Evento marca na Câmara defesa da cidadania

por Assessoria Comunicação publicado 16/08/2005 18h20, última modificação 31/05/2021 09h18
Há quatro anos, no dia 15 de agosto de 2001, diversos estudantes invadiram a Assembléia Legislativa, durante votação sobre proposta de privatização da Copel, que durava mais de 20 horas. Os deputados votaram contra e, na opinião do vereador André Passos (PT), este acontecimento marcou um dia em que venceu a cidadania da população sobre o poder. No ano passado, Passos sugeriu que anualmente, no dia 15 de agosto, seria comemorado o Dia Municipal em Defesa da Cidadania.
Para comemorar o primeiro ano da data, o vereador coordenou o debate “Copel: O que veio depois da nossa luta?”, no auditório do Anexo II da Câmara Municipal de Curitiba, nesta segunda-feira (15). O evento contou com a participação de Guilherme Amintas, um de seus criadores; Arilton Feres,  presidente da UPE, a União Paranaense dos Estudantes; Nelton Friedrich, coordenador do fórum contra a venda da Copel; Rubens Ghilardi,  diretor da Copel, e deputada estadual Elza Corrêa (PMDB).
A intenção do evento foi o resgate na memória do movimento contra a privatização da Copel, que completa quatro anos. “Esse não é um dia para se esquecer. É para fazermos uma reflexão desta luta de resistência dos paranaenses, em que a privatização da Copel seria acabar com um patrimônio estadual e nacional”, destacou Elza Corrêa, que era vereadora de Londrina na época. “A Assembléia cumpriu seu papel naquele momento, onde venceu a vontade da população, daqueles que já sabiam o que representa a nossa Copel. É uma prova de que a sociedade tem força”, orgulha-se a deputada.
Arilton Feres, presidente da UPE, que, na ocasião, estava em seu primeiro ano de mandato, destacou que foi uma luta vitoriosa, em que os estudantes defenderam um interesse do Estado. “A mobilização foi crescente e nós queríamos defender um benefício para todos. Estou muito orgulhoso de estar aqui hoje e representar os estudantes”, garantiu Feres.
O coordenador do Fórum Popular contra a venda da Copel, Nelton Friedrich, relembrou fatos da época em que ainda tramitava o projeto da privatização da Copel, as estratégias usadas, as pessoas envolvidas e tudo que era feito para evitar, do possível ao impossível. “Há um investimento contínuo na desmemorização neste País. Precisamos lembrar a data, o significado nacional que tem a força da população”. Friedrich ressaltou que nestes dois anos e oito meses do governo Lula, não houve nenhuma privatização. “A defesa do patrimônio público continua atual, resistente”.
“Foi uma data marcante, não tanto pela não-privatização da Copel, mas porque o povo do Paraná mostrou cidadania quando foi às ruas”,  disse o advogado Guilherme Amintas, que teve a idéia da organização do debate. Rubens Ghilardi, diretor da Copel e funcionário mais antigo em atividade, comentou que nenhuma empresa do setor no Brasil competia com a Copel. “Restaram seis empresas sem privatizar e nós temos que preservar o que é nosso”. Ghilardi destacou que a grande meta de hoje é a redução tarifária, embora a Copel tenha a menor tarifa do Brasil, em proporção ao tamanho da empresa.
Ao final do evento, foi passado um vídeo sobre a Copel e a história do Paraná. No mesmo andar do auditório estão expostas algumas fotografias que mostram o dia 15 de agosto de 2001 e a manifestação ocorrida na Assembléia.
O vereador André Passos pretende comemorar a data todos os anos, formando uma comissão organizadora para os cinco anos do episódio que marca o Dia Municipal em Defesa da Cidadania, no ano que vem.
História I
A Copel foi fundada em 26 de outubro de 1954, tendo completado meio século de existência gerando empregos. Hoje, a empresa luta pela preservação do meio ambiente, conta com 7 mil empregados e atende mais de 3,2 milhões de clientes. “A Copel faz parte da história do Paraná”, disse Ghilardi.
História II
No Brasil, ao longo dos anos, houve diversas manifestações de estudantes no quesito político. Arilton Feres, da UPE, destacou que os estudantes tiveram grande importância em lutas como O Petróleo é nosso, contra a ditadura e o Fora Collor.
Assembléia
Na tarde desta segunda-feira (15), o deputado estadual Antônio Anibelli (PMDB) apresentou projeto semelhante ao de André Passos. O deputado quer instituir o Dia Estadual de Resistência e Luta, para a mesma data. O deputado também vai usar a manifestação contra a privatização da Copel como pano de fundo.