Frio, gripe e UPA: plenário debate a saúde pública em Curitiba
Nesta quarta-feira (9), do início da sessão plenária à discussão dos projetos, foram frequentes as manifestações dos vereadores expressando preocupação com a saúde pública em Curitiba. Além do debate sobre a UPA que segue fechada no bairro Cidade Industrial, a queda na temperatura motivou alerta sobre os perigos do frio e convocação para que as pessoas se preparem para as campanhas de doação de agasalhos.
“Trago aqui uma preocupação com o inverno rigoroso que vamos ter em Curitiba”, disse Noemia Rocha (PMDB), somando-se a Osias Moraes (PRB), que antes havia iniciado os alertas sobre o frio na capital. Ele pediu que a população separe roupas quentes que não sejam mais usadas para doar a quem não tem vestimenta para enfrentar o inverno, em especial as pessoas em situação de rua. Já a parlamentar focou na prevenção à gripe, pois, segundo ela, “há um vírus muito forte vindo”.
A vereadora se referia às mortes em São Paulo decorrentes da Síndrome Respiratória Aguda Grave causada pelo vírus influenza H3N2, uma variação de cepas já conhecidas que provocou recentemente um surto de gripe nos Estados Unidos. O Ministério da Saúde (MS), entretanto, esclarece que essa variação do influenza já circula há anos no Brasil, logo não haveria motivo para pânico a respeito. A cepa, inclusive, disse especialista da Fiocruz em entrevista ao portal da instituição de saúde, é uma das imunizáveis pela vacina da gripe distribuída pelo SUS.
Noemia Rocha, que assumiu hoje a liderança da oposição no Legislativo, também questionou a preparação da Prefeitura de Curitiba para alguma eventualidade relacionada à gripe. “Qual o planejamento da Secretaria Municipal da Saúde? Temos leitos suficientes? Eu tenho visitado as unidades de saúde e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e estamos sem médicos. Há deficit não só de médicos, mas de enfermeiros, de técnicos e de pessoal administrativo. Temos que avaliar esse planejamento”, solicitou.
UPA CIC
Aos pedidos reiterados de Zezinho Sabará (PDT) pela reabertura da UPA CIC, o líder do prefeito no Legislativo, Pier Petruzziello (PTB), afirmou que, “se ninguém nos impedir”, “será reaberta [a UPA] em junho”. É o terceiro dia consecutivo que o assunto é abordado no plenário, depois da presidente da Comissão de Saúde, Maria Leticia Fagundes (PV), na segunda-feira, por em dúvida a retomada da unidade em decorrência da ação judicial movida pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) contra o modelo de administração baseado em convênio com organizações sociais.
“Se a UPA reabrir, a CIC vai ficar bem, seria uma coisa boa para milhares de pessoas”, comentou Zezinho após a manifestação do líder do Executivo. Antes, em mais de um momento, o vereador havia cobrado duramente a reabertura da unidade, alertando sobre a possibilidade de protestos dos moradores nas vias da região. Ele disse que é cobrado diariamente sobre a UPA e voltou a citar que, sem a unidade, a opção é a UPA Fazendinha, “em que se espera até 8 horas por atendimento”.
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