da coleta adequada.
Para a coordenadora geral do Cedea, Laura Jesus de Moura e Costa, “o destino do lixo é um dos problemas mais difíceis que a administração pública municipal tem para resolver. É necessário fazer um trabalho de educação ambiental permanente para conscientizar a população. Além disso, precisamos tornar mais acessível tanto a coleta como os horários deste serviço, pois muitas pessoas têm dificuldades de se deslocar até os pontos de coleta e os horários são restritos”.
Participação
Outro tema abordado no último dia de curso foi a experiência comunitária na gestão dos recursos hídricos em comitês de bacia e a sociedade civil na gestão dos recursos hídricos. O assunto foi debatido pelo coordenador da Liga Ambiental, Rafael Filippin; o advogado ambientalista e colaborador do Cedea, Rubens Sundin Pereira, e o coordenador da União das Entidades Ambientalistas do Paraná (Uneap Litoral), Pedro Guimarães Rodrigues. Segundo os palestrantes, a sociedade precisa participar mais das discussões sobre temas ligados ao meio ambiente e se mobilizar para fazer valer suas decisões. “A participação da sociedade na gestão de recursos hídricos ainda não é efetiva, porque o Estado não aceita que suas decisões sejam discutidas, negociadas e modificadas”, afirmou Filippin.
Ao final do curso, houve apresentação dos trabalhos desenvolvidos nas dinâmicas de grupo. O vereador Aladim Luciano (PV) e a coordenadora do curso, Laura Jesus de Moura e Costa, entregaram os diplomas aos participantes.
O especialista abordou a situação atual da Bacia do Alto Iguaçu e afluentes do Alto Ribeira, a gestão integrada de bacias hidrográficas, aqüíferos, uso do solo e o uso múltiplo das águas e falou da necessidade de serem seguidas as diretrizes do uso do solo, que vão garantir a viabilidade e sustentabilidade da cidade como metrópole.
Para Medeiros, plano traçado em 1992 foi otimista no cuidado com o crescimento urbano, prevendo ações na política de gestão integrada para a recuperação ambiental. “A idéia é mostrar que a gestão das águas, no caso da região metropolitana de Curitiba, não pode desconsiderar este plano. Nada é novidade, mas precisamos segui-lo”, disse, acrescentando que, “no cenário atual, o que temos é a perda de bacias, mantendo-se somente as bacias estratégicas (reservatórios), além de um gestão burocrática, tecnocrática com uma ocupação de áreas desordenada. Com uma gestão ineficiente e uso múltiplo da água, teremos um colapso no abastecimento”, afirmou.
Desrespeito
“Num cenário que já não mais regional, mas está embutido internacionalmente em projeto macro visando a competitividade das cidades, trazendo novas indústrias, estamos abrindo as porteiras, não respeitando as leis. Foi assim que o Rio Palmital morreu”, destacou Medeiros. “Fomos forçados a abrir mais barragens, para adaptação a esse novo modelo, e absorver o ciclo da indústria automobilista da década de 90, onde mais de 1 milhão de pessoas migraram para a região metropolitana. Isso deu um pulo no consumo de água”, acrescentou, voltando a alertar que “temos 30 anos de história local e os técnicos e legisladores não podem mais fazer ajustes. Não se está inventando nada, é um retrabalho do que já se tem. A sociedade civil pode ter sido omissa quanto a mostrar que existem instrumentos de proteção, mas o problema passa pelo político-econômico, na busca dos interesses em detrimento do fator ambiental. Para nós, a gestão das águas passou a ser vista como um novo território”, concluiu.
Lixo
Também palestrante no curso, João Gomes, engenheiro ambiental da Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa), falou sobre a gestão de resíduos sólidos e o impacto ambiental sobre os cursos d’água. O destino dos resíduos sólidos urbanos foi o principal tema discutido pelos participantes do curso, especialmente o lixo tóxico, como pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes. Segundo Gomes, a população ainda não está conscientizada da importância da separação do lixo doméstico e da coleta adequada.
Para a coordenadora geral do Cedea, Laura Jesus de Moura e Costa, “o destino do lixo é um dos problemas mais difíceis que a administração pública municipal tem para resolver. É necessário fazer um trabalho de educação ambiental permanente para conscientizar a população. Além disso, precisamos tornar mais acessível tanto a coleta como os horários deste serviço, pois muitas pessoas têm dificuldades de se deslocar até os pontos de coleta e os horários são restritos”.
Participação
Outro tema abordado no último dia de curso foi a experiência comunitária na gestão dos recursos hídricos em comitês de bacia e a sociedade civil na gestão dos recursos hídricos. O assunto foi debatido pelo coordenador da Liga Ambiental, Rafael Filippin; o advogado ambientalista e colaborador do Cedea, Rubens Sundin Pereira, e o coordenador da União das Entidades Ambientalistas do Paraná (Uneap Litoral), Pedro Guimarães Rodrigues. Segundo os palestrantes, a sociedade precisa participar mais das discussões sobre temas ligados ao meio ambiente e se mobilizar para fazer valer suas decisões. “A participação da sociedade na gestão de recursos hídricos ainda não é efetiva, porque o Estado não aceita que suas decisões sejam discutidas, negociadas e modificadas”, afirmou Filippin.
Ao final do curso, houve apresentação dos trabalhos desenvolvidos nas dinâmicas de grupo. O vereador Aladim Luciano (PV) e a coordenadora do curso, Laura Jesus de Moura e Costa, entregaram os diplomas aos participantes.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba