Exposição faz tour inaugural pelas sedes da Câmara com alunos de Curitiba

por Fernanda Foggiato | Revisão: Ricardo Marques — publicado 28/03/2024 17h40, última modificação 01/04/2024 09h36
Lançada em comemoração aos 331 anos da Câmara e de Curitiba, exposição “Muitas casas, uma história” terá visitas guiadas.
Exposição faz tour inaugural pelas sedes da Câmara com alunos de Curitiba

Alunos da rede municipal de Curitiba fizeram tour inaugural à exposição das sedes da Câmara Municipal. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

Um grupo de 30 alunos do 4º ano da rede pública de ensino da capital participou, nesta quarta-feira (27), do tour inaugural à exposição “Muitas casas, uma história”, que retrata as sedes da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) ao longo de sua trajetória de 331 anos. Guiado pela Escola do Legislativo Maria Olympia Carneiro Mochel e pelas pesquisadoras responsáveis pelo levantamento, com o apoio da diretoria de Comunicação Social, o passeio na linha do tempo da instituição partiu da Escola Municipal Otto Bracarense Costa, no CIC, e teve direito a uma jardineira da Linha Turismo.

Antes da visita guiada à mostra fotográfica, o tour especial passou por pontos da região central de Curitiba que abrigaram os trabalhos da Câmara Municipal entre a sua fundação, em 1693, até a mudança para a sede atual, o Palácio Rio Branco, em 1963. As pesquisadoras e servidores da Casa também conversaram com as crianças sobre o papel da Câmara.

A Câmara tem 331 anos, a mesma idade de Curitiba, e funciona num palácio, o Palácio Rio Branco”, explicou a gestora da Escola do Legislativo, a servidora Débora Reis de Lima, despertando a curiosidade das crianças. “É um castelo, tia?”, chegou a perguntar uma das estudantes. Para deixar a história mais descontraída, o tour contou, até mesmo, com cosplays do capitão-povoador Matheus Leme e de como se vestia, no fim do século 17, uma moradora do povoado que deu origem à Vila Nossa Senhora da Luz, futuramente a cidade de Curitiba.

Uma das pesquisadoras responsáveis pelo levantamento, Lorena Elaine Porto começou a apresentação aos alunos com o relato da lenda da vilinha do Atuba e de Nossa Senhora da Luz, cuja imagem, segundo a história, indicou ao cacique Tindiquera o local em que Curitiba seria fundada, a atual praça Tiradentes. Em homenagem a sua padroeira, o primeiro nome da cidade foi, inclusive, Vila Nossa Senhora da Luz dos Pinhais.

A jardineira passou pela estátua do cacique Tindiquera, na praça Tiradentes. Naquele local, contou a acadêmica do curso de História, ficava a capela que abrigou a primeira sede da Câmara Municipal. “Onde ele está tinha uma igrejinha, depois eles demoliram a igrejinha e construíram a Catedral de Curitiba”, relatou Lorena.

O tour mostrou aos alunos da Escola Municipal Otto Bracarense Costa outros prédios históricos em que a CMC funcionou e locais por onde ela passou, mas que não existem mais. Da Igreja São Francisco de Paula, casa dos trabalhos legislativos entre 1829 e 1850, por exemplo, só sobraram as ruínas da praça João Cândido, no Alto São Francisco. Ao lado das ruínas da antiga igreja fica outro ponto conhecido da cidade, o Palácio Belvedere.

Antepenúltima casa da Câmara Municipal, o Paço da Liberdade recebeu as sessões e demais trabalhos legislativos entre 1916 e 1955. E foi só ali, no prédio da praça Generoso Marques, contou aos jovens visitantes a pesquisadora Maria Clara Guerra Azevedo de Barros, que Curitiba teve a sua primeira vereadora: Maria Olympia Carneiro Mochel, em 1947.

Visita incentiva a participação política: “Levem este recado”

No Palácio Rio Branco, o presidente Marcelo Fachinello (Pode) recepcionou a criançada e visitou a exposição fotográfica junto ao grupo. “Vocês passaram pela história da Câmara para chegar até aqui, não passaram? Este prédio histórico tem mais de 100 anos”, explicou o vereador.  “Onde vocês estão sentadinhos é onde os vereadores fazem as votações de projetos de lei para a cidade. Sintam-se, aí, vereadores e vereadoras”, convidou.

Diferente de hoje, em que existe a separação de poderes, “a Câmara chegou até a ser Prefeitura lá no começo”, continuou Fachinello. “Aqui, para resumir a história, é onde a gente faz as leis para o dia a dia da cidade, dos cidadãos de Curitiba. Muitas decisões importantes são tomadas para os quase dois milhões de habitantes de Curitiba, principalmente para vocês, que são o futuro.”

O presidente da Câmara de Curitiba destacou a importância da participação política. “Eu sempre falo que, se a gente tiver mais pessoas interessadas [na política], participando deste processo todo, a gente vai ter uma cidade melhor”, citou. “Se a gente não participar, a gente vai continuar a ser governado pelas pessoas que participam. Então, levem este recado para suas casas”, propôs Fachinello.

Os estudantes foram acompanhados pelas professoras Claudia Colasso e Rosemary da Silva. A diretora e a vice-diretora da Escola Municipal Otto Bracarense Costa, respectivamente Aline de Lima Aquino e Karla Monteiro Kuehne, também participaram da visita à exposição “Muitas casas, uma história”.

Como visitar a exposição sobre as sedes da Câmara de Curitiba?

A exposição “Muitas casas, uma história” foi aberta, nesta quarta, em comemoração ao aniversário de 331 anos da Câmara e de Curitiba. A mostra fotográfica pode ser visitada durante as sessões plenárias, que ocorrem de segunda a quarta-feira, das 9h às 12h. Ela fica, até o fim de junho, nas galerias do Palácio Rio Branco.

A linha do tempo até chegar à mudança para o Palácio Rio Branco, em 1963, traz, lado a lado, fotografias antigas e atuais das sedes da Câmara de Curitiba. Os retratos antigos são de acervos diversos, como a Fundação Cultural de Curitiba (FCC) e os atuais, do fotojornalista Rodrigo Fonseca, servidor da Diretoria de Comunicação Social.

Além da chance de conferir a mostra durante as sessões plenárias, serão abertas, na próxima semana, as inscrições para grupos de visitas guiadas à exposição. A pesquisa será apresentada pelas estudantes de História Lorena, Maria Clara e Natália Garcia Krainski, responsáveis pelo levantamento das sedes da instituição, com o apoio da Escola do Legislativo.

Para Natália, o desafio de adaptar o discurso ao público infantil “é uma forma também de democratizar essa informação”. “A gente quer, agora, que diversos grupos diferentes tenham acesso a isso”, deseja a pesquisadora.

A partir da pesquisa, a linha do tempo das sedes da Câmara também foi publicada no Nossa Memória, seção do site institucional de resgate da história de Curitiba. As estudantes deram início ao levantamento em janeiro deste ano, após convênio firmado entre a CMC e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).