Escolas elogiam para vereadores o projeto "Equidade na Educação"

por Assessoria Comunicação publicado 02/06/2016 15h35, última modificação 07/10/2021 10h12

“As famílias voltaram a acreditar na escola”, disse Bárbara Xavier, diretora da Escola Municipal Pilarzinho, nesta quinta-feira (2), à Comissão de Educação da Câmara de Curitiba. Ela relatou aos parlamentares as mudanças que o projeto “Equidade”, da Secretaria Municipal da Educação (SME), promoveu na instituição. “Melhoramos em 65% a frequência dos alunos. Dos 169 estudantes, 75 têm atividades de contraturno”, afirmou.

Em funcionamento há um ano, o “Equidade”, nas palavras da diretora, “é uma força-tarefa: “Nós traçamos um plano, para lidar com as carências da escola e vulnerabilidades da região. Daí a SME aporta recursos adicionais na escola (10% a mais que o padrão), reforça a distribuição de material didático e de limpeza, por exemplo, além de apoio pedagógico e mais atividades extracurriculares”. Das 185 escolas da rede, 48 fazem parte do projeto.

“Nossa meta era reduzir drasticamente a evasão escolar em 2014 e nós conseguimos”, contou Márcia Quadri, diretora da Escola Municipal Nansyr Cavichiolo, que fica no bairro Parolin. Estudam ali 489 crianças. As duas instituições traçaram estratégias semelhantes, focadas em garantir a presença dos alunos na escola, para que não houvesse lacunas no aprendizado, e em aproximar os pais do ambiente de ensino. “São situações delicadas, pois as crianças têm familiares usuários de drogas, algumas foram vítimas de abusos...”, relata Márcia.

Na Escola Municipal Pilarzinho, os alunos prepararam uma peça teatral e apresentações de música para os vereadores Jonny Stica (PDT), Carla Pimentel (PSC), Edson do Parolin (PSDB), Cacá Pereira (PSDC) e Mauro Ignácio (PSB), integrantes do colegiado. “Algumas dessas crianças chegaram na terceira série sem saber ler e agora fazem isso muito bem”, comemorou Bárbara Xavier, da escola do Pilarzinho. “É uma região de bastante vulnerabilidade social, no meio de um bairro nobre. É uma realidade que pouca gente conhece”, disse a diretora. Márcia, no Parolin, fez a mesma consideração.

“A cultura aqui na região é violenta”, explicou o vereador Edson do Parolin, “as crianças já nascem num bagulho feio. Imagina que essa é a única escola no meio da favela e a comunidade respeita o trabalho. Dá pra ver no comportamento dos alunos, na educação deles, essa diferença”. Carla Pimentel disse “que dá para ver a empolgação das crianças com as atividades e com a escola”.

Stica frisou a importância de iniciativas como essa, que invistam nos locais com mais dificuldades. “É a ideia de uma Curitiba mais humana, que nós incluímos no Plano Diretor ao indicar que os investimentos devem ser feitos por critérios técnicos, como no "Equidade", para enfrentar essas deficiências.”

“Nós estamos numa região carente”, disse Márcia Quadri, “e ter material a mais na escola faz com que nossos alunos tenham lápis e borracha, pois 80% não teriam condições de comprar”. Bárbara Xavier mostrou aos vereadores uma reportagem na qual uma mãe, ao ser entrevistada sobre o que a filha achava de estudar, disse estar tão empolgada que pensava ela própria em voltar para a escola.

Eliane Regina Titton, que coordena o projeto na SME, distribuiu à Comissão de Educação material com todos os critérios usados na iniciativa. “Equidade não é sinônimo de igualdade. A igual distribuição da educação só reproduz as desigualdades sociais já existentes. Equidade educacional significa disponibilizar a todos e a cada um o necessário para sua emancipação social”, diz o documento. “Em março de 2015 o projeto completou um ano”, explicou Eliane. A visita às escolas foi acompanhada pelas chefes dos respectivos núcleos regionais da secretaria.