Ex-diretor da Urbs atribui aumento da tarifa à pressão de sindicatos
Diretor de Transporte da Urbs entre janeiro e outubro de 2011, o arquiteto Lubomir Ficinski disse à CPI do Transporte Coletivo da Câmara de Curitiba, nesta quinta-feira (24), que deixou o cargo “frustrado” pela lentidão da prefeitura e pela pressão dos sindicatos. Em carta de exoneração ao então prefeito, Luciano Ducci, ele atribuiu o reajuste da tarifa técnica acima da média, durante sua gestão, ao Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) e ao Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), pelas negociações salariais daquele ano.
Ouvido como informante (sem a necessidade de prestar compromisso legal), Ficinski afirmou que as pressões dos sindicatos teriam o objetivo de afetar a capacidade de fiscalização da Urbs. “Ambos têm o mesmo objetivo, eliminar ou diminuir as multas pecuniárias”, avaliou. A solução, para ele, seria um enfrentamento, “para mostrar que as ameaças de greve não terão os efeitos desejados”.
O presidente da CPI, Jorge Bernardi (PDT), apontava que o aumento da tarifa técnica no período em que o arquiteto esteve à frente da Diretoria de Transporte teria dado início ao subsídio do sistema. “Se a situação persistir, o subsídio anual poderá atingir R$ 140 milhões”, alertou. No entanto, em resposta a questionamento da Professora Josete (PT), Ficinski deu indícios que o subsídio já existia.
O informante afirmou que a Urbs recebia da prefeitura, nos meses em que ocupou o cargo, R$ 1,8 milhão por mês para aporte à tarifa. Ele não descartou que a verba viesse do Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC). Para Josete, o subsídio existia, mas estava “escondido”. Na semana passada, Bernardi chamou a atenção para um “furo” de R$ 170 milhões no FUC.
“O Setransp tem ódio dos técnicos da Urbs, eles foram muito cobrados”, declarou. Ele apresentou documentos à CPI do Transporte Coletivo e acusou as empresas de descumprimento de itens do contrato. Segundo Ficinski, a presidência da Urbs tinha conhecimento da situação, que envolveria a apresentação de relatórios gerenciais, e havia resistência das operadoras no atendimento às solicitações.
“Foram meses de frustração”, apontou Ficinski, convidado por Ducci a suceder Fernando Ghignone no cargo. “O desalinhamento das estações-tubo deveria ter sido feito em um ano, mas em três anos ainda não foi concluído”, exemplificou. Ele defendeu a qualificação corpo técnico da Urbs e disse que situações como a demora para a entrega das obras de desalinhamento afetam não só a credibilidade da sociedade de economia mista, mas também a população de Curitiba.
Sugestões
Ficinski atribuiu a tarifa elevada da Rede Integrada de Transporte (RIT) às negociações de reajuste salarial e de benefícios, como a cesta básica, aos motoristas e cobradores; à baixa velocidade de circulação dos ônibus e à concentração dos passageiros nos horários de pico. “Não sou contra que se pague um pouco mais que a inflação, mas deve haver um limite, o impacto na tarifa fica entre R$ 0,15 e R$ 0,20”, declarou.
O posicionamento irritou motoristas e cobradores, que acompanhavam a sessão junto a dirigentes do Sindimoc e ao vereador Rogério Campos (PSC). Em resposta aos questionamentos dos vereadores, o arquiteto opinou sobre questões pertinentes ao transporte coletivo e à mobilidade, como quanto à implantação do metrô.
“(O metrô) não é necessário se investirmos no sistema existente. Se jogarmos o R$ 1 bilhão no sistema, ele seria o melhor do mundo”, afirmou Ficinski. Dentre outras questões, o ex-diretor da Urbs, que também já presidiu o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), disse ser contra a criação da Secretaria Municipal do Transporte e apoiou a implantação de faixas exclusivas para ônibus.
Denúncia
Denúncia recebida pela vereadora Noemia Rocha (PMDB) pode resultar em reunião extraordinária, na próxima semana. A vereadora relatou ter sido procurada por empresário que não teria participado da licitação devido a ameaças das permissionárias, que se dividiram em consórcios e hoje operam o sistema.
Segundo Noemia, ela conversará pessoalmente com o denunciante nesta sexta (25) e verificará se está disposto a apresentar a denúncia ao colegiado especial da Câmara de Curitiba.
