Fundador do Hospital Sugisawa dará nome a rua do Umbará
“Imagine que estamos vivendo no ano de 2022 e ainda tem rua sem nome na cidade de Curitiba”, frisou, na sessão desta segunda-feira (23), o vereador Tito Zeglin (PDT). Partiu dele projeto de lei, aprovado pela Câmara Municipal de Curitiba (CMC) em primeiro turno, para denominar uma rua do bairro Umbará como Saburo Sugisawa - médico e professor universitário, fundador do hospital homônimo, falecido em outubro de 2019, aos 85 anos de idade.
Os moradores de logradouros ainda sem denominação, observou Zeglin, enfrentam uma série de problemas: “A dificuldade para a Copel, a dificuldade para a Sanepar, a dificuldade para o Correio e assim por diante. Até para receber uma visita”. A proposta de lei obteve 28 votos favoráveis, 1 contrário e 2 abstenções (008.00014.2021).
O autor também ressaltou a trajetória do homenageado. Nascido em 1934 na província de Miyagi Ken, no Japão, Sugisawa chegou ao Brasil aos 3 anos de idade. Ele se mudou para Curitiba em 1956, para prestar o vestibular para Medicina, ingressando na Universidade Federal do Paraná (UFPR) no ano seguinte. Tornou-se o primeiro docente de origem japonesa da instituição.
Especialista em cirurgia geral, cirurgia do aparelho digestivo, endoscopia digestiva e gastroenterologia, chegou a ser presenteado com bolsa, pelo governo do Japão, para estudos no Instituto de Câncer de Tóquio. Em 1987, fundou a clínica que, 20 anos mais tarde, deu origem ao Hospital Sugisawa. Membro da Academia Paranaense de Medicina, foi cidadão honorário do Paraná e de Curitiba.
“[Para] quantas vidas ele devolveu a saúde? Para quantas pessoas, pelos seus conhecimentos?”, completou Tito Zeglin. Além do legado para a área da Medicina, Nori Seto (PP) afirmou que Sugisawa foi uma referência para a comunidade nipo-brasileira em Curitiba. Oscalino do Povo (PP) também participou do debate, em apoio ao projeto de lei.
Epidermólise bolhosa
Em primeiro turno unânime, a CMC avalizou a declaração de utilidade pública municipal para a Associação Paranaense de Pais e Amigos das Pessoas com Epidermólise Bolhosa (APPAPEB). A proposta, de iniciativa do vereador Alexandre Leprevost (Solidariedade), contou com o apoio de 29 vereadores (014.00040.2021).
A epidermólise bolhosa é uma doença genética rara, não contagiosa e ainda sem cura. Há diferentes graus de severidade, mas em geral a pele do paciente é muito fina e sujeita a lesões. Segundo Leprevost, o pedido partiu da entidade sem fins lucrativos, que tem como objetivos apoiar os pacientes e seus familiares, assim como promover estudos e divulgar informações sobre a epidermólise bolhosa.
“A associação, em nossa cidade, busca unir e representar as pessoas com a doença na defesa dos direitos sociais, profissionais, coletivos e individuais. Também oferece apoio educacional, científico, social e material”, explicou. Os pacientes, acrescentou o autor, são conhecidos como crianças borboletas, pois têm a pele tão frágil quanto as asas do inseto.
Os vereadores também acataram a alienação (venda) de um lote com 78,25 m², no Jardim das Américas, avaliado em R$ 87,4 mil (saiba mais). Como as ordens do dia de terça (24) e de quarta-feira (25) foram reservadas às audiências públicas de prestações de contas do SUS e das finanças de Curitiba, os projetos de lei retornam à pauta, para a palavra final do plenário, na próxima semana.
Votação adiada
A pedido da autora, Flávia Francischini (União), a CMC adiou, por mais 15 sessões, a votação de projeto para incentivar a musicoterapia como tratamento terapêutico complementar à pessoa com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), outras deficiências ou síndromes. O texto prevê o acompanhamento por um profissional devidamente habilitado (005.00189.2021 com o substitutivo 031.00090.2021).
A proposta seria votada no começo de abril, mês de conscientização ao TEA, mas foi adiada, também a pedido da autora, por 15 sessões. Na ocasião, o líder do governo, Pier Petruzziello (PP), levantou impasse sobre a contratação dos musicoterapeutas. “O musicoterapeuta não é um professor de Artes, é um profissional especializado”, argumentou. Mãe de um menino autista, Francischini defendeu a importância do acompanhamento multidisciplinar. “A criança precisa de terapia, de fono, de fisioterapeuta, de tudo que possa vir a acrescentar”, afirmou.
O musicoterapeuta trabalha com apenas um paciente ou em grupos, com o objetivo de promover a expressão, a comunicação e o aprendizado. Existem diferentes técnicas, como ensinar a tocar um instrumento, ouvir e/ou cantar músicas.
As sessões plenárias começam às 9 horas e têm transmissão ao vivo pelos canais da Câmara de Curitiba no YouTube, no Facebook e no Twitter.
Alexandre Leprevost propôs o título de utilidade pública acatado com unanimidade. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
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