Federação pede atenção à manutenção das comunidades terapêuticas

por Assessoria Comunicação publicado 05/04/2017 16h10, última modificação 15/10/2021 10h42

A elaboração de um projeto de lei que estabeleça a criação de vagas em comunidades terapêuticas, além da previsão de verbas para a manutenção destes equipamentos, foi sugerida pelo presidente da Federação Paranaense de Comunidades Terapêuticas Associadas, Thiago Aguilar Massolin, durante a tribuna livre desta quarta-feira (5), na Câmara Municipal de Curitiba. A iniciativa do debate foi do vereador Ezequias Barros (PRP), presidente da Frente Parlamentar Contra as Drogas. “Vamos buscar construir um projeto que dê sustentabilidade às comunidades terapêuticas”, garantiu Barros.

Segundo Massolin, ampliar a rede de atendimento aos usuários de drogas é uma medida necessária, considerando que estas entidades atendem quase 90% da demanda nacional de vagas em centros para recuperação de dependentes químicos. “Se não houver uma atenção a estes equipamentos, haverá uma sobrecarga no setor de saúde. Hoje em Curitiba só há 12 vagas em Centros de Atenção Psicossocial”, disse.

Thiago Massolin contou sobre o esforço da Federação em qualificar o trabalho exercido pelas comunidades terapêuticas em auxílio das pessoas com vício em álcool e outras drogas, e também de amparo a seus familiares. “O trabalho das comunidades é desafiador, assim como falar da complexidade da dependência química hoje”, revelou. “Diferente de outros estados, nosso segmento pouco tem sido reconhecido pelo poder público no exercício do seu trabalho. O problema da dependência química, como o uso do craque, é que se tornou uma pandemia, por isso precisamos de atenção. É urgente incorporar as comunidades nas redes de saúde para se ter atendimento mais facilitado”, assegurou.

A vereadora Julieta Reis (DEM) falou da importância das comunidades na ajuda às famílias dos dependentes químicos e de como este trabalho é fundamental. “Quando não podemos encaminhar pessoas aos CAPS, sabemos que podemos contar com instituições ligadas aos grupos religiosos. Podemos também pensar em questões orçamentárias, em maneiras de ajudar”, disse.

Respondendo ao questionamento da vereadora Noemia Rocha (PMDB), Thiago Massolin informou que o custo médio mensal para se atender um paciente nas comunidades é de R$ 2,5 mil. Para ele, a criação de uma lei específica que trata das comunidades permitirá que o custeio não seja descontinuado em caso de mudança de gestão.

O papel da Conferência Municipal sobre Drogas e a descriminalização das drogas, com o uso medicina da maconha, por exemplo, foram questionadas pelo vereador Goura (PDT). Thiago Massolin afirmou que o conselho é “fundamental”, mas que este mecanismo de participação social, assim como o Executivo precisam garantir o atendimento das necessidades das famílias e dos usuários que enfrentam os problemas das drogas.

“[Queremos] que eles realmente tenham voz, que seja ouvida a voz do povo. Que não haja aparelhamento de grupos ideológicos, como foi o que aconteceu e deixem de ouvir aquilo que as pessoas realmente precisam”, criticou. Sobre o segundo tema, Massolin opinou que, antes de se pensar sobre a legalização das drogas, é preciso “pensar uma estratégia de tratamento e prevenção, para depois discutir a legalização. Dependendo do resultado, precisaremos de mais espaço para atendermos uma demanda que pode aumentar”, ponderou.

Também participaram do debate da tribuna livre os vereadores Maria Manfron (PP), Osias Moraes (PRB), Professores Josete (PT), Thiago Ferro (PSDB), Tito Zeglin e Zezinho Sabará, ambos do PDT.