Feirantes de Curitiba são homenageados no Dia Mundial do Artesão
Em sessão solene, a CMC homenageou artesãos que trabalham nas diversas Feiras de Artesanato em atividade em Curitiba. A iniciativa foi do vereador Rodrigo Reis. (Fotos: Rodrigo Fonseca/CMC)
Nesta quarta-feira (5), a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) promoveu uma sessão solene em alusão ao Dia do Mundial do Artesão. A iniciativa foi do vereador Rodrigo Reis (PL), que presidiu a solenidade.
Fizeram parte da mesa Julieta Reis, ex-vereadora; Flávia Francischini, deputada estadual; Adriana Ferraz, apresentadora; Paulo Nauiack, supervisor do Instituto Municipal de Turismo (IMT); Deonilda Muller Machado, da Associação dos Núcleos Artesanais de Vizinhança (Anav); José Antonio Silveira, supervisor da Guarda Municipal; Richard Poppe, representando os feirantes da Feira do Largo da Ordem; e Fabiano Guadalin, representando a empresa Ecco Salva. Também estava presente, Rodolfo Mozer, representando o secretário de Estado da Justiça e Cidadania, Santin Roveda.
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Feira do Largo atrai mais pessoas do que o Jardim Botânico
O vereador Rodrigo Reis iniciou sua saudação destacando que hoje, no Brasil, muitas famílias sobrevivem do artesanato. “Neste sentido, minha mãe, a ex-vereadora Julieta Reis, foi muito atuante por ocasião do surgimento da Feira do Largo e, ao longo dos anos, ela sempre foi ativa na solução das questões que se colocaram para a categoria, inclusive com a ampliação do número de feiras pelos bairros”, disse Rodrigo. Ele manifestou que seu mandato também está atento e presta um olhar diferenciado ao artesanato. Para Rodrigo Reis, “o segmento do artesanato representa uma expressiva parcela do turismo em Curitiba”.
O parlamentar lembrou que, em termos numéricos, a Feira do Largo da Ordem tem tanta ou mais representatividade que outros local de alta atração turística. “O número de pessoas que frequentam a feira semanalmente é três vezes maior do que o número de pessoas que vão ao Jardim Botânico”, mencionou Rodrigo Reis. Na visão do parlamentar, o artesanato também exerce um papel decisivo na geração de empregos no município. “Vocês empregam famílias e atraem dinheiro para nossa cidade. São plenamente merecedores de reconhecimento pela passagem do Dia Mundial do Artesão”, concluiu o vereador.
Influência positiva na vida de autistas
A deputada Flávia Francischini disse que também sempre teve uma preocupação especial em relação à categoria dos artesãos. “Como mãe de autista, sei da importância que essa arte pode ter na vida das pessoas. Precisamos valorizar e reconhecer o trabalho dos artesãos, que tanto contribuem para a economia da capital e de todo o estado”, frisou a deputada. Ela lembrou que, durante a pandemia, a categoria dos artesãos foi uma das que sofreu maior impacto, em razão do confinamento. “Vocês foram resilientes e souberam se reconstruir”, disse Flávia Francischini, que encerrou sua fala lembrando ser autora do projeto de lei estadual que inseriu as feiras de artesanato de Curitiba no Circuito Turístico do Paraná.
Na crise dos anos 1980, artesanato garantiu a sobrevivência
Para a ex-vereadora Julieta Reis, a valorização das feiras de artesanato, a partir do início da década de 1970, foi tão importante quanto outras transformações urbanas daquele período. “O setor histórico foi fechado para o tráfego de automóveis e era necessário criar um projeto que movimentasse o espaço, trouxesse as famílias de volta ao local. Surge, então, a Feira de Artesanato do Largo da Ordem, como um modelo de renovação da cidade”, observou Julieta. A ex-vereadora também mencionou a importâncias das feiras na geração de empregos e de oportunidades para as mulheres.
“Durante a crise econômica dos anos 1980, o artesanato foi essencial para a sobrevivência de muitas famílias”, lembrou. Julieta disse sentir-se feliz pela renovação dos feirantes. “Eu era a mãe da feira e, agora, vou ser a bisavó da feira, que está se renovando com o surgimento de novas gerações de artistas”, disse Julieta. A ex-vereadora concluiu afirmando que as feiras de artesanato de Curitiba contribuíram para que a cidade deixasse de ser apenas um ponto de passagem, para se tornar um polo turístico de interesse nacional.
