Expedição nos rios de Curitiba é apresentada à Comissão de Meio Ambiente da Câmara

por Assessoria Comunicação publicado 13/08/2013 18h05, última modificação 17/09/2021 08h23

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara de Curitiba recebeu, na tarde desta terça-feira (13), o jornalista Eduardo Fenianos. Conhecido como Urbenauta, o convidado falou sobre a expedição feita por ele nos principais rios e ribeirões que cortam e limitam a capital paranaense: Atuba, Barigui, Belém, Iguaçu, Passaúna, Antônio Rosa e Arroio Cachoeira.
    
O trecho percorrido foi o mesmo feito pelo jornalista em 1997. Ao colegiado, Fenianos afirmou que a situação dos rios curitibanos piorou, e muito. “Há 15 anos eles já eram poluídos. Mas, hoje, o grau dessa poluição aumentou assustadoramente, principalmente em relação aos dejetos de esgoto. O rio mais poluído de Curitiba é o Rio Belém. No Barigui, foram identificados mais de 150 pontos de despejo de esgoto”, disse.
    
Vários trechos da expedição, registrada em vídeo, foram exibidos para a Comissão de Meio Ambiente. Presidente do colegiado, Bruno Pessuti (PSC) classificou as imagens – a maioria mostrando grandes quantidades de lixo nos leitos dos rios – como lastimáveis. “A partir dessas informações, desse triste levantamento, vamos indicar à prefeitura os locais onde ela deve agir com força, com atitude, para resgatar a vida dos rios da cidade”, comprometeu-se.
    
Ainda conforme o parlamentar, a partir do trabalho de Eduardo Fenianos é possível identificar que a recuperação dos rios deve começar pelas nascentes. “Tarefa a ser executada por Curitiba e região metropolitana, já que alguns dos principais rios da capital nascem em municípios vizinhos”, disse Pessuti. “No caso da despoluição dos rios, a ordem dos fatores altera o produto. Não adianta despoluir um pedaço, você tem que começar pelas nascentes. O desafio é da capital e do seu entorno”, completou o Urbenauta.
    
O jornalista explicou que um dos objetivos da expedição foi identificar se o discurso da preservação ambiental dos últimos anos foi aplicado. A prática, no entanto, não ocorreu. “Se, no passado, Curitiba foi conhecida como capital ecológica, sou obrigado a dizer, com muita tristeza, que nós não somos os mesmos. No Rio Barigui, por exemplo, navegamos cinco quilômetros vendo só lixo, tanto de um lado, quando de outro da margem”, destacou.
    
Parte da responsabilidade pela degradação dos rios é creditada por Eduardo Fenianos à Sanepar. Ao navegar pelo Rio Atuba, por exemplo, o jornalista registrou o despejo de esgoto nas águas. “As estações de tratamento não estão despejando ou tratando o esgoto como deveriam. Há ainda a invasão, em determinados pontos, da rede de tratamento de esgoto na rede de águas pluviais. Quando se olha, em campo, essa é a conclusão, de que a Sanepar tem contribuído com a poluição. Ela deveria sanear, cuidar, medicar, e não poluir”.
    
Membro do colegiado, Felipe Braga Côrtes (PSDB) sugeriu que o Legislativo abra espaço na sessão plenária para que o jornalista apresente o diagnóstico da expedição. “A realidade é isso que você viu. Muita gente deveria ter vontade ou coragem de fazer”, reiterou, ao parabenizar a iniciativa. A ideia, de acordo com Pessuti, vem de encontro à necessidade de mostrar uma realidade que muitos vereadores desconhecem.
    
Conforme o convidado, um relatório final será elaborado e a Câmara Municipal é um importante aliado nesta questão. “O Legislativo pode contribuir com o envolvimento da população; com o chamamento de realizações como essa, da Comissão de Meio Ambiente; e com a criação de leis, talvez até mais severas que as já existentes, quando se trata da poluição dos rios. Detectamos a doença e vamos buscar a cura. Todos têm que se conscientizar de que a situação é muito grave, é muito séria. Curitiba será uma cidade, ou cercada por água, ou cercada por lixo ou esgoto”.
    
A comissão também é integrada por Helio Wirbiski, vice-presidente, Aladim Luciano (PV) e Jairo Marcelino (PSD). Também acompanharam a reunião o vereador Chico do Uberaba (PMN) e a diretora de Recursos Hídricos e Saneamento, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), Marlise Teresa Eggers Jorge.