Presidido pelo vereador Jorge Bernardi (PDT), o colegiado tem Serginho do Posto (PSDB) na vice-presidência e Bruno Pessuti (PSC) na relatoria, além de Valdemir Soares (PRB) como vice-relator. A CPI também reúne os vereadores Chicarelli (PSDC), Chico do Uberaba (PMN), Cristiano Santos (PV), Geovane Fernandes (PTB), Mauro Ignacio (PSB), Noemia Rocha (PMDB), Paulo Rink (PPS), Professora Josete (PT) e Tiago Gevert (PSC).
Ouvido como informante (sem a necessidade de prestar compromisso legal), Ficinski afirmou que as pressões dos sindicatos teriam o objetivo de afetar a capacidade de fiscalização da Urbs. “Ambos têm o mesmo objetivo, eliminar ou diminuir as multas pecuniárias”, avaliou. A solução, para ele, seria um enfrentamento, “para mostrar que as ameaças de greve não terão os efeitos desejados”.
O presidente da CPI, Jorge Bernardi (PDT), apontava que o aumento da tarifa técnica no período em que o arquiteto esteve à frente da Diretoria de Transporte teria dado início ao subsídio do sistema. “Se a situação persistir, o subsídio anual poderá atingir R$ 140 milhões”, alertou. No entanto, em resposta a questionamento da Professora Josete (PT), Ficinski deu indícios que o subsídio já existia.
O informante afirmou que a Urbs recebia da prefeitura, nos meses em que ocupou o cargo, R$ 1,8 milhão por mês para aporte à tarifa. Ele não descartou que a verba viesse do Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC). Para Josete, o subsídio existia, mas estava “escondido”. Na semana passada, Bernardi chamou a atenção para um “furo” de R$ 170 milhões no FUC.
“O Setransp tem ódio dos técnicos da Urbs, eles foram muito cobrados”, declarou. Ele apresentou documentos à CPI do Transporte Coletivo e acusou as empresas de descumprimento de itens do contrato. Segundo Ficinski, a presidência da Urbs tinha conhecimento da situação, que envolveria a apresentação de relatórios gerenciais, e havia resistência das operadoras no atendimento às solicitações.
“Foram meses de frustração”, apontou Ficinski, convidado por Ducci a suceder Fernando Ghignone no cargo. “O desalinhamento das estações-tubo deveria ter sido feito em um ano, mas em três anos ainda não foi concluído”, exemplificou. Ele defendeu a qualificação corpo técnico da Urbs e disse que situações como a demora para a entrega das obras de desalinhamento afetam não só a credibilidade da sociedade de economia mista, mas também a população de Curitiba.
Sugestões
Ficinski atribuiu a tarifa elevada da Rede Integrada de Transporte (RIT) às negociações de reajuste salarial e de benefícios, como a cesta básica, aos motoristas e cobradores; à baixa velocidade de circulação dos ônibus e à concentração dos passageiros nos horários de pico. “Não sou contra que se pague um pouco mais que a inflação, mas deve haver um limite, o impacto na tarifa fica entre R$ 0,15 e R$ 0,20”, declarou.
O posicionamento irritou motoristas e cobradores, que acompanhavam a sessão junto a dirigentes do Sindimoc e ao vereador Rogério Campos (PSC). Em resposta aos questionamentos dos vereadores, o arquiteto opinou sobre questões pertinentes ao transporte coletivo e à mobilidade, como quanto à implantação do metrô.
“(O metrô) não é necessário se investirmos no sistema existente. Se jogarmos o R$ 1 bilhão no sistema, ele seria o melhor do mundo”, afirmou Ficinski. Dentre outras questões, o ex-diretor da Urbs, que também já presidiu o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), disse ser contra a criação da Secretaria Municipal do Transporte e apoiou a implantação de faixas exclusivas para ônibus.
Denúncia
Denúncia recebida pela vereadora Noemia Rocha (PMDB) pode resultar em reunião extraordinária, na próxima semana. A vereadora relatou ter sido procurada por empresário que não teria participado da licitação devido a ameaças das permissionárias, que se dividiram em consórcios e hoje operam o sistema.
Segundo Noemia, ela conversará pessoalmente com o denunciante nesta sexta (25) e verificará se está disposto a apresentar a denúncia ao colegiado especial da Câmara de Curitiba.
Presidido pelo vereador Jorge Bernardi (PDT), o colegiado tem Serginho do Posto (PSDB) na vice-presidência e Bruno Pessuti (PSC) na relatoria, além de Valdemir Soares (PRB) como vice-relator. A CPI também reúne os vereadores Chicarelli (PSDC), Chico do Uberaba (PMN), Cristiano Santos (PV), Geovane Fernandes (PTB), Mauro Ignacio (PSB), Noemia Rocha (PMDB), Paulo Rink (PPS), Professora Josete (PT) e Tiago Gevert (PSC).
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba