Exposição Queermuseu, em Porto Alegre, gera debate em plenário

por Assessoria Comunicação publicado 12/09/2017 14h30, última modificação 21/10/2021 07h31

O vereador Osias Moraes (PRB) ocupou a tribuna nesta terça-feira (12), durante o pequeno expediente, para fazer um desagravo em relação a todos que se sentiram ofendidos com a exposição “Queermuseu: Cartografias da Diferença na Arte Brasileira”, organizada pelo Santander Cultural, em Porto Alegre. “De um mau gosto terrível”, disse. Ele destacou que a exposição continha obras que eram escárnios ao cristianismo. “Hóstias com nomes de órgãos genitais, símbolos cristãos deturpando a imagem do cristianismo”, reforçou ele.

“Todo mundo tem o direito de se manifestar, desde que não ofenda o outro. Nós vamos defender a família aqui, sempre. Ela é a nossa base, mas parece que estão querendo destruir a família. Não podemos aceitar isso, ainda mais vindo de uma instituição como o Santander”, disse Osias.

Thiago Ferro (PSDB) frisou que a exposição, promovida pelo banco Santander teve envolvimento de dinheiro público: “R$ 800 mil pela lei Rouanet”, disse o vereador que mostrou no telão algumas imagens das obras. Para ele, esses R$ 800 mil se somam aos R$ 934 milhões utilizados pelo governo a título de incentivo fiscal por meio da lei Rouanet. “Um dinheiro mal gasto, ao nosso ver”, disse.

“Todos concordam que a liberdade de expressão deve ser preservada e o objetivo da exposição é a inclusão, mas a apresentação passou dos limites com escárnio em relação a alguns objetos cristãos e apologia à zoofilia e à pedofilia”, acrescentou Ferro.

Para ele, a tolerância não pode ser conquistada pelo radicalismo. “Ontem o banco Santander encerrou a exposição. Eu faço uma proposta para que possamos fazer uma moção de repúdio ao Queermuseu”, disse o vereador, que acrescentou afirmando que o projeto Escola Sem Partido visa conter abusos na educação (leia mais). “Pra mim não há nada mais importante que proteger as crianças”, concluiu.

Contraponto
“Os nazistas falavam em arte degenerada. A partir disso eles começaram a perseguição aos homossexuais e aos aos artistas”, lembrou o vereador Goura (PDT). Ele afirmou que a arte sempre foi transgressora. “Se as obras ofendem vossa moral, basta não ir ao museu”, disse Goura que afirmou ter amigos que foram censurados por ocasião do cancelamento da exposição.

“Acho muito perigoso que, em nome da democracia, movimentos não sérios venham com pautas extemporâneas sobre temas não consensuais. O que o Santander fez acatando o Movimento Brasil Livre (MBL) é o mesmo caminho da arte degenerada”, afirmou Goura. O vereador entende que a discussão deve ser aberta. “O primeiro ministro de Luxemburgo é homossexual e o Brasil é o país onde ainda se matam homossexuais somente por serem homossexuais”, argumentou.