Fórum debate qualidade da educação pública

por Assessoria Comunicação publicado 03/06/2009 19h25, última modificação 24/06/2021 08h48
Dados do Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (Anaf), de 2001 a 2007, apontam que 64% dos brasileiros entre 15 e 64 anos são analfabetos funcionais, ou seja, estudaram até a quarta série. Eles sabem ler e escrever frases simples, mas não possuem as habilidades necessárias para satisfazer as demandas do seu dia-a-dia e se desenvolver pessoal e profissionalmente. As informações foram apresentadas no I Fórum Municipal em Defesa da Qualidade da Educação Pública, na tarde desta quarta-feira (3), na Câmara de Curitiba.
O evento foi coordenado pelo terceiro-secretário da Casa, vereador Aladim Luciano (PV). “O objetivo deste encontro foi ouvir, entender e encontrar as melhores alternativas para o aprimoramento do sistema de educação de Curitiba”, disse o parlamentar, em seu discurso de abertura.
Palestraram a professora de Pedagogia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Maria Aparecida Zanetti; o chefe do Departamento de Matemática da UFPR, Carlos Henrique dos Santos; o professor de História da rede estadual de ensino, Alexandre Leocádio, e os alunos do curso de Matemática da UFPR, Fernanda Hillman, Hércules Luiz Júnior e Flávia Nunes. Participaram do evento o superintendente de Gestão Educacional da Secretaria Municipal de Educação, Meroujy Giacomassi Cavet; a diretora do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac), Loreci Corsi; a representante do Pólo Paraná do Nepsu (Nossa Escola Pesquisa sua Opinião), Cristina Maria Berbert, universitários, professores, psicólogos e a comunidade em geral.
A educação de jovens e adultos (EJA) e a aprendizagem ao longo da vida foram os principais temas debatidos. “Quando falamos da alfabetização de jovens e adultos estamos falando de um jovem trabalhador, que possui uma história de vida, uma bagagem, uma experiência, que é levada para a sala de aula”, disse Maria Aparecida, completando que, “por estes critérios, a alfabetização de jovens e adultos deve ter uma organização curricular diferente da alfabetização infantil.”  
A Campanha Global pela Educação também foi abordada pelos palestrantes. A estudante Fernanda Hillman informou que o evento é realizado todo ano no mês de abril. “Esta campanha exige que os países ricos e as instituições internacionais ampliem os mecanismos financeiros que impulsionam os países pobres a cumprirem as metas do programa Educação para Todos (EPT) com destaque para a alfabetização”, comentou. Também informou que a proposta é incrementar a base de conhecimentos sobre a educação, reunindo informações sobre os níveis e impactos da alfabetização, e direcionar recursos para a alfabetização de jovens e adultos como um questão prioritária.
O estudante Hércules Luiz Júnior apontou alguns dados sobre o analfabetismo. “O índice de analfabetismo no Brasil caiu de 14,2% em 1996 para 10,4% em 2006, mas a cifra de analfabetos com 15 anos ou mais no País ainda é de 14,4 milhões”, destacou. Mostrou, ainda, que, de acordo com o Plano Nacional de Educação, em 2006 o Brasil deveria ter no máximo 3,7% de analfabetos. “Se for mantida a média, em 2011, quando a meta é extinguir o analfabetismo, o País ainda terá 10% de sua população sem saber ler e escrever”, acrescentou.