"Escola Sem Partido" motiva debate em plenário

por Assessoria Comunicação publicado 07/08/2017 15h20, última modificação 19/10/2021 12h42

“Temos que defender que a escola seja plural e democrática. Era um dia para os alunos irem vestidos sem uniforme, para mostrar que há diferenças e que temos que aceitá-las. [A professora] não estava trabalhando a sexualidade, e se estivesse, não haveria problema”, defendeu Professora Josete (PT). A polêmica, na semana passada, levou a uma reunião entre vereadores da Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família da Câmara de Curitiba na Secretaria Municipal da Educação (SME).

“Vivemos um momento muito complicado, de intolerância, de cultura do ódio, e não podemos fazer com que isso se mantenha, seja potencializado”, afirmou a vereadora. “As diferenças existem e nós professores não podemos ter nossa voz calada no interior das escolas, que a mordaça se faça presente, que os professores vivam com medo que qualquer coisa possa ser utilizada contra eles. Precisamos retomar este debate e garantir a democracia neste país”, acrescentou, contra a proposta de lei da Escola sem Partido (005.00275.2017).

Segundo Josete, o Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos (IDDH) e a Campanha Nacional pelo Direito à Educação – entidades que representaram o Brasil em audiência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) – solicitaram a elaboração de um relatório sobre a situação de educação de gênero e diversidade sexual na região e o posicionamento oficial da entidade sobre a retirada das questões de gênero e orientação sexual das bases curriculares. A atividade ocorreu no final de maio, em Buenos Aires, na Argentina (leia mais).

Ezequias Barros (PRP), que assina o projeto da Escola sem Partido junto a Thiago Ferro (PSDB) e a Osias Moraes (PRB), defendeu a proposta (detalhes do texto aqui). “Ouvindo o relato sobre esta recomendação ao Brasil, você vai buscar e encontra países como Egito, Iraque, Ruanda, Sudão. Países onde o camarada se declara homossexual e é morto. Não estou defendendo que não se deva falar, mas no momento certo”, argumentou. O vereador lembrou que o Plano Municipal de Educação (PME) veda o debate da diversidade e de gênero e que “precisa ser respeitado” (veja aqui).

Sobre a reunião da semana passada, ele disse que as reclamações chegaram de pais “atordoados com as matérias que estão chegando a seus filhos”. “Sou totalmente contrário à discriminação a adulto, não vou tentar convencer ninguém. O que não concordamos é que venham falar a nossas crianças, de quem tem que cuidar são os pais.” Para Barros, “a sexualidade deve ser tratada pela família”. “A grande maioria não aceita quer a escola venha deturpar a primeira infância”, concluiu.

Nenhum outro vereador da base, que se declara independente ou da oposição se posicionou sobre o assunto, além de Professora Josete e Ezequias Barros.