A Feira do Largo é uma fonte criativa
Paulo César Nauiack, superintendente do Instituto Municipal de Turismo, iniciou sua fala mencionando que o trabalho dos artesãos é muito relevante não só para o turismo, como também para toda a economia de Curitiba. “Estamos sempre buscando valorizar os profissionais e aprimorar a condição de trabalho nas feiras”, disse. O turismo em Curitiba, de acordo com Nauiack, teve um crescimento de 15 a 17% ao ano.
Mesmo sendo a cidade desprovida de praias e com uma temperatura média baixa na maior parte dos meses do ano, 7,5 milhões de pessoas visitam Curitiba anualmente. “Desse total, 45% vem a passeio, o que representa reflexos positivos para a economia local”, disse o supervisor do IMT. Gil Giardelli, estudioso de inovação e economia digital, que esteve recentemente em visita a Curitiba, e disse a Nauiack que Curitiba tinha ouro nas mãos. “Giardelli falou que o petróleo do futuro é a criatividade e que tínhamos uma forte fonte de criatividade na Feira do Largo da Ordem”, finalizou.
Continuidade ao trabalho artesanal de seus pais
Em nome dos feirantes, manifestou-se Richard Poppe, filho de fundadores da feira. “Represento a segunda geração. Nós nos chamamos de ‘Filhos da Feira’, e damos continuidade a todo esse trabalho de divulgação e comércio do artesanato, contribuindo pro turismo da nossa cidade”, disse. José Antonio Silveira, supervisor da Guarda Municipal de Curitiba (GM), Rvelou er natural do estado de Minas gerais e parabenizou os curitibanos pela Feira do Largo. “Quando meus parentes de Minas vieram me visitar, a primeira coisa que perguntaram foi sobre a famosa Feira do Largo da Ordem de Curitiba”, disse Silveira, que concluiu destacando o fato da data alusiva aos artesão ser de caráter mundial.
Adriana Ferraz, jornalista e empresária, lembrou que esteve à frente do Espaço Miscelânea, que reuniu 325 mulheres artesãs no bairro Bom Retiro. “Hoje, estou na TV, e vim para dizer que meu trabalho está à disposição da categoria dos feirantes. Vocês têm em mim um apoio”, disse.
Veja fotos da sessão solene no Flickr da CMC
Homenageados
Alberto França Costa
Ângela Maria Chiquim
Claudia Assunpção Dias, representando a Feira do Largo da Ordem
Manoel Felix, representando a Feira do Largo da Ordem
Cristiano da Silva, representando a Feira do largo da Ordem – trecho da rua Kellers
Richard Poppe, representando a Feira do Largo da ordem – trecho da Praça Garibaldi
Luis Fernando Potier, representando o colecionismo a Feira do Largo da Ordem
Catarina Halas, representando a gastronomia da feira do Largo da Ordem
Maria de Fátima Souza, representando a Feira do Bacacheri
Lucimara Costa da Rosa, Feira do Água Verde
Ilda Ador Krug Mag Kaingangue, representando o artesanato indígena
Louise Machado Lima, representando a Feira do Cajuru
Rosemari Menzen, representando a Feira do Boa Vista
Lucimari Oliveira, representando a Feira da Praça da Ucrânia
Lieny Izabel Rodrigues Rios, representando a Feira do Pinheirinho
Flávio Rodrigues de Oliveira, representando a Feira do Sítio cercado
Heleni Francisco Goulart Leite, representando a Feira de Santa Quitéria
Pablo, representando a Feira do Juvevê
Nara Carboli, representando a Feira do Passeio Público
Teresa Cristina Barroso, coordenadora do artesanato da Igreja Presbiteriana de Curitiba
Também foram homenageados
Erni Santo Cortez; Edgar Staichok; Alexsandro Ferreira Lustosa; Elke Tanto; Kelly Barcellos B. Da Silva; Tatiana Melissa Etzel Costa; Wagner Daniel; Eduardo Figueiredo Zanon; João Gustavo Garcia e Silva; Marcos Zimmermann; Cleni Maria Pocai; Cristine Langoswski Montanha; Urla Nezik e Scheila Simone Winck
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