Especial de Halloween: caça às bruxas em Curitiba é tema do CMC Podcasts

por Fernanda Foggiato | Revisão: Brunno Abati* — publicado 31/10/2024 07h10, última modificação 30/10/2024 16h02
Podcast especial de Halloween reúne a escritora Mary Del Priore, a psicóloga Maria Rafart e a doutora em História do Direito Danielle Wobeto de Araujo.
Especial de Halloween: caça às bruxas em Curitiba é tema do CMC Podcasts

No estúdio do CMC Podcasts, jornalistas e convidadas debatem casos reais de feiticeiras e a história da caça às bruxas. (Foto: Bruno Spessato/CMC)

Cipriana, Januaria, Francisca, Luiza. Você conhece a história das bruxas reais de Curitiba? O sexto episódio do Curitibou?, espaço de entretenimento e das curitibanices do CMC Podcasts, está de volta em clima de Halloween. O programa abre os microfones para dar voz aos processos contra mulheres acusadas de feitiçaria e à história da caça às bruxas

No estúdio do CMC Podcasts, as jornalistas Fernanda Foggiato e Michelle Stival, da equipe da Diretoria de Comunicação Social da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), recebem a doutora em História do Direito Danielle Regina Wobeto de Araujo e a psicóloga Maria Rafart. Além das convidadas, a escritora e historiadora Mary Del Priore, autora de mais de 50 livros, gravou uma participação especial no Curitibou? especial de Halloween.

“Elas estavam causando muito alvoroço”

Na tese “Um Cartório de Feiticeiras: Direito e Feitiçaria na Vila de Curitiba”, Danielle pesquisou três processos criminais contra mulheres acusadas do crime, nos anos de 1763, 1773 e 1775. Naquela época, as câmaras municipais e os ouvidores não apenas administravam as cidades e as vilas do Brasil Colônia, mas também desempenhavam o papel de investigar e de prender os suspeitos de delitos, inclusive, pelo de feitiçaria.

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Além dos casos da Vila de Curitiba, Danielle revela, durante o bate papo no CMC Podcasts, outro processo real contra feitiçaria, da Vila de Paranaguá, na primeira metade do século 18. Para a entrevistada, “realmente, elas estavam causando muito alvoroço na vila”. “A ideia de justiça, na época, era você apaziguar a sociedade. As denúncias [da população] mostram, também, que a vila também não estava tolerando tanto os rituais indígenas e de afrodescendentes, senão não haveria denúncias”, pondera a doutora em História do Direito. 

A psicóloga Maria Rafart aponta que o chamado comportamento vicariante explica as denúncias de dezenas de pessoas, repletas de relatos fantásticos, contra as mulheres que acabam presas por feitiçaria. “O caso mais extraordinário e mais estudado pela Psicologia, de comportamento vicariante, aconteceu numa vila da África. Algumas crianças começaram a rir numa sala de aula e não conseguiam parar mais. E aí foram contaminando o professor, todo mundo, e a vila inteira ficou rindo por muito tempo”, disse.

“É verdade isso, é bem famosa essa história. Se eu começar a bocejar aqui, vocês vão bocejar junto”, reforça Maria Rafart. Durante a entrevista, a psicóloga contextualiza os casos pesquisados e a história da caça às bruxas, como a própria construção do estereótipo da bruxa, herança da inquisição.

E quem eram as bruxas do Brasil Colônia? Para responder à pergunta, a jornalista Michelle Stival conversou com a historiadora e escritora Mary Del Priore. “Quando a gente fala em bruxa, não é exatamente a bruxa da maçã, da Bela Adormecida, da roupa preta, do chapéu cônico. No Brasil, elas eram mais conhecidas como feiticeiras. Essa imagem de bruxaria que nós temos é uma imagem muito medieval, muito centrada na Europa”, aponta ela. “Cada vez que vem um inquisidor pro Brasil, surgem feiticeiras, mulheres que fazem feitiços, [...] em geral, essas mulheres são velhas e são curandeiras, o que nós temos é um grupo muito grande de mulheres que detêm um conhecimento enorme sobre o herbário brasileiro.”

E, para você, as bruxas são reais ou uma lenda urbana? 

Um podcast para chamar de seu

O Curitibou? é o espaço para entretenimento na grade do CMC Podcasts, abordando todas as curitibanices que envolvam a cidade e sua população. Além disso, existem programas temáticos baseados nas comissões permanentes da Casa, para apresentar o perfil dos vereadores e explicar o funcionamento dos órgãos internos e serviços da instituição. 

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