Estacionamento para bicicletas compartilhadas é debatido em plenário
Um requerimento à Prefeitura de Curitiba (203.00013.2019) para que sejam substituídas vagas do Estacionamento Regulamentado (EstaR) e destinadas à permanência gratuita de bicicletas compartilhadas foi aprovado na sessão desta quarta-feira (6), na Câmara Municipal de Curitiba (CMC). A ideia, segundo o autor da proposta, Bruno Pessuti (PSD), é impedir que as bikes sejam estacionadas em locais inadequados, que atrapalham a circulação de pedestres. O vereador informou que a startup atualmente aluga 400 bicicletas, mas que pretende ampliar para duas a três mil, “portanto há necessidade de adequar a cidade para isso”.
Pessuti comemorou o lançamento das operações da nova startup. Segundo ele, desde 2016 havia um edital da Prefeitura para que fosse possível alugar bicicletas, mas o sistema nunca foi ofertado. “Até que enfim uma startup veio e disponibilizou, através de um aplicativo de celular, dentro de uma região central, não só bicicletas, como patinetes que vão melhorar muito a micromobilidade”, completou.
Rogério Campos (PSC) considerou “importante” a ideia e questionou se não haverá nenhum mecanismo de punição ao usuário que estacionar fora destes espaços sugeridos nas vagas de EstaR. O autor do requerimento explicou que já existe uma orientação realizada pela própria empresa para que as bicicletas não sejam deixadas em qualquer lugar. Ele citou o exemplo da cidade de São Paulo, onde “existem áreas dentro das calçadas exclusivas para estacionamento.” Para Pessuti, a prefeitura deve notificar as empresas, caso bicicletas estejam paradas de maneira irregular, “e é por isso que estamos fazendo essa proposta”.
Discussão complicada
Julieta Reis (DEM) advertiu ser “complicada a discussão do compartilhamento entre moto, bicicleta, pedestre e automóvel”. Ela citou o caso de um funcionário público da Fundação Cultural que morreu quando pedalava e bateu de frente com a porta de um carro que foi aberta abruptamente. “É uma coisa que temos que discutir muito, porque até agora não tem dado certo. Existem países onde existe a educação, que as pessoas se respeitam, que é o caso de Amsterdam.”
Osias Moraes (PRB) lembrou que logo após o lançamento do serviço (em 22 de janeiro), houve “muitos problemas, bicicletas jogadas nos córregos, nas calçadas, atrapalhando o pedestre, e isso tem causado conflito. É claro que precisamos discutir a mobilidade e é possível convivermos em harmonia, mas precisamos fazer campanhas educativas”. Bruno Pessuti concordou com mais investimento em educação: “Por ano a prefeitura arrecada cerca de R$ 60 milhões em multas de trânsito e apenas 1% deste valor é destinado para educação [no trânsito]. Precisamos formar em nossas escolas cidadãos que saibam se locomover no espaço urbano”.
Herivelto Oliveira (PPS) sugeriu que os módulos [de estacionamento] sejam colocados em praças e espaços mais amplos. Professor Silberto (MDB) e Oscalino do Povo (Pode) também participaram do debate. Pessuti sugeriu ainda que nas regiões mais afastadas da cidade as pessoas possam pegar a bicicleta para chegar até o terminal sem que seja necessário pagar, “utilizando somente cartão transporte”.
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