“A Secretaria Municipal de Saúde informou que há uma fila de mais de 2,6 mil crianças aguardando agendamento com neuropediatra para que recebam o diagnóstico de TEA [Transtorno do Espectro Autista], com um tempo médio de agendamento de 10 meses”, disse a vereadora Indiara Barbosa (Novo), nesta quarta-feira (28), no plenário da Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Ela mobilizou o dado para justificar uma sugestão ao Executivo, na qual pede a divulgação de um cronograma de mutirões para amenizar esse tempo de espera (205.00703.2023).

Indiara Barbosa relatou que a Saúde, ao responder um pedido de informação formulado por seu mandato, demonstrou o desejo de “realizar ao menos 3 mutirões de consultas neuropediátricas ainda esse ano”. “Porém, não identificamos a realização desses mutirões, tampouco as datas em que poderiam ocorrer. Portanto, sugere-se estabelecer um cronograma com ampla divulgação para maior efetividade”, disse a parlamentar, sugerindo a contratação de empresas para dar mais agilidade ao serviço.

A sugestão submetida e aprovada pelo plenário não restringe o pedido aos diagnósticos de TEA, sendo um pedido amplo por mais atenção da Prefeitura de Curitiba às especialidades médicas ofertadas na capital. A proposta ganhou apoio verbal de Mauro Ignácio (União), que ponderou como os acidentes de trânsito pressionam o Sistema Único de Saúde (SUS), retardando a oferta de cirurgias eletivas. E também de Marcos Vieira (PDT), citado pela parlamentar, por ser autor de um projeto de lei exigindo a divulgação da fila das especialidades médicas.

Mais duas indicações relacionadas à saúde e ao bem-estar da população foram votadas pelos vereadores de Curitiba nesta quarta, que foi a última sessão deste período legislativo, marcando o fim do semestre. O plenário também endossou a demanda de Marcelo Fachinello (Pode) para que o Executivo elabore projeto de lei incluindo o atendimento domiciliar nos serviços de saúde do município (205.00258.2023) e apoiou a sugestão de Nori Seto (PP) para a colocação de placas nos parques e praças alertando as pessoas para que não plantem indiscriminadamente novas espécies vegetais nesses locais (205.00260.2023). As sessões serão retomadas no dia 1º de agosto, após o recesso parlamentar.

Apesar de não serem impositivas, as indicações aprovadas na CMC são uma das principais formas de pressão do Legislativo sobre a Prefeitura de Curitiba, pois são manifestações oficiais dos representantes eleitos pela população e são submetidas ao plenário, que tem poder para recusá-las ou endossá-las. Por se tratar de votação simbólica, não há relação nominal de quem apoiou a medida – a não ser os registros verbais durante o debate, que ficam disponíveis à população no canal do YouTube ou nas notas taquigráficas.