Fechamento da rua Flávio Dallegrave pode motivar audiência
Depois de dois dias de discussão em plenário, os vereadores aprovaram, nesta quarta-feira (25), uma sugestão ao Executivo para que seja realizada audiência pública sobre a situação da rua Flávio Dallegrave, no Alto da XV. O requerimento foi protocolado pelo vereador Chicarelli (PSDC), que questionou se o PolloShop teria respaldo legal para fechar trecho da via e transformá-lo em estacionamento (201.00014.2015).
Na segunda-feira (23), quando Chicarelli usou a tribuna para defender a realização da audiência pública, chegou a afirmar que “a cidade está dando prioridade para a criação de novos shoppings enquanto as pessoas perdem o direito de ir e vir”. Diversos vereadores se manifestaram na data e no dia seguinte, quando o debate foi retomado.
Em apoio ao requerimento, Julieta Reis (DEM) disse que considerava a rua de domínio público. “A rua não é de propriedade do shopping. Tem mais de 20 anos que as pessoas circulam por ali”. Zé Maria (SD) pediu esclarecimentos do líder do prefeito, Paulo Salamuni (PV), sobre a situação, considerada por ele “uma alternativa ruim”.
No dia seguinte, Salamuni explicou que o fechamento da rua “não partiu do prefeito Gustavo Fruet” e que a situação estaria amparada legalmente. “Não quer dizer que eu concorde com o mérito, mas o processo vem desde 1995, quando o alvará foi liberado na condição de disponibilizar estacionamento”, relatou.
“Em 2004, quando Cassio Taniguchi era prefeito, foi feito o cadastro dos lotes adquiridos da rede ferroviária. E, em 2012, foi confirmado que a área era particular”, disse o líder do prefeito na Câmara Municipal. Salamuni, que obteve os dados diretamente da prefeitura, sugeriu que a audiência fosse realizada somente após essas informações oficiais serem documentalmente protocoladas no Legislativo. Com a aprovação em plenário, a sugestão foi encaminhada à prefeitura.
Nesta quarta, o vereador Bruno Pessuti (PSC) apontou que, se a prefeitura tivesse dado resposta ao pedido de informações 062.00008.2015, de sua autoria, sobre o mesmo assunto, a polêmica poderia ser sido evitada. Ele reclamou que o protocolo foi feito no dia 22 de janeiro e, até o momento, não teve retorno do Executivo – apesar do prazo legal ser de 15 dias, prorrogáveis por mais 15, conforme a Lei Orgânica do Município.
“Se existe a ferramenta, ela deve ser atendida mais prontamente. Peço mais atenção à prefeitura. Infelizmente o canal de informação com o Executivo caba sendo nos jornais de grande circulação”, afirmou Pessuti.
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