Escolas de samba pedem revisão da "Lei do Carnaval"

por Assessoria Comunicação publicado 07/02/2014 11h55, última modificação 22/09/2021 08h11

A Câmara Municipal recebeu, na manhã desta sexta-feira (7), representantes das escolas de samba e da Fundação Cultural de Curitiba para discutir a realização do carnaval na capital. A discussão pública foi promovida pelo vereador Pedro Paulo (PT), líder do Executivo na Casa. “A reunião é importante para ver o que faremos de concreto para ajudar na realização do evento. Embora o momento mais importante sejam os desfiles, o carnaval curitibano é diversificado”, declarou o parlamentar.

Durante a reunião, as escolas de samba sugeriram que a Câmara Municipal revise o artigo 7º da lei municipal 14.156/2012, que proíbe a propaganda de produtos fumígenos, derivados ou não do tabaco, e de bebidas alcoólicas. Também solicitaram a reapresentação de uma Carta Compromisso assinada pelo prefeito Gustavo Fruet em 2012, quando era candidato ao Executivo.  

Para Clayton Auwerter, diretor da escola de samba Imperatriz e Liberdade, é preciso levar ao conhecimento da população a amplitude do carnaval curitibano, com eventos voltados para o rock, cinema e música gospel. “Tivemos a aprovação de uma lei importante em 2012, mas a restrição dos patrocínios é prejudicial à nossa atuação”, defendeu.

“As empresas que produzem fumo e álcool são vistas de maneira negativa, mas também executam programas socialmente responsáveis. Proibir o patrocínio e não fazer nada contra o consumo abusivo de álcool não adianta. É preciso programas personalizados para diminuir o consumo de bebidas alcoólicas”, afirma Auwerter.

Márcio Marins, carnavalesco da escola Acadêmicos da Realeza, protestou contra a falta de atenção do poder público ao “potencial do evento”. “Apesar do município elogiar o trabalho desenvolvido pelas escolas, as promessas não são cumpridas. Queremos que efetivamente as promessas para nossa área sejam atendidas”, reclamou.
 
Sobre o retorno do carnaval para a Avenida Marechal Deodoro, Jaciel Teixeira, coordenador de infraestrutura e presidente da Comissão do Carnaval 2014, da Fundação Cultural de Curitiba, afirmou que a alteração demandou oito meses de negociação. Teixeira afirmou que a comemoração “nunca deveria ter saído” do antigo endereço. De acordo com Teixeira, o retorno para a Marechal é um importante passo para o resgate das escolas de samba.

“Precisamos trabalhar para que a comunidade e a imprensa entendam que Curitiba tem uma importante tradição no carnaval. A inclusão de outros gêneros na festa é a maneira que encontramos para dar uma opção a quem gosta de um carnaval alternativo”, afirma. Teixeira diz ainda que “a prefeitura está investindo na segurança, assistência à saúde e fiscalização do comércio ambulante durante o carnaval”, acrescentou.

Uma retrospectiva sobre a história do carnaval em Curitiba, cujos primeiros registros datam de 1830, foi apresentada pela antropóloga e pesquisadora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Caroline Blum. Segundo a pesquisadora, conhecer o carnaval é se reconhecer na própria história da cidade. “É muito importante se criar um acervo para reunir os dados sobre toda essa história”, apontou. Professora Josete (PT) também participou da atividade.